domingo, dezembro 30, 2018

Escolhas cinematográficas de 2018



O cérebro humano consegue ser sempre fascinante e surpreendente. Do plano mais superficial ao mais profundo, todas as memórias conseguem ser resgatadas e reproduzidas de uma forma mais ou menos verossímil.

Alguns dos melhores filmes vistos este ano partilham esta ideia. 2018, também por isso, será sempre um ano cinematograficamente memorável.
Por vezes é só mesmo isso que nos resta de alguém muito próximo, talvez ainda mais próximo depois do seu desaparecimento... (Nelyubov).  As memórias. Quando partilhadas por um grupo de individuos e depois até se descobre que existem surpreendentes pontos críticos de contacto que jamais pensariam existir quando esses factos aconteceram (Minding the Gap). No fundo, são esses pontos comuns subconscientes que reforçaram as suas ligações na altura. Depois também se pode pegar nelas (memórias) e prestar uma extraordinária homenagem às pessoas responsáveis por aquilo que somos hoje, que é como quem diz: as pessoas mais importantes da nossa vida (Roma). E ainda há aquelas memórias muito difíceis de serem resgatadas. Sim, são os traumas que o nosso inconsciente esconde, disfarça ou pior: transfigura, no local mais sombrio da nossa mente (The Tale). Os especialistas dizem que o cérebro faz isso para nos proteger. Será? O melhor filme que vi este ano diz portentosamente que não.