terça-feira, janeiro 31, 2012

Falidos mas com uma moral intocável

Metro de Lisboa recusa publicidade da rede social gay Manhunt

Mas publicidade a lingerie com meninas semi-despidas, a revistas de adultos (Penthouse, Playboy, etc), a sex shops com palavras quase explicitas e meninas em trajos menores já é permitido. Porquê? Porque esses negócios não competem directamente com os do Metropolitano de Lisboa (ML) - pelo menos, por enquanto, só nos vai fornicando a paciência e a carteira com alguns atrasos, greves e os aumentos das tarifas... Já um site internacional de engates gay é claramente uma ameaça concorrencial às casas de banho públicas do ML (entre outras). Portanto, tudo me leva a crer que esta decisão, ao contrário do que foi dito, é pura estratégia comercial.
Obrigado, ML, por colocar “as susceptibilidades” dos seus clientes acima dos seus generosos e sucessivos milhões de euros de prejuízos anuais, dando-se ao luxo de recusar contratos publicitários.

Eu também acho que as pessoas merecem sempre uma segunda oportunidade


E agora vamos ver qual vai ser o desafio que vai calhar à Sónia Brazão para a próxima semana... Arrebentar com esta merda toda!

segunda-feira, janeiro 30, 2012

O delírio é contagioso


Do you ever have that feeling where you can’t tell if something’s a memory or if it’s something you dreamed?

Muito do que Martha vê (e a aterroriza) é muito pouco nítido na perspectiva do telespectador, fazendo com que este fique quase tão paranóico quanto ela. Isso, temos que admitir, não é nada agradável, mas, por outro lado, transforma-se num dos maiores triunfos deste surpreendente e ambíguo thriller psicológico.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

De confiança

Só o facto de saber que 50% dos Trust é 33,3(3)% dos Austra dá-me alguma “confiança” para recomendar o disco de estreia daquele duo de Toronto: “TRST”. Mas a electrónica retro, o ambiente gótico, uma orgia de sintetizadores e John Maus às cavalitas dos Crystal Castles, em doses muito generosas, cumpre ainda melhor essa função.

"Candy Walls" by Trust from Eva Michon on Vimeo.



Trust - Bulbform from Arts & Crafts on Vimeo.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Escândalo: faz-se serviço público com cartas de Tarot


As “Cartas da Maya” é o meu guilty pleasure de quase todas as manhãs. Foi a companhia que escolhi para o meu pequeno-almoço. Claro que podia ser muito melhor, mas também podia ser pior, como os noticiários pré-formatados dos canais concorrentes.

Do que já vi até hoje, ainda não presenciei nenhum caso em que ela tivesse dado indicações contrárias aquelas que um médico, um advogado ou um psicólogo pudesse dar, baseado exclusivamente nas escassas palavras do outro interlocutor. Pelo contrário, já a vi mais que uma vez a incentivar para que as pessoas recorram à medicina portuguesa, ao mesmo tempo que a elogia desmesuradamente. Também já assisti a um caso em que ela deu todas as indicações certas para que uma pessoa pudesse avançar com umas partilhas. Nos casos sentimentais, o que oiço dali é basicamente o concelho que se espera do melhor amigo ou amiga. Se alguém se vê envolvido com alguém casado, que se acabe com as ilusões e que se ganhe consciência imediatamente das reais possibilidades de tal relação; se o filho arranjou uma mulher que lhe inspira pouca confiança, que deixe o filho sair definitivamente debaixo das suas saias e que aprenda a viver sozinho os seus amores e desamores; ...

Sinceramente, acho que mais grave do que ela fornecer informações que não são da sua competência, como já foi acusada, é haver tanta gente a precisar de recorrer aos serviços de uma taróloga para se orientarem nesta sociedade. Isto pode ser um indicador de desequilíbrio destas pessoas que ligam insistentemente para aquele número de valor acrescentado para que alguém lhes diga que se tem qualquer sintoma devem ir imediatamente ao médico, ou se estão desempregados é porque devem mudar de estratégia na procura de emprego, ou procurar formação subsidiada, etc, mas também pode revelar o total descrédito, de algumas daquelas pessoas, no actual funcionalismo público.
O que será afinal verdadeiramente mais perigoso: uma previsão (previsível) em forma de concelho básico da Maya ou um primeiro-ministro que diz “se estás desempregado muda de país”?

terça-feira, janeiro 24, 2012

Voltemos a 1999


Ainda estou à espera de ouvir dizer que a economia mundial está em mau estado por causa de um gordo, tão inteligente quanto alienado, que ficou com parte dos "mega"-lucros das companhias discográficas.

Agora que se percebeu o verdadeiro potencial financeiro do download, seria esta a melhor altura para reorganizar todo o sistema de distribuição de música e torná-lo mais favorável a quem de direito: o autor/criador. Mas não, parece que vamos continuar com a guerrinha "anti-pirataria" que só pretende beneficiar quem a começou - os mesmos que achavam que a iam vencer com um CD anti-cópia.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Bibá Pipa?

Venho por este modesto meio pedir aos senhores da SOPA, da PIPA e da POPOTA que adiassem esse tão desejado armagedão cibernético para daqui a mais uns tempos. Do género: para quando fazerem um mínimo esforço para baixar os preços dos CDs, ou para quando não tivermos que esperar um ano pela estreia de um filme nas salas portuguesas (se é que chega estrear) ou esperar que um canal nacional de TV decida adquirir séries de jeito e que não as coloque às 4 da manhã. Até lá, parece-me prematuro.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Porcelain Raft

O disco de estreia da banda que vem fazer a primeira parte de M83 no próximo mês de Março ao Hard Club, no Porto, e ao Lux, em Lisboa, é uma das boas surpresas deste início de ano. "Strange Weekend" sai já para a semana e, certamente, ainda vamos ouvir falar muito dos Porcelain Raft.

Porcelain Raft - Unless You Speak From Your Heart by DOJAGSC

Afinal o desemprego tem solução

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Agora que já todos sabemos o que é a Maçonaria

... não estaria na altura de perguntar a essa malta que parece também estar muito bem representada na nossa Assembleia da República, se, no role de interesses que pretendem servir a sua irmandade, sobra algum espaço/tempo para os interesses do seu eleitorado?

terça-feira, janeiro 10, 2012

sexta-feira, janeiro 06, 2012

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Acho que eles vão recuar uns 60 anos só para chatear a União Europeia

Um dos 27 membros da União Europeia, alterou a constituição, cerceou algumas liberdades e garantias e colocou todos lugares de influência nas mãos de amigos do primeiro-ministro Orban. A Hungria apagou a República da bandeira e explicou a Bruxelas que o não vai fundir o banco central com mercados reguladores até 2013. (...)

O primeiro-ministro da Hungria Viktor Orban e as suas mudanças regressivas está a deixar a Europa à beira de um ataque de nervos.
Tive a analisar o currículo do tal novo “Salazar” húngaro e descobri que o partido que ele criou e continua a pertencer, o Fidesz, começou por estar integrado na Internacional Liberal (rede de partidos liberais, onde se inclui o liberalérrimo Progressive Party islandês), mas nos anos 90 inverteu radicalmente de posição, tornando-se no partido conservador de centro-direita que é hoje. Isto tudo para dizer que se há pessoa que não devia ficar surpreendida, e até, quem sabe, identificar-se, com este "tornado de mudança" é o senhor presidente da comissão europeia, ex-primeiro ministro português, doutor Durão Barroso.

São muitas as alterações à constituição húngara, que até já era uma das mais conservadoras na Europa, e há várias que podia destacar, mas fico-me por uma.
Imagine que se deram ao trabalho de incluir uma lei que obriga a incluir a preparação para a vida familiar no currículo escolar! Até já estou a imaginar um bom exemplo:

(...)
Aptidões e competências sociais:
- Depois de fazer os deveres, sento-me no sofá ao lado do meu pai a ver a TV estatal, enquanto a minha mãe está na cozinha desde as 8 da manhã a preparar as refeições do dia;

Aptidões e competências técnicas:
- Já ando a treinar a copulação com a Vanessa da minha turma; também já treinei com o José, só para evitar a criação de fetos que são tão humanos quanto eu e o meu pai (já a minha mãe...) ;
(...)

terça-feira, janeiro 03, 2012

A incoerência de um certo moralismo

Nas últimas semanas o País foi invadido pela foto de um cadáver nu de uma mulher horrivelmente espancada. Em revistas, outdoors, até no exterior de autocarros todo o Portugal foi confrontado com esta imagem de terrível violência. Quem terá feito tal barbaridade à pobre senhora? Não só os golpes mas a suprema infâmia de ser exposta desta forma inqualificável?

Aquela infeliz deve ter tido uma vida difícil, sofreu morte horrível, mas nem depois de morta conseguiu o respeito mínimo devido ao ser humano, sendo vergonhosamente explorada. Com a cara visível, identificável por conhecidos, a desgraçada sofreu uma das sortes mais lastimáveis. Até nos filmes violentos os cadáveres costumam ser tapados, filmados lateralmente, ao menos com a cara coberta. Aqui a obscenidade e degradação não conheceram limites, nem sequer na divulgação. Em todo o lado e circunstância, todo o País, incluindo crianças e pessoas impressionáveis, é forçado a contemplar esta imagem sumamente repulsiva.



O que mais me surpreende é o autor deste manifesto pro-outdoors-só-com-imagens-bonitinhas, suprassumo da moralidade portuguesa e economista nas horas vagas, nunca ter escrito (pelo menos que eu tivesse lido) uma linha sobre as imagens “pouco católicas” que abundam (nunca tal palavra foi tão bem empregue) as páginas de anúncios eróticos do diário (entre outros) para qual escreve. As “crianças e as pessoas impressionáveis” não vêem as páginas centrais dos jornais ou o Código da Publicidade é mais importante que o Código Penal (Artigo 170.º - Lenocínio)?
Pensando melhor, isto não me devia surpreender assim tanto, já que “não há almoços grátis”.