sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Há sempre pessoas cinefilamente masoquistas



Dá sempre a vontade de perguntar: as pessoas não sabem ao que vão? É que não há resumo/sinopse/crítica de "127 Horas" onde não se fale de uma amputação de um braço!

Se tivesse igualmente no circuito comercial, já estou a imaginar a quantidade de mortes súbitas que, por exemplo, este filme provocaria:


Este "A Serbian Film" é excelente. Parte de um argumento um pouco básico: um pai de família, ex-porno star, que aceita entrar num novo filme, que também é um projecto misterioso, liderado por um realizador... Digamos, muito excêntrico. O filme vai transformando-se em algo mais complexo e acaba por ser uma metáfora de um país (Sérvia) muito traumatizado pelo seu passado. Tudo isto sempre acompanhado por uma fotografia e interpretações soberbas.
E agora a pergunta difícil: recomendo-o? Face ao que digo antes, tudo indicaria que sim. Mas é justamente o contrário. Este filme também revela, sem rodeios e sem censura, o lado mais perverso e sombrio do ser humano. Se são de alguma forma susceptíveis nem digo: não o vejam, digo: fujam dele! Tem imagens que eu jamais julgava ver em cinema. Tem imagens que eu jamais julgava ver, e, sinceramente, até preferia não ter visto.

É isto. Se o "127 Horas" é chocante, o "A Serbian Film" é mortal. Depois não digam que ninguém vos avisou.
PS - Faltou dizer que, ao contrário do negríssimo "Srpski Film", este "127 Horas" é muito recomendável. Há a tal cena violenta, mas logo no momento seguinte há uma expressão apaziguadora de James Franco que é imperdível - aliás como todos os restantes 90 minutos. Sempre pode-se fechar os olhos ou olhar para o lado durante dois minutos. Portanto, façam lá um quinto do esforço que fizeram para conseguir ver aquela enésima versão do "SAW" e pode ser que até sejam bem recompensados.

1 comentário:

O Puto disse...

Vi-o ontem no Fantasporto. Um filme inclassificável, quebra todos os tabus e leva para outro nível o "filme dentro do filme" e os snuff films.