quarta-feira, janeiro 30, 2008

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Os erros do Luís

A singularidade dele começa quando marca almoços comigo em locais estratégicos, onde se sabe que à partida que, naquela peculiar hora, esses sítios vão estar repletos de pessoas. Nomeadamente: centros comerciais. Aparece-me à frente, sempre, envergando a sua farda de piloto de uma companhia aérea. Ao contrário de muitos, o Luís faz questão de não ser discreto. Ninguém passa por ele e deixa de o contemplar e se há coisa que ele adora, é exactamente isso: que não se fique indiferente à sua presença. Ele é bem-apessoado mas é a tal farda que marca a diferença. Gosto de ver os olhares dos outros, sobretudo das mais recatadas mulheres que se esforçam para não serem captadas a observar. Dá-se a troca de olhares: ele conversa comigo e simula olhar para mim, elas olham (discretamente) para ele e eu olho (discretamente) para elas. Aquela farda rende e ele sabe disso. Já lhe rendeu, pelo menos, algumas tardes de prazer e ele também já percebeu que a sua aliança no dedo anelar deixou de ser um entrave quando há uma superlativa atracção pela sua vestimenta.
Ao contrário do que se possa imaginar, o Luís não é tão indiscreto com a sua intimidade. Fala muito pouco dela, apesar de me dar a conhecer todos os seus “casos”. Mas, ao contrário de outros amigos, não entra em pormenores. Dá-me a conhecer o essencial e deixa em suspenso o que ele é em privado. Alguém que chegou a desabafar comigo todos os seus mais recatados medos e receios – porque mesmo alguém que tripula um Boeing com quase 200 vidas a bordo também os terá -, estranhei inicialmente que não alargasse o âmbito das suas confissões para outras áreas. Até que um dia coloquei como hipótese o seu interesse na minha pessoa ir um pouco mais além da boa companhia e da boa conversa. Até ao dia que percebi que alguns daqueles olhares mais profundos poderiam querer significar mais que uma prova de confiança. Até ao dia em que, num desses almoços pré-combinados, a sua perna se deixou ficar colada à minha demasiado tempo para eu considerar ser mera distracção... Entre outras insinuações mais ou menos directas. Ele é uma pessoa bastante prática e sempre me quis dar a entender que todas as vertentes da sexualidade lhe causavam, no mínimo, curiosidade. Eu sei que ele sabe que eu sei o que ele sabe que eu sei...
Tudo o que mais pudéssemos partilhar a um nível mais carnal, poderia lhe ser tão indiferente quanto como qualquer um dos seus casos extra-matrimoniais. Com uma componente extra de facilidade: por eu também ser homem e poder pensar da mesma forma, digamos, uma forma descomplicada. É esse um dos erros do Luís, achar que penso à sua maneira. O outro será não entender que a bissexualidade e a promiscuidade estão a milhas de distância de serem sinónimos. E o maior erro poderá ser: pensar que a minha amizade para com ele não possa sair abalada por “mais uma queca” no seu currículo.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Save for work Porn

... ou uma boa forma de ridicularizar a pornografia. Mais aqui.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

A filha da putice não tem limites

Descansa em paz e muito, muito longe destes filhos da puta, Mr. Heath Ledger.

E tudo o vendaval trouxe

Salvo algumas (pouquíssimas) excepções, tivemos, por cá, um final de ano medíocre a nível de boas estreias cinematográficas. Portanto ninguém se surpreende com o facto de que, dos cinco filmes nomeados para o Óscar na categoria principal, só um ainda tenha estreado nas nossas salas: “Atonement” (“Expiação”) - estreou a semana passada e, ou muito me engano ou, deve ser o mais fraquinho dos cinco, mesmo que traga no currículo alguns Globos de Ouro e uma boas críticas. Ou seja: vem aí um vendaval de expectantes estreias. Os novos filmes de Sidney Pollack (como produtor), dos irmãos Coen e de um dos meus realizadores favoritos da nova geração: Paul Thomas Andersen. O outro nomeado que encerra esta lista é a surpresa indie, ou melhor, o “Little Miss Sunshine” (versão 'tuga: “Uma família à beira de um ataque de nervos”) dos Óscares de 2008, chama-se “Juno” e estou com esperanças de que ele me faça rir, tanto ou mais que o seu congénere de 2007. Não deve ganhar o tal Óscar, mas uma nomeaçãozita nesta categoria dá-lhe sempre uma certa visibilidade que precisa (e certamente merece). Estreia prevista em Portugal a 7 de Fevereiro.

Dois factos curiosos: Julie Christie foi nomeada para o respectivo prémio de melhor actriz e Julian Schnabel foi nomeado para o de melhor realizador. Sobre o primeiro, convém acrescentar que o filme, onde esta grande senhora entra, chama-se “Away from her” ("Longe Dela"), também nomeado para o Óscar de melhor argumento adaptado, nem teve direito a exibição nas nossas salas, passou directamente para o mercado do DVD. Quanto ao segundo facto, sobre o realizador e o seu filme: “O Escafandro e a Borboleta” - estreou quase despercebidamente por cá o ano passado e a nossa crítica parece ter dado aquele empurrãozito extra... para o precipício - anexado a uma expressiva classificação de “bola negra”, "alguém" terá escrito:
"Há filmes assim que não deixam quaisquer dúvidas: insuportáveis da primeira à última imagem. Sobretudo para quem gostar de melodrama, como nós, este sentimentalismo pateta, "realizado", pretensiosamente, na "primeira pessoa", não pode deixar de indignar. O modo como se trata a doença, o coma, o sofrimento, por interposta ficção, baseada (assume-se) em factos reais, é quase obsceno. Julian Schnabel não resiste a rodriguinhos e a chantagens emocionais, mas o resultado final é catastrófico."
Ou não?

terça-feira, janeiro 22, 2008

sábado, janeiro 19, 2008

Admiráveis seres

Admiro a coragem do transexualismo, transformismo e fenómenos similares. Alguém que não teme as consequências de uma sociedade preconceituosa e estereotipada e segue pelo difícil caminho de assumir para si e para os outros que nasceu com o sexo errado. Há quem faça disso um “hobby”, mas também há quem tome uma decisão definitiva e faça dela uma mutação integral e (quase) definitiva, com as consequentes transformações no seu próprio corpo. O passo heróico reside aqui: um homem consegue facilmente adquirir comportamentos e características femininas (e vice-versa), mas não alcançará as formas físicas do (tão desejado) sexo oposto com a mesma facilidade.
A maioria destas pessoas faz do milagre da transformação dum corpo o melhor remédio para o apaziguamento da sua alma. Uma alma que até então não se coadunava com o que via à frente do seu espelho. Serei eu o único a achar maravilhosa essa forma de arte de endeusamento do mundo do sexo oposto, transformando-se nele? Não serei certamente, mas também sei que, para muitos, eles/elas nunca deixarão de ser “aberrações da natureza” - mesmo que isso não seja impedimento para que estes “perturbantes seres” façam parte das suas mais recônditas fantasias sexuais, aliás, é melhor nem imaginar a percentagem de homens, seguríssimos da sua heterossexualidade, que não se importavam de serem “desenrascados” por um travesti. (O sexo é orientado pela “psico” do próprio e, simultaneamente, pelos comportamentos dos outros.)
Estranho, no entanto, quem limite a sua mudança ao/pelo sexo. Um sexo pode legitimamente incorporar ou transformar-se noutro por pura satisfação de fantasias e da realização dos seus mais íntimos desejos, mas tal pode ser também, tão-somente, a mais perversa e perigosa forma das obsessões: a de dar prazer a alguém do mesmo sexo, transformando-se no (sexo) oposto – só porque a sociedade assim o regrou como “normal”. É aqui que coloco as minhas reticências sobre o “fenómeno” destes admiráveis seres. Quando estes homens/mulheres não querem ser mulheres/homens por eles, mas pelos outros. Valerá mesmo a pena?

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Ele é tão... português!

“Nos últimos anos de missão de apoio à paz nos Balcãs, dezenas de militares casaram com raparigas da Bósnia. É o caso do sargento Fabrício...” (...)
“Ela chamou-me à atenção por ser uma pessoa muito forte e muito profissional... Era a nossa tradutora. Ela também é muito bonita, se calhar se não fosse bonita... (ri-se)”. “Em Reportagem”, “Da Bósnia com Amor”. Mais logo na RTP1.
Ela podia ripostar no mesmo sentido: “Ele chamou-me à atenção por ser uma pessoa muito sincera e humilde... Ele também é (muito) português, se calhar se não fosse (tão) português...”

terça-feira, janeiro 15, 2008

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Chatisse contra-ataca

Alguém já kurtiu com o pai? Vamos tclr e quem sabe podemos trocar de pai.

Quando a perversão começa na nossa própria casa torna-se sempre mais complicado entender os seus limites. Isto agrava-se quando está envolvido alguém que nem consciência tem do que faz ou do que lhe pedem para fazer.
Esta pequena mensagem foi enviada para um dos chats do teletexto da SIC. Um chat que foi encerrado há mais de um ano atrás, não tanto por motivos relacionados com esses tais limites mas mais pela linguagem utilizada nestas mensagens. Para a autoridade que o regula, mais grave que haver claríssimos casos de pedofilia - que eu em tempos denunciei por aqui - ou incesto (como pode ser o caso), era estar a ser usado, para tal, “palavrões”. Depois reabriram-no, estipulando certas regras e impondo uma contenção na linguagem nas mensagens a publicar. Mas depressa se aperceberam que, por vezes, é difícil ao ser humano exprimir os seus mais íntimos desejos e vontades sexuais através de uma linguagem cuidada e sem uma ou outra ordinarice pelo meio. Não é tanto uma questão educativa, poderá ser mais uma questão racional, penso eu. Provavelmente, também, o negócio deixou de render o que rendia e acabou mesmo por se levantar o embargo à sms obscena. Ou seja, actualmente, voltamos aos primórdios e já tudo é permitido. Menos o bom senso.
Para quem acha que a sexualidade – nomeadamente, a virtual - dos portugueses é demasiado homogénea e, sobretudo, pouco criativa e original, aconselho, desde já, uma visita a este “mundo”. É verdade que são fantasias que cada vez menos me surpreendem, ou eu não soubesse que as tradições e bons costumes, por norma, andam sempre de mãos dadas com a perversão em última escala e a mais dissimulada. No entanto não me deixo de espantar com a naturalidade com que são expostas publicamente, sobretudo porque não são feitas de forma anónima e parece que, até há algumas que, são legalmente condenáveis. Ninguém diria...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Push & Bear

Através de uma amiga fiquei a saber que a loja da Pull & Bear, num conhecido centro comercial em Lisboa, está a recrutar colaboradores (M/F) com base nas seguintes condições:
Horário: 19h – 24h, sete dias por semana, com 15 minutos de período para uma refeição (falou-me em dois dias de folga “mensais”, mas deduzo que tenha percebido mal, ou seja: devem ser semanais – i hope!)
Remuneração Ilíquida: 250 euros
Podia-me associar à sua consternação começando logo pelo horário, digamos, indefinido. Indefinido nem me parece que seja a palavra mais correcta a aplicar a esta situação. Talvez, falso. Senão vejamos, segundo palavras da minha amiga: a loja fecha de facto à meia-noite, mas é exigido que todos os colaboradores devam permanecer na loja até que esta esteja preparada para a sua reabertura na manhã seguinte. Sendo assim, não me parece que o horário proposto seja o mais transparente.
Depois vem a questão da remuneração ilíquida, ou seja: sem descontos. Neste caso, aplica-se só os 11% da Segurança Social, já que, como se sabe, um “ordenado” deste montante está isento de IRS. E prémios haverá? Subsídios de turno: por tratar-se de um período laboral fixo penso que não seja aplicável. Comissões? Sei que é por aqui onde se pode ir buscar grande parte do rendimento deste tipo de empregos. Pode, inclusive, conseguir chegar-se a duplicar o valor da remuneração base, mas para isso é necessário que haja uma política de prémios bem implementada e com regras claras (e legais). As comissões de vendas são de facto um bom incentivo mas aplicam-se a este caso específico? Sinceramente, não me parece. Já visitei várias lojas desta marca e nunca fui interpelado por qualquer empregado. O público-alvo é jovem, e jovem que é jovem não é muito influenciável por opiniões dos mais velhos. Chega-se, vê-se, experimenta-se e compra-se (ou não). Só mesmo em último caso interrompe-se o trabalho do lojista para solicitar qualquer esclarecimento.
Face a isto, sinceramente nem sei o que me parece mais grave: se um full-time job camuflado de part-time (35 horas semanais?!), se um novo tipo de escravatura camuflada por um trabalho remunerado (a pouco mais que um euro e meio à hora?!).

quinta-feira, janeiro 10, 2008

A decisão: Alcochete (2007)


Os taxistas foram os primeiros a chegar!

"Ou o amor ou os deslizes. E deslizes no amor dá qualquer coisa como dois infelizes."

(...)
Vários amigos meus estão agora a separar-se. Lamento por eles, porque há também um bocadinho de mim que morre com o amor que nunca foi meu mas que vi nascer. É definhar. Assistir ao fim do amor mata-me.(...)
O amor comporta muitos sacrifícios, mas depois há um dia em que acordamos e aquela força parva que nunca esteve do nosso lado acorda connosco e deperta para nunca mais adormecer.(...)
Os meus amigos eram quase perfeitos no amor, ou na ideia que temos dele. Não fossem os deslizes. E os deslizes são graves. Ela desculpou o primeiro, não quis ver o segundo, chorou o terceiro, arrependeu-se de ter permitido o quarto, e se calhar foi ao quinto que disse: “Chega!”. Por “deslize” não tem que se entender um acto consumado, mas a intenção de cometê-lo. Para mim, e para ela, são igualmente importantes. Enquanto que a pessoa com quem partilhamos a cama está a pensar como vai cometer esse deslize, nós já deixamos de existir na cabeça dela. Ou só existimos porque constituímos um entrave ao acontecimento.
O meu amigo está a sofrer, é verdade. E há uma parte de mim que também é solidária com a sua dor. É que, para ele, os deslizes não tinham importância nenhuma porque ele gosta mesmo é dela. Deslizes e felizes são palavras que rimam na cabeça dele. E curiosamente rimam mesmo. Mas na minha fazem faísca.
A acabar o ano permitam-me estas linhas de filosofia barata, como se eu soubesse escrever outra coisa... O amor bem nutrido compensa mesmo e a fidelidade (por mais que a braguilha torça) é um mal necessário. Ou então já sabem que tudo o que fizeram vão também receber. Eu sei isso tão bem do meu passado recente. Isto não quer dizer que não prevarique... Tenho é consciência que não vou ser poupada pela má sorte.
Ou o amor ou os deslizes. E deslizes no amor dá qualquer coisa como dois infelizes.
Não é tão fácil de perceber o amor?



Parte da crónica de “O Sexo e a Cidália”, de 29 de Dezembro de 2007 NS (DN)

terça-feira, janeiro 08, 2008

Curtíssima


Duas amigas bebem demais... Brincam... e o desejo subitamente perde as amarras. Acabam na cama. Acordam, no outro dia, nuas, coladas uma à outra. Depois, deambulam separadas silenciosamente pela casa. Estranhas e incomodadas com a presença uma da outra. Repudiam-se, esbofeteiam-se, abraçam-se e beijam-se. Sentimentos díspares. Os actos são instintivos e as palavras não são ponderadas. Não acaba bem a curta-metragem de Myriam Donasis (“Le lit froissé”), que passou no “Onda Curta” na madrugada de ontem na RTP2. Também estava a gostar de ver a curta portuguesa “O estratagema do amor” (inspirado num conto de Marquês de Sade) até ao momento em que esta estação pública decidiu, sem nenhuma razão aparente, interromper o filme a meio. Ainda coloquei como hipótese uma eventual falha técnica e que, após a “publicidade institucional”, voltassem a dar voz à encantadora marialva que seduzia todas as mulheres bonitas (a Margarida Vila-Nova fazia parte deste lote) que passavam pelo seu palacete e ao infortunado rapaz que se deixou cair nos seus encantos - chegando ao limite de se transvestir de mulher para poder também participar numa das suas festas e, assim, estar mais próximo da sua amada. A emissão do “Euronews” apareceu e eu perdi totalmente as esperanças de voltar a ver o único filme de época que, apesar da hora tardia que passou, não me deu vontade de dormir.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Em Portugal, um homem que não tenha um bom paleio não arranja mulher

Ao contrário do que poderia previamente pensar, as histórias extraconjugais do “Mário” têm para mim algum interesse. Os encontros e desencontros com as mulheres que passam-lhe pelas mãos e que se deixam encantar pelo seu lado sedutor démodé são sempre peculiares.
“A net é uma treta... E perde-se demasiado tempo!”, diz ele, algo desiludido com as potencialidades das novas tecnologias. “Prefiro os métodos tradicionais. O cortejamento dá sempre os seus frutos... Nem que seja uma tampa.” Fala naturalmente com orgulho das suas conquistas, das sua “amigas”. Perdi a conta delas e penso que ele também. No entanto, há sempre algumas fixas, para resolver situações de “emergência”. Distraído como é, surpreende-me a sua desenvoltura e capacidade de organização de contactos e encontros. Mas ele safa-se... Tem-se safado, pelo menos. Casadas, solteiras, divorciadas, magras, gordas, altas, pequenas, ricas, pobres, aparentemente não há critério de selecção. O único requisito necessário parece-me ser unicamente o de serem sexualmente activas. E suficientemente liberais, ao ponto de haver sexo anal nos seus encontros. “É o meu prato preferido e não posso prescindir dele numa boa sessão de sexo”. Questiono-lhe se todas as mulheres com quem esteve já tinham sido iniciadas nessa prática sexual. “Não. Nem por sombras. Muitas aprendem tudo comigo e eu, modéstia à parte, até sou um bom professor.” (Rindo-se continuamente)
Vai da portuguesa “mais difícil de dar a volta”, até à brasileira “safadona” que “pede por mais e que arrebenta comigo”. Aproveito logo a deixa e tento ver se é desta que entendo esta apetência – pelo menos da fama não se livram - das mulheres brasileiras para o sexo anal. Ele dá-me, convictamente, a sua opinião sobre o assunto. “É uma questão cultural... No Brasil, uma mulher que não dá o rabo não arranja homem. Portanto está de tal modo enraizado socialmente que não faz sentido sequer ser questionado... Porque é que achas que elas fazem tanto sucesso entre nós?”. Parece-me óbvio que, de facto, o Brasil ganhou, nos últimos tempos, alguma relevância no mercado do turismo sexual mas contraponho com o facto de que nem toda a gente poderá tirar o mesmo prazer dessa prática e que há toda uma vida fantástica para além da submissão inquestionável. “Respeito quem não queira, mas ainda não encontrei uma brasileira que não gostasse. Aliás, regra geral, são elas que me pedem...”. Equaciono depois, para tornar a conversa mais animada, a hipótese de as mulheres brasileiras inverterem esta situação: “um homem brasileiro antes de exigir seja lá o que for da sua mulher, precisa de a respeitar e respeitar as suas decisões, sob qualquer pretexto”. Obtenho uma resposta imediata: “Seria impossível, pois deixaria de estar em jogo um factor cultural mas um histórico ou social. Importantíssimo...”.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Sobre as minhas costas


Carrego o peso dos meus desejos concretizados e por concretizar. A dúvida surge nestes períodos por não saber o que mais pesa: desejar o que nunca tive, ou ter aquilo que nunca desejei.
Os balanços podem ser frustrantes, os prognósticos podem ser pouco animadores. E as minhas costas vão suportando tudo isso. Até quando?