quarta-feira, agosto 26, 2009

David Motta

Surpreendeu-me (no "Cinco para a Meia-Noite", com o F. Alvim). Ao contrário de um certo jet 7 nacional, o moço e restante gang parecem-me bastante divertidos, descontraídos, até inteligentes e, principalmente: nada snobs ou falsos. Tendo em conta que há na nossa TV tanta gente, com direito de antena, a vestir-se sob os desígnios da nossa sociedade, a dizer e a fazer muito mais parvoíces e a chocar muito menos público, não me surpreende que o seu look extravagante acabe por incomodar mais que a sua suposta pseudo-futilidade. É que ainda por cima os outros são (bem) pagos, e o Motta, de borla, com o seu double t, de sapatos altos, com mais ou menos plumas lá vai dizendo umas verdades.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 III

Chegou o terceiro dia de viagem, aproximava-se o momento de regresso a casa e, por isso, sobrava pouco tempo para explorar locais desconhecidos. Sobretudo se essas zonas ficassem pouco acessíveis e onde poderia perder parte do tempo a encontrá-las. Assim, jogando pelo seguro, comecei o dia por voltar a aproximar-me das margens do Rio Zêzere.
Ou não estivéssemos em pleno mês das romarias, ao longo desta viagem passei por várias aldeias e vilas onde se realizavam as suas festas anuais. Uma delas encontrei no percurso entre Figueiró dos Vinhos e Cernache de Bonjardim. Esta captou-me a atenção pela curiosa forma de decoração dos arcos que percorriam e alegravam as ruas da localidade.

Para além desta engraçada surpresa, este caminho deu-me o privilégio de poder contemplar a bela Barragem da Bouçã e a constatação do reencontro com o Zêzere.

Aproximava-se o meio-dia e a já alta temperatura convidava a um primeiro banho do dia. Era pertinente encontrar um bom local para o efeito. A escolha recaiu sobre a Foz da Sertã. O desvio da estrada nacional faz-se por uma estreita estrada secundária sempre a descer, no sentido da ribeira da Sertã. Foi nesta zona que em tempos (final do séc. XIX) iniciou-se uma exploração de água mineral muito apreciada pelas suas características medicinais. Mais tarde foi construído um hotel termal e uma fábrica de engarrafar água. No entanto, tudo isso foi abandonado e esses dois edifícios encontram-se já em elevado estado de degradação. Foi isso que encontrei assim que cheguei à zona da Foz. Ainda assim, não deixa de ser um local lindíssimo para dar um mergulho, ou um passeio de caiaque ou de barco, ou simplesmente apreciar as encostas do Zêzere. Aqui há a vantagem de ser uma àrea muito pouco frequentada e a sua água transparente estar a uma excelente temperatura.



Entretanto chegou a hora de ir conhecer a vila de Ferreira do Zêzere. A ideia era abastecer-me de alguma comida num qualquer supermercado da zona, e passar o resto da tarde a explorar aquela zona. Mais uma vez os meus planos não se concretizaram. Das opções que existiam, optei pela que me pareceu a mais óbvia: o Lago Azul. Não foi complicado encontrá-lo, nem foi difícil decidir que era por ali que iria passar o restante tempo até decidir regressar. É um belo local, sobretudo conhecido pela sua Estalagem de quatro estrelas e pelas suas sombras à volta do “lago”, onde se podem fazer piqueniques e passar belas tardes de verão. O cansaço da viagem assim o ditou. Aqui a água também convidava a banhos. O inconveniente do espaço balnear desta zona encontra-se no facto do fundo do lago ser composto por pedras, o que dificulta os movimentos, se não optarmos por nadar. Para evitar problemas com os pés, recomendo o uso de calçado próprio para o efeito.


E assim terminaram os três dias de aventura por uma zona que me era totalmente desconhecida e que me aguçou o apetite para continuar a descobri-la. Encontros e desencontros de locais inesperados, na melhor das companhias e sempre apoiado pelas instruções e recomendações preciosas dos prestáveis habitantes das terras por onde fui passando, foram a combinação perfeita para um fim-de-semana prolongado a repetir.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 II

O dia seguinte começou com uma subida à Serra da Lousã, com algumas paragens para debicar umas amoras selvagens, beber água fresquinha, que jorrava das fontes naturais e contemplar as aldeias de xisto e restante paisagem.
(Aerogeradores, um mal (paisagístico) necessário também a deixar marcas na Serra da Lousã)
O objectivo inicial deste percurso pela Lousã era o de alcançar mais directamente o acesso para as praias da zona de Arganil, justamente do outro lado da cordilheira. Só que já no percurso de descida avistei um castelo que me despertou a curiosidade. Estava localizado na Praia da Sra. da Piedade e valeu a pena todas as curvas e contracurvas que levaram-me até lá: imagine-se, uma praia fluvial em plena Serra da Lousã! Ao meio da manhã já estava bem composta em termos de banhistas, sendo metade deles motards que fizeram uma pequena fuga da concentração de Góis, por onde, aliás, mais tarde viria a passar. Um conselho: como o estacionamento junto à praia é limitadíssimo, aconselho a deixar o veículo no parque do castelo e fazer o restante percurso da descida, até à zona do riacho, a pé.






Já no centro da Lousã, foi fácil aceder à estrada que me iria levar a Góis. Esta viagem, igualmente repleta de curvas – aliás, este segundo dia foi marcado por elas ou não estivesse eu a atravessar uma zona montanhosa – foi sempre feita na companhia de motociclistas que se dirigiam para a concentração anual. Estava um calor infernal e nunca uma viagem de duas rodas pareceu-me ser tão apetecível. Quando cheguei à referida vila optei em ir visitar a Praia das Canaveias, em detrimento da Praia da Peneda, e desta forma acabar por passar pelo espaço da concentração. Motas e mais motas, tendas e mais tendas e quilómetros mais à frente, percebo que a realização desta festa também deixava marcas na praia que fui visitar. De qualquer forma, com o ambiente ao rubro, também não podia deixar de me refrescar nesta bonita praia fluvial.
Já da parte da tarde segui em direcção de Arganil e da muito formosa e bem frequentada Praia de Côja. Excelente timing para ultrapassar a temperatura que não parava de subir, recuperar o fôlego e partir em busca das praias com os acessos mais difíceis de toda esta viagem.



As estreitas estradas da Serra do Açôr não me permitiram contemplar à vontade a espectacular paisagem que a circunda, para além de que não aconselho a quem tenha vertigens a fazer este atribulado percurso.


Finalmente, chegando à Praia de Pomares, questiono-me se valeu a pena tanto “tormento” de curva e contracurva Esta praia fluvial é pouco mais que uma espécie de piscina pública onde as pessoas ficam por ali, obrigatoriamente, sentadas nos intervalos dos seus banhos. Tem um parque infantil, é servida por um bar/esplanada à sombra e pouco mais.


Ultrapassada a desilusão, regresso à aventura, de forma a chegar ao meu último novo destino do dia: a famosa aldeia histórica do Piódão. Até lá mais estradas íngremes sem protecções laterais, algumas casas de xisto e poucos vestígios do ser humano. Chegando a Piódão permitiu constatar todo o alarido à volta desta terra. É de facto magnífica. Infelizmente, ainda há obras em curso nas estradas que dão acesso ao centro e, por falta de infra-estruturas, a Praia de Piódão foi, este ano, interdita a banhos.



Para o fim do dia, já no caminho de regresso, o tempo mudou radicalmente: o céu azul deu lugar a muitas nuvens e, ainda não tinha chegado a Arganil, já caíam algumas gotas de chuva no pára-brisas do carro. A precipitação intensificou-se. Mau para a condução em estradas desconhecidas e péssimo, sobretudo, para os motards do acampamento e da concentração de Góis. Era vê-los parados nas bermas a aguardar por melhores condições...
A noite serviu para não muito mais do que tentar ter uma refeição em condições – num “típico” restaurante de Castanheira de Pêra, às 22:00, não havia outra opção que esse “típico” prato da região chamado... “Esparguete à bolonhesa” - e planear o trajecto do último dia de viagem.

terça-feira, agosto 18, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 I

O caminho que as águas do Rio Zêzere percorrem desde da Serra da Estrela, onde nascem, até Constância, mais propriamente no Rio Tejo, onde desaguam, é sempre feito por paisagens deslumbrantes e por um património natural inigualável, que fazem do segundo maior rio inteiramente português, um dos mais belos deste país. Nem as três barragens que instalaram ao longo da sua extensão estragam a fotografia. Mesmo que ela seja tirada por uma câmera de vídeo, como infelizmente é o caso. Portanto há que dar o desconto a este facto e tentar imaginar que as cores reais são bem mais apelativas.
Por esta altura do ano as praias fluviais que banham o Zêzere e seus afluentes são claramente uma boa alternativa às enchentes das suas congéneres do litoral. Mesmo assim não deixam de marcar presença, em algumas destas praias, as famílias “numerosamente” barulhentas e os emigrantes franceses e suíços que fazem questão de partilhar com toda a comunidade de banhistas a sua língua de recurso, que é uma espécie de francêsaportuguesado, muito usada por esta zona do centro-beiras no mês de Agosto. N’est ce pas, amigôs?
No entanto se este fosse o maior inconveniente de algumas praias fluviais estaríamos nós efectivamente no paraíso, mas a questão é que cheguei a deparar-me com algumas situações de maus acessos, indicações nulas ou minimalistas, instalações medíocres e algumas deficiências a nível de segurança. É certo que quem recorre a estas praias não pode esperar ter as mesmas condições de uma praia comummente designada “normal”. Estou também convicto de que alargaram demasiado o âmbito da definição de “praia fluvial” ao ponto de alguns espaços com tal designação não serem mais do que uma piscina pública - a Praia das Rocas, em Castanheira de Pêra, é a primeira praia que conheço onde se paga para entrar e em que se faz a sua respectiva limpeza com cloro! Onde já vi isto? Também vi alguns casos em que a tal “praia” não era mais do que uma espécie de tanque com um riacho nas extremidades (Ana de Aviz, Aldeia Ruiva, entre outras). Mas, por outro lado, também deparei-me com algumas das mais bonitas praias de Portugal. E tudo isto para dizer que da Praia das Rocas à Praia do Poço Corga, há muito mais do que os 3 Km´s reais a separá-las.

O percurso começou por uma recém-congratulada com uma "Bandeira Azul": a Praia de Aldeia do Mato (junto da albufeira da Barragem de Castelo de Bode). Os seus bungalows modernos nas encostas marcam a paisagem; qual aldeia de xisto, malta, isto é que é o verdadeiro turismo rural do século XXI! (ironic mode)
Segui em direcção a Sertã, fazendo um desvio para Proença-a-Nova de forma a poder visitar as praias de Aldeia Ruiva e Malhadal. A primeira ganha nas infra-estuturas adjacentes, a segunda na paisagem. Regresso ao IC8 em busca da gigantesca Barragem do Cabril e de alguma praia que me encantasse na zona de Pedrogrão Grande. Mal sabia eu que a boa surpresa viria só depois de passar por Figueiró dos Vinhos. Depois de ter dado um mergulho na Praia de Ana de Aviz (boas condições mas excessivamente frequentada) "subo" até à belíssima Praia das Fragas de S. Simão. Aqui finalmente sinto o ambiente bucólico que estava a espera de encontrar numa praia desta natureza e tudo o resto pareceu-me perfeito: agua límpida, florestação abundante e com serviços de apoio básicos.



Parto em direcção de Castanheira de Pêra. A Praia das Rocas fica no interior da vila e, por tal, acabou por ser a praia mais facilmente localizável. Das praias que visitei é, também, a que apresentou melhores condições de segurança, o melhor serviço de bar e nadadores-salvadores em concentrado. Um verdadeiro "luxo" a cerca de 5 euros por entrada.


Já a caminho da Serra da Lousã podemos encontrar a Praia de Poço Corga. Esta magnífica praia é o local ideal para terminar um dia em cheio. Com um bom restaurante e um parque de campismo mesmo ali ao lado, o que é que podia pedir mais? Só mesmo adormecer ao som da água a descer pelas cascatas da praia. Foi tal e qual. Mas só depois de um bando de putos campistas "charrados" ter deixado de fazer barulho do outro lado do rio.



quarta-feira, agosto 12, 2009

Que grandes bestas!


Em matéria de rock, 2009 até pode estar a ser um ano muito empolgante pelo reencontro com os novos trabalhos de Andrew Bird, Sunset Rubdown, Camera Obscura, The Antlers, Asobi Seksu ou com a chegada de alguns novatos para o campeonato: The Pains of Being Pure at Heart, The XX ou Japandroids, entre outros. A questão é que entretanto os Wild Beasts lançaram o seu segundo disco, entitulado “Two Dancers”, e parece que tudo o resto passou irremediavelmente para segundo plano. Só para para dar um pequeno exemplo: All the King’s Men. Sim, isto é estupidamente nostálgico, mas hodiernamente soberbo.

sábado, agosto 08, 2009

Sempre a bombar

Em vez do Sudoeste, a Laurinda devia ter optado pelo Freedom Festival. Não tem "os" Róisín Murphy mas tem "DJ performativos" e a droga é muito melhor.

domingo, agosto 02, 2009

Fox Fail

Que os americanos invadiram um país que nem sabem muito bem onde fica, já ninguém se admira. Mas daí a substituí-lo por outro...
E a Fox interiorizou a ideia: invadir aquilo para transformar em algo mais "moderado". Tipo Egipto, em que as pirâmides podiam ser instalações petrolíferas. Por exemplo.