sábado, novembro 27, 2010

Até parece que foi de propósito, não foi?


Através de um reality show, um canal de televisão português mostrou no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres como, numa relação tempestuosa, o álcool é só o rastilho que provoca a violência. A pólvora chama-se insegurança.
Mesmo que constinuasse a ser (como foi aliás) provocado pelos responsáveis do programa, o resultado, se fosse encenado, não sairia tão perfeito.

Logorama





Um dos autores desta interessante "curta animada", que ganhou este ano o Oscar nessa categoria, expliccou-a através destas palavras: logotypes are used to describe an alarming universe (similar to the one that we are living in) with all the graphic signs that accompany us everyday in our lives. This over-organized universe is violently transformed by the cataclysm becoming fantastic and absurd; it shows the victory of the creative against the rational, where nature and human fantasy triumph.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Finalmente o reconhecimento internacional... pelo melhor decote

É o que se diz por aí: sempre somos bons em qualquer coisa, afinal. Verdade.

segunda-feira, novembro 22, 2010

God @ Matrix

belo + belo = perfeito

Uma das mais belas "curtas" feitas este ano, acompanhada por uma magnífica canção dos The Irrepressibles (última faixa de "Mirror Mirror", 2010):

The Irrepressibles - In This Shirt (from the movie 'The Forgotten Circus' by Shelly Love) from Jerry88Jerry on Vimeo.

domingo, novembro 21, 2010

Porquê ter, se posso estar?

Há pessoas que só se cruzam uma única vez na vida comigo. Há momentos desses tão especiais que fico quase obcecadamente a desejar que se voltem a repetir. Regresso ao mesmo local, à mesma hora, no dia seguinte, dois dias depois, na semana seguinte... Até que um dia pode mesmo acontecer mas nunca será igual.

De onde vem essa obsessão em forma de desejo de te voltar a ver? Vem do ter, porque já não chega ver. Daqui à paixão (ou ao sexo) vai um passo demasiado curto. Tão curto que irremediavelmente é confundido com o meu sentido de posse. Mas porquê ter? Se há tantas outras formas de estar bem contigo. E eu estive tão bem contigo assim, senão jamais te diria "foi um prazer...".

sexta-feira, novembro 19, 2010

Yes he can!

O Obama é tão bom, tão bom, que até resolve os problemas de trânsito em Lisboa.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Tivemos a infelicidade


Algumas pessoas que fecham a loja para não justificar irresponsabilidades deviam ser fechadas em celas e sujeitas a experiências - sem anestesia

Esterilizações, castrações, simulações de cesarianas e anestesias. A todas estas práticas foram sujeitos animais saudáveis enviados pelo canil municipal para a Universidade de Évora e servirem de "cobaias" a alunos do curso de Medicina Veterinária. Depois, eram abatidos. (...)
"No meu primeiro ano do curso foi utilizada uma cadela para a parte da prática da disciplina de Anestesiologia. Todos os dias, de segunda a sexta-feira, aquele animal foi anestesiado e acordado. Até que no último dia foi abatido", refere uma aluna. No segundo ano, o cenário piorou, com cães a serem "abertos para aprendermos como se retira órgãos, como o baço. Por ser demasiado cruel, não voltei às aulas".
Situações confirmadas por uma ex-aluna do mesmo curso e que agora exerce numa clínica em Évora. "Cheguei a simular cesarianas em cadelas que não estavam grávidas e retirei órgãos, como o útero e os ovários". Tudo isto "em animais vivos e sem doenças". (...)
O presidente da autarquia, José Eduardo Oliveira, remeteu explicações para o veterinário municipal. Às acusações, António Flor Ferreira respondeu assim: "Estou a conduzir e a trabalhar desde as 5 da manhã. Já fechei a loja". Depois, desligou o telemóvel.

Passando à frente da parte repulsiva da história, trata-se, tal como foi dito pela senhora advogada da notícia, de ilegalidades. Ora sendo ilegal, não deveria acontecer. Acontecendo, os responsáveis devem responder por isso. Portanto, dizer que discorda e, para acalmar consciências, dizer que está a pensar (veja lá se não é muito incómodo) criar uma comissão de trabalho para "avaliar o que se está a passar em todas as instituições de ensino no país, questionando as universidade sobre que tipo de animais usam, e propor procedimentos de base para todas elas" que lá para 2020, se tudo correr bem, chegará a uma conclusão, Sra. Bastonária, sinceramente, parece-me pouco.

terça-feira, novembro 16, 2010

Portugal vai ao supermercado

Temos um défice ao nível do Banco Alimentar, para acalmar mercados e consciências, dizemos que compramos tudo no LIDL mas na verdade somos clientes do Pingo Doce, para depois querermos fazer parecer (dando-nos ao luxo de parar meia capital e arredores, por vários dias, para organizar cimeiras internacionais) que só adquirimos produtos no Club del Gourmet do El Corte Inglés.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Está quase (ups, cuidado com os penetras)

Microeconomias paralelas

Através de uma colega que vende Bimbys fico a conhecer um pouco mais da realidade social deste país. Não é que eu já não tenha sido confrontado antes com algo semelhante, mas por vezes preciso de ouvir este tipo de histórias da boca dos outros para encontrar uma melhor justificação a dar à minha revolta.

Tenho uma colega que vende Bimbys, desta vez foi fazer uma demonstração para um bairro de pequenas vivendas para os lados de Sintra. Ao ficar a saber previamente que se tratava de uma família de poucos recursos, que até auferia o Rendimento Social de Inserção, não deixou de estranhar a sua pretensão em adquirir um robot de cozinha no valor de 950 euros (em que até há a possibilidade de pagar a totalidade a pronto).

Esta admiração transformou-se em perplexidade quando a colega ficou a saber que afinal ambos os elementos do casal tinham profissões: ele era taxista e ela era engomadora. Poucos, ou quase nenhuns (sobretudo, no que diz respeito à parte da senhora) dos seus rendimentos eram declarados e isso poderá justificar a atribuição do RSI (cento e tal euros, já não me recordo bem se é o valor total ou se é por elemento do agregado familiar, mas isso para o caso até pouco importa). Os benefícios não se ficam por aqui. Ao chegar à cozinha, depara-se logo com todos os produtos, pedidos e necessários à confecção dos pratos da demonstração, em cima da mesa. Grande parte deles tinham o selo do Banco Alimentar.

Entretanto a conversa com a mulher continua a fluir para assuntos extra-domésticos, ao ponto da minha colega se inteirar melhor do estratagema financeiro da família. Os trabalhos de engoma que ela faz - ela e tanta gente por este país fora - não são declarados e prefere que os seus serviços (a maioria fixos) sejam pagos em dinheiro vivo. As contas bancárias são mantidas em saldos mínimos, pois todos os movimentos mais relevantes (transferências directas, por exemplo), que obriguem a utilização de uma conta à ordem, vão directamente para a conta de um outro familiar (não vigiado); este depois limita-se a converter o movimento em "cash" e devolvê-lo à verdadeira família beneficiária. Desta forma não há riscos da Segurança Social encontrar quaisquer rastos de negócios não declarados desta autêntica economia paralela. A denúncia é a solução, mas uma vendedora de Bimbys com uma tentadora comissão em vista, corre sempre o risco de fazer parte dela (economia paralela).

O problema deste país começa também por este chico-espertismo saloio, da falsa pobreza e das microeconomias paralelas. E o pior é que por aqui, há ainda quem ache que não teve qualquer contribuição para a falência de um estado, como ainda acha um verdadeiro escândalo ele ameaçar (por questões de austeridade) fazer uma pequena redução no seu subsídio (RSI) para o próximo ano.

sábado, novembro 13, 2010

I never was smart with love




And I never was smart with love
I let the bad ones in and the good ones go
But I'm gonna love you like I've never been hurt before
I'm gonna love you like I'm indestructible
Your love is ultra magnetic and
it's taking over
This is hardcore
And I'm indestructible

sexta-feira, novembro 12, 2010

quinta-feira, novembro 11, 2010

Um adeus especial ao "Senhor do Adeus"


Ninguém ficava indiferente à sua presença e ao seu simpático aceno, no final do dia para os lados do Restelo e, já durante a noite, no Saldanha, em Lisboa. Para uns não era mais que um demente, não muito diferente dos que se costuma encontrar para os lados da Av. do Brasil, para outros seria alguém com uma história interessante e que se entretinha a dizer adeus aos outros para afugentar a sua solidão. Ninguém se resume a um gesto, ele pode ser só uma boa razão para aproximarmo-nos dos outros.

terça-feira, novembro 09, 2010

Naaaaaaaãaaaaaaaããaaaaaaaaaaaaaaaaaaããaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!



Tony de Matos Depois
Raúl Indipwo Aqui
Marceneiro Anteontem
Madredeus a 25 de Janeiro de 2045
...
Bom Senso Nunca

Esta teoria de pegada ecológica é uma enorme canseira mas parece que fica bem começar por pormenores


O que dizer da coerência daquela parte do programa ecológico-educativo "Desafio Verde" (RTP2), quando os apresentadores proíbem um membro da família escolhida de fazer banhos de imersão, ou outro de comprar água engarrafada e fazer o "pequeno sacrifício" de bebê-la pela torneira, quando há uma bela e longa piscina lá fora para sustentar? Sei lá, esta ideia em forma de concurso até podia ter saído da cabeça de um administrador da Fundação EDP (a patrocinadora do programa) enquanto accionava o "modo eco" do seu BMW X7.

segunda-feira, novembro 08, 2010

quarta-feira, novembro 03, 2010

"Com SUSTEX, você passa a andar direitinho num instantex"

This robot ain't shit at all

Marcus Lambkin (aka Shit Robot), DJ e produtor, é um dos principais responsáveis pela criação da DFA, a famosa editora dos LCD Soundsystem.
As influências do disco que lançou recentemente vão do acid house ao electro, e, como se esperava, tem momentos em se evidencia mais a contribuição da banda de James Murphy, ao ponto até de um dos seus elementos (a Nancy Whang) ceder a sua voz para uma deliciosa e viciante "malha".

terça-feira, novembro 02, 2010

Como o inter-relacionamento continuado pode estar longe de produzir unanimidade

Já se sabe que o melhor que se pode aproveitar de alguns reality shows é a sua vertente sociológica e comportamental. Há outros que nem isso. Não é o caso de Unan1mous.
Nove estranhos são fechados num bunker com o objectivo de encontrar, por sistema de votação anónima através de uma decisão unânime, um e só um justo merecedor de um prémio chorudo - 1,5 de milhões de dólares (na versão original da FOX). Se algum concorrente não conseguir superar o isolamento, entre outros obstáculos, que o desafio possui, e desistir, o prémio é cortado automaticamente para metade - uma das regras do programa.
É sobretudo curioso ver, ao longo da evolução do concurso, a dispersão do sentido de voto do grupo e, assim, este afastar-se cada vez mais do seu objectivo principal: a unanimidade na “simples” escolha de um vencedor.
Este concurso prova que, acima de tudo e ao contrário do que se possa pensar, com o aumento do tempo de convívio entre as pessoas, elas tem mais tendência a afastar-se do que a solidarizar-se. Bom, os interesses monetários e uma produção especializada a criar conflitos também terão alguma influência.