Os radares e tudo começou com os malditos radares! Podia ser uma longa fila de trânsito, mas não, o verdadeiro pesadelo dos “aceleras”, foi essa invenção demoníaca que a nossa autoridade usa para controlar os limites de velocidade mais comumente designados por radares. Fala-se actualmente muito dos novos, os fixos, que se encontram espalhados pela cidade de Lisboa. Alguns deles muito discutíveis, outros absurdos. Existe alguma unanimidade na sua condenação, mas se há quem nada faça contra esta ditadura da velocidade também há quem faça algo mais para tentar contornar o problema, para além de mandar “postas de pescada” para o vizinho do lado. Já existem petições para alargar os tais limites a circular pela internet, por exemplo. Estes estão previamente assinalados, mas convém não esquecer de todos os outros. Pela nossa saúdinha (financeira e não só), convém mesmo não esquecer, mesmo com as dezenas de e-mails recebidos denunciando a sua localização. Aqueles que todos tememos, aqueles que não se vêm, uma espécie de Kinder Surpresa, em que o ovo é um carro não identificado da Brigada de Trânsito (BT) e a surpresa está lá dentro: um radarzinho fantástico que regista a nossa matrícula mesmo que passemos por ele a mais de 200 Km/H e o brinde é logo entregue alguns metros mais à frente por um senhor agente da autoridade. Não há volta a dar: estamos todos bem controlados e tramados!
Estamos? Obviamente que neste país ninguém gosta de fazer figura de parvo, muito menos a 50 Km/H. Não é que afinal já encontraram solução para isto. Eureka: os detectores de radares! Já se vende por tudo o que é lado. Um amigo meu comprou um sistema Home Cinema por um sítio de venda online e não é que veio um aparelhito desses como oferta? E não é que eu experimentei-o? E não é que aquilo funciona mesmo? Pelo menos apita que se dana, aliás, qual Júlia Pinheiro em dia de menstruação, o meu carro com aquele aparelho passou a ser oficialmente a viatura com mais barulhos irritantes à face da terra. São os sensores de estacionamento, são os sensores de portas e vidros abertos, de chave na ignição, de cintos não encaixados, de luzes acesas... Não há um quilómetro percorrido, uma manobra feita, em que não se oiça um barulho agudo! Aquele detector detecta mesmo tudo: radares fixos e móveis, nem os radares das portagens escapam – não fossemos nós esquecer de pagar a portagem. Para quem não quiser arriscar e tentar fazer a coisa menos “ilegal”, há quem já tenha tido a ideia de inserir toda a informação das coordenadas dos radares espalhados pelo país nos mui úteis sistemas GPS. Para isso basta fazer o download dos packs disponíveis em alguns sites da net. Pode ser um meio menos ilegal mas é, também, certamente o método menos eficaz.
Claro que a polícia sempre atenta a todos os meios de fuga não podia ficar a ver-nos passar (literalmente, a apitar) e ficar de braços cruzados. (Como se aqueles apitos estridentes não fossem por si só uma forma de auto-denúncia.) Consta que já há por aí carros da BT artilhados com detectores de detectores de radares!
E por aí a fora... Vamos chegar a um ponto em que um carro irá deixar de ser somente avaliado pelo seu motor, segurança e conforto de condução, para ser escolhido com base na capacidade de detecção dos detectores, dos detectores, dos detectores... de radares. Ah, e tudo começou com os malditos radares!
Estamos? Obviamente que neste país ninguém gosta de fazer figura de parvo, muito menos a 50 Km/H. Não é que afinal já encontraram solução para isto. Eureka: os detectores de radares! Já se vende por tudo o que é lado. Um amigo meu comprou um sistema Home Cinema por um sítio de venda online e não é que veio um aparelhito desses como oferta? E não é que eu experimentei-o? E não é que aquilo funciona mesmo? Pelo menos apita que se dana, aliás, qual Júlia Pinheiro em dia de menstruação, o meu carro com aquele aparelho passou a ser oficialmente a viatura com mais barulhos irritantes à face da terra. São os sensores de estacionamento, são os sensores de portas e vidros abertos, de chave na ignição, de cintos não encaixados, de luzes acesas... Não há um quilómetro percorrido, uma manobra feita, em que não se oiça um barulho agudo! Aquele detector detecta mesmo tudo: radares fixos e móveis, nem os radares das portagens escapam – não fossemos nós esquecer de pagar a portagem. Para quem não quiser arriscar e tentar fazer a coisa menos “ilegal”, há quem já tenha tido a ideia de inserir toda a informação das coordenadas dos radares espalhados pelo país nos mui úteis sistemas GPS. Para isso basta fazer o download dos packs disponíveis em alguns sites da net. Pode ser um meio menos ilegal mas é, também, certamente o método menos eficaz.
Claro que a polícia sempre atenta a todos os meios de fuga não podia ficar a ver-nos passar (literalmente, a apitar) e ficar de braços cruzados. (Como se aqueles apitos estridentes não fossem por si só uma forma de auto-denúncia.) Consta que já há por aí carros da BT artilhados com detectores de detectores de radares!
E por aí a fora... Vamos chegar a um ponto em que um carro irá deixar de ser somente avaliado pelo seu motor, segurança e conforto de condução, para ser escolhido com base na capacidade de detecção dos detectores, dos detectores, dos detectores... de radares. Ah, e tudo começou com os malditos radares!
2 comentários:
O melhor é mesmo irmos cumprindo as regras de trânsito. Não há pressa alguma que justifiquem velocidades tão elevadas.
Onde se lê "justifiquem" deve-se ler "justifique".
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