terça-feira, junho 29, 2010

Estados de alma na despedida


O Pepe ri-se (não mostraram o Liedson), o Eduardo chora. Isto pode explicar alguma coisa.
Cristiano Ronaldo? Ridículol. Com o Mourinho o "puto maravilha" vai ter que entrar na linha... Nem que seja na linha do banco dos suplentes.

A parte boa disto é que agora acabam-se os programas bimbos de apoio à selecção e escasseiam as lições de história da Rita Marrafa de Carvalho e os directos a toda a hora para saber se está frio em Cape Town ou o que jantou o C. Ronaldo. Enfim, resta-nos o futebol das melhores selecções do Mundo.

domingo, junho 27, 2010

Da extrapolação


O título que faz a capa da revista Visão desta semana é do mais sencionalista que tenho visto nos últimos tempos. Ao contrário do que se possa pensar com tão infeliz título (e o que dizer da foto?) para uma reportagem, o culto de Osho é, como tantos outros, um agrupamento inspirado no movimento hippie dos anos 60 com uma fortíssima inspiração ecológica, e, onde entre outras características, também há liberdade sexual, o que faz com que a poligamia seja praticada por alguns dos seus membros. Disto a um grupo que se resume à “terapia” em forma de “orgias”e “para se ser membro tem de se fazer o teste da sida”, é a prova de que tomar uma parte pelo todo é uma forma pouco honesta de promover um artigo. Mais valia anunciá-lo como uma espécie de "Boom Festival para séniores", onde o trance dá lugar ao new age, e os leitores ficariam com uma ideia mais precisa do que por lá se passa. No todo, claro.

sexta-feira, junho 25, 2010

Aphrodite II

Katy Perry, 2010.

Aphrodite


Kylie Minogue, 2010.

quinta-feira, junho 24, 2010

Alive in the crowd

A Everything Is New acaba de confirmar à BLITZ que os passes de três dias para o Optimus Alive!10 estão esgotados, à semelhança dos bilhetes para dia 10 de Julho, o dia do concerto dos Pearl Jam.

Medida responsável e consciente, esta da EIN não dar ouvidos a um grupo organizado de imberbes do Facebook que pensa num festival de música como a versão humana para uma junta de gado e ter decidido estabelecer um limite de entradas para um festival de verão. Ainda assim, 45 mil pessoas naquele espaço até me parece uma restrição algo arrojada. Diz isto quem até parece que não superou a prova da (des)organização de controlo de entradas do 10º SBSR (2004), na noite de Pixies, em que conseguiram meter 60 mil num espaço muito pouco maior que o do Optimus Alive. Vejam sempre a coisa pelo lado positivo: nestas condições ninguém passa frio!

The discipline

segunda-feira, junho 21, 2010

sábado, junho 19, 2010

Nas grandes homenagens o CM, mais uma vez, bate todos!

O seu público agradece:
Para isto já não há crise! Haja Deus!
E o Sousa Lara também (quer o prémio).

Ser alien em Mart(e)

De Las Vegas, recentemente, fiquei a saber da bizarra história de um empregado temporário da Wal-Mart que ao ser questionado, pela sua supervisora, da sua homossexualidade, passou a receber um tratamento diferente.
"I was completely ignored and shunned," he wrote in a complaint to the Nevada Equal Rights Commission. "I had nothing to do all day but wander around the store wearing a yellow vest no one else had to wear, much like Jews had to wear a yellow star of David in Hitler's Germany."
Se o objectivo era que o seu subordinado tentasse dar nas vistas entre os corredores do supermercado, esta supervisora demonstrou que, para além de estúpida e homofóbica, é incompetente, por não conhecer o perfil da clientela que frequenta o espaço onde trabalha:





Mais aqui.

Desejo sinceramente que a vítima recebe uma boa indemnização... Mas para tal é preciso que os membros do júri nunca tenham colocado os pés num dos espaços pertencentes à maior (e mais estranhamente frequentada) retalhista do mundo.

quarta-feira, junho 16, 2010

Como eles crescem



Ela, com estes surpreendentes e belíssimos 12 anos, entre muitas outras participações, já foi uma das pequenas filhas do casal americano em "Babel" e ele, com 36, também já foi o tal namorado que levava a Britney ao desespero e morte no vídeoclip desta: "Everytime".
A Sofia Coppola decidiu juntar estas duas diferentes gerações no seu próximo filme.

segunda-feira, junho 14, 2010

Estudo da EMIS

Há mais de um mês fui contactado, via e-mail, pelo Ricardo Fuertes que pertence ao GAT (Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA). O Ricardo colabora num estudo europeu chamado EMIS (European Man-For-Man Internet Sex Survey) que pretende ter informação sobre comportamentos, atitudes, informação, necessidades em prevenção de VIH e outras ISTs, outras necessidades de saúde, etc, em homens que fazem sexo com homens (ou que tenham vontade em fazê-lo). Para mais fácil entendimento, faço o quote das palavras do Ricardo.
"Existem outros estudos neste âmbito mas por primeira vez vai ser lançado um questionário online em simultâneo em 31 países europeus. Trata-se de um estudo bastante sério e ambicioso, desenvolvido por entidades como GTZ e Robert Koch Institute (Alemanha), CEEISCAT (Espanha), Maastricht University (Holanda), Regione del Veneto (Itália), Sigma Research (Reino Unido), e conta com colaborações de entidades governamentais e da sociedade civil dos restantes 26 países. Os colaborados portugueses são o GAT e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
O estudo vai ser divulgado a nível europeu por dois dos principais sites de contactos gays (Manhunt e Gayromeo), mas gostaria também de contar com a participação de blogs, sites e bares locais."
A partir de hoje e até ao final do mês de Agosto, há um gif instalado, neste blog, mesmo aqui ao lado, que direcciona directamente para este questionário. Não é um questionário curto, mas é seguramente um dos mais simples, directos e dos poucos que trazem a vantagem de poder acrescentar conhecimentos sobre o VIH e outras ISTs.

A melhor filosofia

domingo, junho 13, 2010

It’s nice to be appreciated :)


Ben Cohen é um dos melhores jogadores de rugby de Inglaterra. Nesta entrevista à revista Complete ele reconhece que a sua popularidade ultrapassa a sua performance desportiva. Esta tomada de consciência devia ser um exemplo a seguir e um modelo de tolerância a ser ensinado nos balneários.

COMPETE: It’s no secret that you count a large number of gay men among your fans … and you have sort of embraced that. Was there ever any hesitation about “courting” your gay fan base?
BEN: I embrace diversity more than just a gay fanbase. I think that everyone should be able to say, think and feel the way they want to as long as no one else is hurt. I don’t think we have the right to judge what is right and wrong. I am happy and content in my life and feel that everyone should have the opportunity of feeling that way and being true to themselves.

I have never really thought about whether I court a gay fanbase. I actually find it quite amazing that people are so interested in me in that way. I don’t see it myself. But it seems that my acceptance of those who like me makes a big difference to a lot of gay men. I have had numerous e-mails, mainly from young men who have been inspired by me in some way, and so have had the courage to come out to their friends and families and so live fulfilled lives. I have also been told that I have helped parents come around to the fact that their son is gay. I have no idea how I have managed to do that, I have to confess – but if my openness has done that then it seems that it is the right way to be.


COMPETE: What do you think of the term “gay icon”?
BEN: It is not something I associate with myself really. I can only go by the response I see from the Web and articles. It is flattering of course. It’s nice to be appreciated. Everyone likes that.

COMPETE: Let’s be honest – many of these fans no nothing of rugby or sports in general. They know you because of your calendars and notoriety as a sex symbol. Any problem with that?
BEN: Ha ha. Yes, I know. I see the comments on facebook and some make me blush. My friend and colleague Jill looks after that side of things for me so I don’t see too much, but she keeps me up to date with what is going on.

When I went to France to play my rugby profile dipped, as I wasn’t playing for England at that time, but we then realized that there was a whole group of people who were more interested in me as a man rather than my status as a rugby player. I still can’t get used to that because I am either a rugby player or a dad. That’s all. We do our best to keep everyone updated with what I am up to, and with facebook and twitter Jill can let everyone know what is happening on and off pitch almost instantly. It’s incredible.


COMPETE: I’ve been told before that – simply by the nature of the sport – rugby is much more tolerant and accepting of all people. Do you find this to be true?
BEN: I can’t say if it is more tolerant than other sports, although this is something that interests me. What I can say is that in my experience, there is no pressure one way or another for men to come out and say they are gay. We don’t really see it as a problem either way. You are more likely to get a hard time over dropping a catch or having a kick charged down than anything else. Rugby is pretty straight forward really and as far as I can see, there is a good deal of acceptance all round.

sábado, junho 12, 2010

Cronenberg

O “grande público” nunca amou os filmes de David Cronenberg (DC) porque ele nunca foi realizador para estipular limites no acasalamento entre o bizarro e o real ou porque fazia questão em revelar despiedosamente as obsessões dos seus personagens, por mais esquivas ou identificáveis que elas fossem – e quanto mais identificável que possa ser uma obsessão, mais repúdio ela transmite. Hoje, o "grande público" continua a não amar os filmes de DC mas por razões diferentes, pois as suas obras também são diferentes. Apesar de se basear em histórias mais comuns, há uma ênfase sobre o lado perverso das suas personagens e um lado menos convencional das suas relações e que desilude quem espera que, por exemplo, a relação entre Nicolai e Anna, em Promessas Perigosas, fosse muito mais além que aquele magnífico mas fugaz beijo final - um beijo de passagem, como aliás se define a relação deles ao longo do filme. Há finais felizes, mas tal não significa que o sinónimo de felicidade do espectador esteja em sintonia com o do argumento.

Este realizador canadiano, actualmente, pode fazer filmes que traçam tangentes ao mainstream mas nunca deixa-os isentos da sua marca própria. Portanto, até podemos já não estar perante o tal “cinema de autor” de outros tempos, mas a essência está lá. É uma questão de estar atentos aos pormenores.
Vejamos o caso do corpo humano: em constante mutação (A mosca, M. Butterfly, Festim Nu), a servir de base de uma consola de um jogo surreal (eXistenz), em confronto com o audiovisual (Videodrome), a revelar outras formas de desejo (Crash), meio de comunicação através de tatuagens (Promessas Perigosas), entre outros exemplos de como ele pode ser um dos elos de ligação de grande parte da obra cinematográfica de DC.
A chave também está na forma como ele se debruça sobre os segredos dos relacionamentos aparentemente comuns. As histórias são cada vez mais convencionais, interpretadas por personagens, (uma vez mais) aparentemente, convencionais. Mas como todos bem sabem, as aparências iludem. E a realidade é esta: não há ninguém superior a Cronenberg a filmar tais “ilusões”.

Está neste momento a filmar “A Dangerous Method”. Do pouco que se sabe desta sua última obra é que volta a contar, pela terceira vez consecutiva, com Viggo Mortensen e que este é... Sigmund Freud. Já não me devia surpreender. Sobretudo depois de já ter visto o lado mais obscuro de um chefe de família exemplar (Uma história de violência) e a faceta mais sensível e humana de um carrasco de uma família de mafiosos russos (Promessas Perigosas). Nada é previsivelmente delineado no cinema de DC e também é isso que o torna perturbador, realista e tão interessante.

So big?

quinta-feira, junho 10, 2010

Uma viagem a meio ano musical em dez temas

Inspirando-me neste útil post do João Torgal, continuo com mais umas sugestões avulso.

Começo por esta arrepiante versão de uma grande canção dos Big Star, que comete a rara proeza de ainda ficar melhor que o original:


Chamem-lhe “Dust”, “Duet”, o que quiserem, é uma das revelações de 2010 e uma das melhores formas de recuperar o trip-hop:


Menos trip mais hop, hip!


Menos hip, mais pop.


Há temas que ninguém perde nada em não conhecer, mas há remisturas desses temas que todos podem perdem tudo em não conhecer. Este é um deles:


E este é outro:


No indie rock, seria muito mais óbvio que celebrasse o regresso dos Arcade Fire. Mas, não, fico-me por estes:


E devia ser crime não mencionar um outro regresso crucial:


Comecei com uma cover, acabo com (mais) uma remix. Mas esta não é uma remix qualquer, nem o “Kid A” é um tema qualquer.


Fora-de-horas mas não fora da lista. O techno (house e) minimal já há muito tempo que deixou de ser música exclusiva para preencher after-hours.

quarta-feira, junho 09, 2010

Crucifixos? Até os como!

Se eu podia deixar o vídeo directamente por aqui? Podia, mas não era definitivamente a mesma coisa. Seguindo o link do Blitz entretemo-nos também com a polémica da mediocridade em forma de ressuscitação dos Ace of Base vs. o maior ícone da história da pop ao quarto hit. O hiperbolismo, por regra, atinge sempre os dois lados da discussão.

segunda-feira, junho 07, 2010

A BP leva muito a sério essa história da responsabilidade por derrames, não leva?

Mantenho contactos intímos com um jornal, serei virgem?


O jornal que paga uma crónica semanal à presidente do Clube das Virgens, é o mesmo jornal que a acompanhou nesta visita e, se isso não for tudo uma enorme coincidência, será o mesmo jornal que vai cobrir (perdoai-me, face ao contexto, tal inapropriada expressão) o "grande acontecimento" por ela tão esperado. O que chamar a tão intíma relação? Eles chamam-lhe contrato de exclusividade, eu chamo-lhe fornicação: a Margarida escreve meia-dúzia de banalidades e fornica o espaço e um cachet ao CM, este por outro lado, enche-se de prazer ao preencher uma página com a ida da cronista ao Salão Erótico, entre outros interessantíssimos exclusivos. Portanto, ela, diz-se: pura e inocente, envolvendo-se com um velho sabido e rassabiado como é o CM, metaforicamente, deve ser virgem, mas nas orelhas.
Mas tropos à parte, não haverá mesmo por aí nenhum caval(h)eiro montado num cavalo branco, desejoso de ter os seus três (hum...) minutos de fama e satisfazer os desejos de tão voluptuosa e atrevida princesa, que se chegue à frente?

domingo, junho 06, 2010

Votar inconscientemente em consciência

Numa entrevista que sairá hoje na revista Pública, a deputada Assunção Cristas, do PP, diz isto:

“Eu seria favorável a um casamento [entre pessoas do mesmo sexo]. O que pode parecer uma posição estranha da minha parte. Muita gente me aborda achando que sou contra; mas não sou. Curiosamente, desagradei a toda a gente. Os que concordavam comigo reclamaram, mesmo com a declaração de voto, por acharem que isso não servia de nada. E reclamaram comigo os que achavam que eu devia ser radicalmente contra e, no final, tinha feito uma declaração de voto; então, que tivesse sido contra! Fiz o que podia fazer, de acordo com a minha consciência. Dou muito valor ao contrato com o eleitorado. É mau dizer-se uma coisa e fazer-se outra. Todos cedemos um bocadinho para que fique espelhada a sensibilidade maioritária.”

Este assunto, à partida e como a deputada refere, poderia ser só justificado com um “dou muito valor ao contrato com o eleitorado” e ficava arrumado. Mas não pode. Porque este caso é mais um exemplo de como a disciplina partidária entra em conflito com a liberdade de expressão. Por alturas da tal votação, também falei sobre isso, já que provavelmente terá sucedido um fenómeno oposto com alguns deputados do partido do governo. Portanto é perfeitamente legítimo que os leitores possam questionar a publicação: “também vão fazer reportagens sobre os muitos que, sendo contra, foram obrigados pelo PS (por exemplo) a votarem a favor?” – lê-se nos comentários.
Enalteci na altura e reforço o elogio hoje: nos antípodas desta realidade, onde se cede aos bocadinhos, estão comportamentos como o do deputado José Manuel Martins (PSD), que votou favoravelmente, ao contrário dos restantes colegas de bancada, na proposta que incluía a adopção.
E o que pensa o “eleitorado” de tudo isto? Preferirá que os deputados votem em função das linhas do partido em detrimento das suas próprias convicções? Será que gostam mais de ver os seus deputados a assumir este tipo de frontalidade nos meios de comunicação em vez de uma postura mais coerente na Assembleia da República?
Bom, o que parece-me garantido é que este tipo de actos mecanizados vêem dar razão aquele desejo popular de reduzir radicalmente o número de deputados: “para afirmar as ideias do partido não é necessária tanta gente a sugar o contribuinte”. Lêem o mesmo que eu? Depois não venham com aquela de que o povo está-se a afastar da política, "ai a credibilidade nas instituições", entre outras tretas de mau-prestador-de-serviços.

terça-feira, junho 01, 2010

Muito bem e agora só falta perceber a diferença entre uma opção e uma orientação*

Cristiano Ronaldo
* Uma orientação pode ser a homossexualidade. Já uma opção é poder escolher entre ir para o trabalho de Ferrari ou de Lamborghini.

Imaginem os Beach Boys numa "cowboyada" alternada com os The Smiths e os New Order

Já o EP do ano passado, "Summertime", anunciava que vinha por aí uma espécie de renovação do surf pop. A surpresa surge ao ouvir os restantes temas que acompanham o hit "Let's go surfing" - que a Peugeot soube inteligentemente aproveitar na promoção do seu novo crossover - e quando descobrimos que a proeza dos The Drums está também na forma como transformam baladas mid-tempo deprimentes em canções fortíssimas e viciantes. Se não desistirem às primeiras tentativas, esta poderá ser mesmo uma das melhores companhias que o próximo verão (musical) vos tem para oferecer. (A conferir também ao vivo no próximo Alive!)