quinta-feira, agosto 20, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 III

Chegou o terceiro dia de viagem, aproximava-se o momento de regresso a casa e, por isso, sobrava pouco tempo para explorar locais desconhecidos. Sobretudo se essas zonas ficassem pouco acessíveis e onde poderia perder parte do tempo a encontrá-las. Assim, jogando pelo seguro, comecei o dia por voltar a aproximar-me das margens do Rio Zêzere.
Ou não estivéssemos em pleno mês das romarias, ao longo desta viagem passei por várias aldeias e vilas onde se realizavam as suas festas anuais. Uma delas encontrei no percurso entre Figueiró dos Vinhos e Cernache de Bonjardim. Esta captou-me a atenção pela curiosa forma de decoração dos arcos que percorriam e alegravam as ruas da localidade.

Para além desta engraçada surpresa, este caminho deu-me o privilégio de poder contemplar a bela Barragem da Bouçã e a constatação do reencontro com o Zêzere.

Aproximava-se o meio-dia e a já alta temperatura convidava a um primeiro banho do dia. Era pertinente encontrar um bom local para o efeito. A escolha recaiu sobre a Foz da Sertã. O desvio da estrada nacional faz-se por uma estreita estrada secundária sempre a descer, no sentido da ribeira da Sertã. Foi nesta zona que em tempos (final do séc. XIX) iniciou-se uma exploração de água mineral muito apreciada pelas suas características medicinais. Mais tarde foi construído um hotel termal e uma fábrica de engarrafar água. No entanto, tudo isso foi abandonado e esses dois edifícios encontram-se já em elevado estado de degradação. Foi isso que encontrei assim que cheguei à zona da Foz. Ainda assim, não deixa de ser um local lindíssimo para dar um mergulho, ou um passeio de caiaque ou de barco, ou simplesmente apreciar as encostas do Zêzere. Aqui há a vantagem de ser uma àrea muito pouco frequentada e a sua água transparente estar a uma excelente temperatura.



Entretanto chegou a hora de ir conhecer a vila de Ferreira do Zêzere. A ideia era abastecer-me de alguma comida num qualquer supermercado da zona, e passar o resto da tarde a explorar aquela zona. Mais uma vez os meus planos não se concretizaram. Das opções que existiam, optei pela que me pareceu a mais óbvia: o Lago Azul. Não foi complicado encontrá-lo, nem foi difícil decidir que era por ali que iria passar o restante tempo até decidir regressar. É um belo local, sobretudo conhecido pela sua Estalagem de quatro estrelas e pelas suas sombras à volta do “lago”, onde se podem fazer piqueniques e passar belas tardes de verão. O cansaço da viagem assim o ditou. Aqui a água também convidava a banhos. O inconveniente do espaço balnear desta zona encontra-se no facto do fundo do lago ser composto por pedras, o que dificulta os movimentos, se não optarmos por nadar. Para evitar problemas com os pés, recomendo o uso de calçado próprio para o efeito.


E assim terminaram os três dias de aventura por uma zona que me era totalmente desconhecida e que me aguçou o apetite para continuar a descobri-la. Encontros e desencontros de locais inesperados, na melhor das companhias e sempre apoiado pelas instruções e recomendações preciosas dos prestáveis habitantes das terras por onde fui passando, foram a combinação perfeita para um fim-de-semana prolongado a repetir.

1 comentário:

Cláudia Abreu Antunes disse...

Muito bom este "Portugal Bucolico"... e bom reve-lo e melhor ainda descobri-lo!!
A (re)fazer quando voltar a Pt, vale?! ;)