sábado, janeiro 29, 2011

O aprendiz e os seus mestres

Falemos de street art, não de pseudo-graffitis nem de rabiscos nonsense que alguns imberbes deixam por tudo o que é parede das nossas cidades. Não, falemos da verdadeira "arte de rua" bem pensada e bem produzida, ao ponto de ser socialmente perturbadora, politicamente incorrecta.




"Exit Through the Gift Shop" comecou por ser um documentário sobre um francês excêntrico (Thierry Guetta) obcecado por tudo o que podia filmar com a sua handycam - tinha uma especial predilecção por artistas de rua - e acabou por ser uma saborosa comédia sobre um francês excêntrico que é um autêntico falhanço enquanto realizador de documentários, mas é um potencial vencedor enquanto artista. Parece que aprendeu com os melhores que foi acompanhando nas ruas, de Space Invader ao próprio Banksy. E, este (Banksy), o realizador deste documentário, é definitivamente um dos melhores. Lembram-se daquela recente e polémica sequência de abertura dos Simpsons? E não só...


Há muitas reticências quanto à presença de Banksy, no dia 27 de Fevereiro, no Kodak Theatre para receber o "seu" Óscar, pois ele sempre preferiu conservar o anonimato... Até porque também há sérias hipóteses desse prémio escapar para as mãos de Charles Ferguson (Inside Job - A Verdade da Crise). E ninguém gosta de morrer na praia.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

As nossas crianças não devem tomar conhecimento da realidade através de capas de revistas. Bom, se for umas maluquices da Britney já podem!

A cadeia de lojas americanas Harp decidiu censurar a capa da última edição da US Weekly, onde aparece Elton John, o esposo e o novo membro da família.



Já que se fala em US Weekly, consta que esta edição também vendeu muito, também tem um bébé e não necessitou de "escudo protector à prova de criancinhas":



Qual das duas realidades é mais chocante afinal?

quarta-feira, janeiro 26, 2011

"Tenho uma vida profissional tão ocupada que não me sobra tempo para criar duas contas de anúncios"




Para os eventuais interessados (ou diria, interessadas) informo que os anúncios do Leandro continuam activos. Parece que uma compra de mestrado e um desejo de "fujir à rotina" não são coisas para se resolver a curto prazo.

Assim (re)nasce uma nova banda indie com sabor tropical

Mesmo depois de fazerem as primeiras partes dos concertos dos seus "amigos" conterrâneos Arcade Fire, os Young Galaxy nunca deixaram de ser uma banda relativamente mediana e desconhecida do público em geral - incluindo dos caçadores de novos hypes indie-rock do segundo maior país do mundo (em área total). Após alguns LPs e EPs, uma substituição de editora e de uma promessa de mudança de direcção, eis que surge duas razões que me captam atenção para esta banda. Esta tendência a concretizar-se no restante disco, permitirá concluir que este novo "Shapeshifting", até pode continuar a ser indie, mas tem um sabor a Caraíbas que lhe dá todo um novo e surpreendente prazer em ser escutado. Well done!






(Verdade seja dita, que esta semana tem sido absolutamente atípica no que toca à descoberta de novos valores musicais. O facto de ter um tempo-livre-extra pode explicar este fenómeno.)

terça-feira, janeiro 25, 2011

Your cheap to send off

Os ingleses The Joy Formidable já andam por cá há uns anitos, mas só esta semana lançaram o seu LP de estreia. Ainda não ouvi o disco, mas já vi o vídeo de "Austere" umas boas dezenas de vezes. Era só isto.

No (big) surprises

Continuo a não entender a insistência em nomear 10 filmes na categoria de "best picture", quando só há uns dois ou três potenciais vencedores.
Excluindo os filmes não nomeados para "Best … Directing" e/ou o filme de animação também nomeado na respectiva categoria, o filme independente vencedor em Sundance, a comédia politicamente incorrecta que nunca ganhará tal prémio, os filmes dos vencedores das últimas três edições, o filme para dar o Óscar a Colin Firth (e para compensá-lo da desfeita do ano passado), sobra muito pouco mais que a película que ganhou o Globo de Ouro na categoria equivalente e o "Cisne Negro". Ora, se por alguma regra, os Óscares até gostam de contrariar os Globos... :-)

Atenção: os responsáveis por esses filmes vencidos logo nas nomeações até agradecem a promoção, mas já ninguém acredita em milagres nos Óscares, senhores da Academia dos Óscares!

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Com orgulho digo que ainda sou do tempo das origens do Dark Neopostpunk

The Soft Moon, "one-man project" do californiano Luis Vasquez, é gótico. Para ser mais preciso, o seu som encaixa-se entre o Post-Goth e o Dark Neopostpunk (sério, isto existe!), para ser mais prático, é a essência de uma mistura de bandas como Joy Divison+Bauhaus+Cold Cave+The Cure (da década de 80) e onde se revelam qualidades muito próprias: é misterioso, complexo e hipnótico.
O LP homónimo de The Soft Moon, ou melhor: a banda sonora perfeita para os nossos pesadelos, é uma das primeiras surpresas do meu ano musical.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Congratulo o casal Luciana & Djaló

... pela originalidade. De facto, Lyonce Viiktórya é nome que nem o travesti mais "escandalosa" do Finalmente se lembraria de chamar.

domingo, janeiro 16, 2011

O Presidente perfeito é... (IV)

... o que dá lições de autoridade à autoridade no "local do crime". É, também, o único candidato incómodo com coragem para apontar o dedo ao "criminoso" e respectivo gangue.

O Presidente perfeito é... (III)


... quem tem coragem de chamar nazis ao (pseudo-fascista) grupo parlamentar do PSD/Madeira.

sábado, janeiro 15, 2011

É sempre a mesma cantiga

Sol Música é um canal televisivo dedicado à música, produzido pela empresa Multicanal. Inicialmente, com distribuição simultânea para Portugal e Espanha, viria a ser transformado em dois canais, Sol Música Portugal e Sol Música España.

O canal Sol Música Portugal foi suspenso em Janeiro de 2005 pois tinha baixos níveis de audiências. Para justificar esse facto, os responsáveis pelo canal apontaram as seguites razões: não foram produzidos conteúdos suficientes que sustentem um canal de música portuguesa, o limitado apoio à música nacional motivado pela crise vivida pela indústria discográfica portuguesa, e os jovens portugueses demonstraram, cada vez mais, um maior interesse pela música internacional, oferta disponibilizada pelos restantes canais de música.

Com a criação de um novo canal de música pela RTP, deduzo que:
- vão ser produzidos mais conteúdos para sustentar um canal de música;
- há mais apoio à música nacional ou já não há crise na indústria discográfica portuguesa;
- os jovens portugueses demonstram cada vez mais, um menor interesse pela música internacional, que até põe em risco a sobrevivência de canais como a MTV, VH1 ou MCM; e
- a RTP, que consome poucos fundos do estado, até tinha poucos subcanais (N, Memória, Madeira, Açores, Mobile, África, I-Europa, I-Asia, I-Oceania, I-América), para além de ter as suas contas orçamentais muito bem controladas, jamais apostaria em projectos com certos riscos.

O canal Sol Música España continua as suas emissões dedicadas à música espanhola.

Este post teve o patrocínio da Wikipédia.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Paz podre

O Presidente perfeito é... (II)

a recuperação da imagem do melhor que o hip-hop nos deu no final dos anos 80. Ou seja: Public Enemy, representado aqui pelo mestre Flavor Flav.
Don't believe the hype - its a sequel*!


* Cavaco, óbvio!

O Presidente perfeito é...

o mais procurado, visto e... Suportado!

Segundo dados revelados ontem pela Marktest, das seis entrevistas conduzidas por Judite de Sousa, a do candidato madeirense foi aquela que obteve melhor 'share': 23,3%. Ou seja, Coelho foi entre todos os entrevistados aquele que conseguiu despertar a atenção do maior número de espectadores que nesse momento viam televisão. (...)
O candidato natural de Gaula protagoniza ainda outro feito. Apesar de ter menos notoriedade nacional do que outros concorrentes, conseguiu uma fidelidade do espectador superior à obtida por Cavaco Silva e mesmo por Manuel Alegre. José Manuel Coelho conseguiu um consumo por espectador de 13 minutos e meio, o que equivale a 50,3% do total da entrevista. A conversa de Judite Sousa ao actual Presidente da República proporcionou a Cavaco um melhor consumo por espectador em termos temporais, superior a 15 minutos, mas que corresponde a apenas a 46% da duração total da entrevista.

terça-feira, janeiro 11, 2011

"I had the craziest dream last night about a girl who has turned into a swan, but her prince falls for the wrong girl and she kills herself..."

Há um curioso jogo de espelhos misturado com uma história de obsessão pela perfeição que recupera o melhor de "Mulholland Drive", de David Lynch... E há uma Natalie Portman - sobretudo nos últimos quinze ou vinte minutos de filme - magnífica. Confirma-se, "Black Swan" é mesmo uma obra fascinante.
Se Darren Aronofsky fosse um (bom) comercial, não precisava de vender o seu filme com críticas, por mais favoráveis que elas fossem. Bastava-lhe mostrar algumas amostras:


Sim, "Black Swan" também é um thriller erótico.

domingo, janeiro 09, 2011

Crime, digo eu

Carlos Castro nunca foi uma personalidade que eu percepcionasse como "boa pessoa". Sempre transmitiu uma certa “imagem” de cuscuvilheiro e de uma certa futilidade. Por cá, poucos lucravam tanto com a má-lingua como ele. De qualquer forma, a soma de uma pessoa não são esses breves contactos que percepcionamos, nem as outras características acessórias (que tem servido de pretexto para fazer uma autêntica "orgia homofóbica" por tudo o que é caixa de comentários e fóruns da net), pois essas são totalmente irrelevantes perante um crime e até desviam-nos desse facto principal. É que para além da morte de um ser humano, esse deve ser o facto que nos prende a atenção e não os outros.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

ACAPOR..CARIA DE IDEIA!

Uma associação de videoclubes oficializou hoje a apresentação das primeiras mil queixas-crime contra mil portugueses que partilham conteúdos via net. E como conseguiu esse milhar de IPs? Partilhando um torrent marcado... Via net. Calma, pois o absurdo nesta caça à ilegalidade com outra ilegalidade é quase irrelevante se compararmos com essa revolta (transformada em obsessão) da ACAPOR pela infidelidade dos seus ex-clientes de cassetes VHS e DVDs riscados, que agora, diz, só terem olhos para os computadores e internet. Como qualquer obsessão, também esta peca por tanta cegueira, ao ponto de não entenderem que a verdadeira ameaça ao negócio de aluguer de filmes, não está nos seus antigos clientes, mas na sua concorrência directa e de quem faz da pirataria um negócio. Será que a ACAPOR mostaria com o mesmo desembaraço e orgulho, como mostrou hoje, os caixotes de queixas-crime, se estas fossem contra feirantes de DVDs pirateados? Ou mesmo contra alguns jogadores da selecção nacional, que confessaram, há não assim tão pouco tempo para a televisão, o hábito de piratear filmes para ver nos estágios? Ou melhor ainda, porque é que a ACAPOR não transfere toda a sua energia do "apanha-o-IP" na criação de uma alternativa mais prática e económica ao aluguer interactivo de filmes?
Não, a ACAPOR acha que faz muito mais sentido elaborar uma queixa contra o consumidor ou, mais concretamente, contra uma conta de IP. Resta saber se as nossas prisões terão capacidade suficiente para albergar famílias inteiras e respectiva vizinhança, porque nunca se vai conseguir saber qual destas 16 pessoas, que partilham uma rede wireless sem protecção, sacou o "Avatar" traidor da associação de videoclubes.
Para os dinamizar, o que os nossos tribunais estavam mesmo a necessitar era de uns bons milhares de processos inequívocos como estes.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

O trauma e a fantasia de Doris Duke


Doris Duke (1912-1993), colecionadora de arte e filantropa americana, era herdeira de um magnata do sector energético (James Buchanan Duke), passou a sua infância receando ser alvo de rapto. O seu maior medo concentrava-se na possibilidade de que o seu pai se recusasse a pagar o resgate aos raptores e, consequentemente, fosse morta.
Um psiquiatra do Havai (onde viveu já em adulta) aconselhou-a ultrapassar o trauma, enfrentando-o através de uma encenação. Ela foi mais longe, associando este trauma a uma fantasia sexual. Não só queria ser raptada, como queria ser reduzida à servidão e violada em grupo - acho que li, algures por um dos estudos publicado numa qualquer Visão ou Sábado desta vida, que esta até será uma fantasia mais comum do que se pensa entre as mulheres portuguesas!
Um dos seus amigos mais íntimos foi designado, por ela, como organizador de toda a encenação. Reuniu numa praia de Honolulu um grupo de rapazes bonitos e bastante viris, incluindo alguns marinheiros que estavam de passagem pelo cais daquela cidade - cada um destes homens recebeu 100 dólares. Nua e amarrada numa casa de praia, Doris foi repetidamente violada e frequentemente sodomizada durante três dias de prova.
Será natural, para quem sempre controlou e exerceu poder sobre os outros, desejar conhecer o outro lado, ao ponto de querer passar pelo papel de uma vítima. Segundo uma bibliografia, Doris passou a ser outra mulher depois do que se passou, não voltou a repetir a experiência e jamais abordou o tema da sua fobia de rapto.
Por aqui se conclui que isto de associar um trauma a uma fantasia pode ter tanto de lógico (Freud fê-lo desde muito cedo) como de perigoso. Pois se há fantasias que acabam com a concretização do desejo, também há outras, como foi o caso, que acabam numa cama de um hospital.

sábado, janeiro 01, 2011