Desperta com a pouco claridade que vai sorrateiramente entrando pela janela semifechada do quarto. Vai ganhando consciência, primeiro de onde está e logo de seguida, de que não está só. Vira-se para quem está ao seu lado e fica ali ainda alguns minutos a contemplar aquela magnífica porção limitada de matéria quase estranha que os lençóis não conseguem cobrir. O pescoço, a boca, o nariz, o cabelo. Os olhos tremem e ouve-se a respiração, aquele seria o melhor momento para poder cometer o perverso acto de observar os detalhes sem estar na condição perturbante (e intimidante) de poder estar sujeito ao mesmo processo. Entretanto, aquela experiência necessita de passar a outro nível e decide aventurar a sua mão até ao corpo meio desconhecido. Começa pelo cabelo e, depois, desce até ao rosto, passando os dedos ao de leve pelas pálpebras e os seus grossos lábios. Quando toca-lhe nas orelhas, o outro ser ressente-se e mexe-se ligeiramente. Pára. Ganha novamente confiança e avança para um ombro destapado. Enquanto vai descendo pelo braço abaixo, o choque da diferença de temperatura vai sendo gradual e tornando, assim, eminente o outro despertar.
Abre timidamente os olhos, sorri e puxa bruscamente aquele corpo que o acordou para junto de si. Estranha-se um primeiro beijo, entranham-se os restantes. Ficam ali. aqueles dois corpos entrelaçados, durante infinitos minutos, no centro daquela grande cama até os cheiros e sabores de cada um voltarem a misturar-se e o desejo pedir que aquele contacto se torne ainda mais íntimo.
Abre timidamente os olhos, sorri e puxa bruscamente aquele corpo que o acordou para junto de si. Estranha-se um primeiro beijo, entranham-se os restantes. Ficam ali. aqueles dois corpos entrelaçados, durante infinitos minutos, no centro daquela grande cama até os cheiros e sabores de cada um voltarem a misturar-se e o desejo pedir que aquele contacto se torne ainda mais íntimo.
1 comentário:
(I think) I know that feeling.
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