Foi um prazer...
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
Um dia os impostos salvarão vidas
Sobre o caso da senhora que morreu em sua casa e só foi encontrada nove anos depois
, destaco, para além da incompetência da GNR que só arromba uma porta quando "cheira mal", isto:
(...) O que impressiona, para além da solidão que permite que alguém morra sem que ninguém dê por nada, é que o mesmo Estado que dá pelo não pagamento de uma dívida ao fisco não dê, não queira dar, pelo desaparecimento de um ser humano. Que o contribuinte exista, mas o cidadão não. Que quem tinha a obrigação de pagar impostos tenha deixado de existir nos seus direitos. A metáfora é macabra. Mas é poderosa. Este Estado que não se esquece - não se deve esquecer - de nós quando é cobrador, mas para quem não existimos quando nos é devida alguma atenção.
Diz-se que só há duas coisas certas na vida: a morte e os impostos. Parece que para o Estado português só a segunda parte é verdadeira.
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