O mundo da venda de animais domésticos trilha-se por caminhos muito nebulosos. Desconheço a legislação em vigor mas parece-me obvio que, tratando-se de um contrato comercial, seja obrigatório a emissão de um documento que oficialize a venda. Resta saber, dos inúmeros cachorros e gatinhos que se vendem diariamente por
aí, quantas facturas são emitidas? O nosso estado fará ideia do valor desta suposta fonte de rendimento que lhe escapa pelos escorregadios dedos da sua “eficaz” mão tributária?
Se vejo, também por
aí, criadores a vender ninhadas de 10 cães a mais de 500 euros por animal, é só fazer bem as contas e perceber o quão rentáveis podem ser estes “negócios animalescos” de luxo.
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Em contraste, num outro mundo (completamente à parte), o dos canis municipais e outros centros e associações de recolha de animais abandonados vive-se na extrema miséria. Falta tudo: condições em geral, espaço, comida, medicamentos e sobretudo uma companhia humana. Sempre na eminência de um triste final: o abate. Quem conhece bem este mundo sabe o esforço que algum voluntariado faz para constantemente salvar vidas desse cruel destino.
Seguindo esta premissa, deixo aqui uma recomendação para um original presente natalício. Em vez de se perder tempo e paciência nos grandes aglomerados comerciais que nesta época ficam mais concorridos que nunca, porque não fazer um pequeno desvio e passar pelo canil/gatil mais próximo e adoptar um animal para oferecer alguém que precise de uma boa companhia e tenha boas condições para o manter? Seria um presente financeiramente imbatível e faria, garantidamente, dois seres vivos muito felizes.
Foi exactamente isso que fiz. Este cruzado de Dogue Alemão passará já este Natal num lar que lhe dará todo o carinho que um animal merece. Bem longe da rua e de um incerto futuro.