sexta-feira, dezembro 30, 2005

Vou só ali...

... mudar de ano já venho.

PS - Também queria dizer que ontem foi o dia mais produtivo da minha curta vida bloguiana (3 posts!). Não é para quem quer nem para quem pode, é para quem não tem mais nada para fazer!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Pergunta do dia

Ao fim de 24 dias todos os kits de natal do Rock in Rio-Lisboa foram comprados superando todas as expectativas para esta iniciativa. O público aderiu em força à sugestão da organização tendo esgotado em poucos dias os 10 mil kits disponíveis na Fnac.

Como é que se compra um kit (t-shirt + bilhete diário) para um evento que só ocorrerá daqui a 6 meses, sem haver sequer um terço de bandas confirmadas e as que estão (Carlos Santana, Ivete Sangalo, Xutos & Pontapés e Jota Quest), são de um gosto, no mínimo, duvidoso?
Resposta: Com cartão de crédito, obviamente.

Hierarquias

Na empresa alguém agarra no telefone e diz:
- "PAULINHA!, MEXE O CU E TRÁS-ME UM CAFE COM DOIS PASTEIS DE NATA ANDA, LINDONA! JÁ!!!
Do outro lado da linha telefónica ouve-se uma voz de macho que responde:
-"FILHO DA PUTA, ENGANASTE-TE NA EXTENSÃO! SABES COM QUEM ESTAS A FALAR???!!! ESTÁS A FALAR COM O DIRECTOR GERAL IMBECIL!!!
O outro, passado uns segundos, responde:
- E TU Ó MEU CORNO DA MERDA? GRANDE CABRÃO!!! SABES COM QUEM ESTÁS A FALAR?
O director geral responde:
- NÃO!!!
E o empregado diz:
- Uff, ao menos isso! - ... e desliga!!!

Sons de 2005

Talvez nem sejam os melhores, mas serão certamente os discos que mais me surpreenderam e rodaram por aqui:


Sufjan Stevens - (Come on feel the) Illinoise



Electrelane - Axes


Antony and the Johnsons - I am a bird now


Animal Collective - Feels


Bloc Party - Silent Alarm

terça-feira, dezembro 27, 2005

Os Sobreviventes

Jarawa, Onge, Sentinelese, Shompen e Great Andamanese são as cinco tribos que povoam as Ilhas de Andaman e Nicobar (India) na Baía de Bengala, Oceano Indíco. Tratam-se de indígenas que vivem primitivamente e até muito recentemente isolados da civilização. Toda aquela região estaria perto do epicentro do terramoto asiático que ocorreu há um ano atrás e onde o consequente tsunami provocou ondas com mais de 10 metros, e o mais lógico seria que, face ao que aconteceu em outras zonas mais civilizadas no sudoeste asiático, não sobrevivesse qualquer pessoa. Aconteceu o oposto. Não há registos de qualquer óbito. Como foi possível que os nativos que estão a milhares de anos da nossa civilização, das nossas tecnologias que permitem prever tsunamis, tivessem sido todos salvo ao contrário do que aconteceu nas zonas mais urbanizadas?

Não são poucos os geólogos que consideram pelo menos aceitável a probabilidade de que os deslocamentos das placas subterrâneas que precedem as erupções vulcânicas e os terramotos possam ser detectados por animais, muito antes dos humanos e as máquinas que eles inventaram. O assunto nunca foi estudado profundamente, mas os indícios de que os bichos têm predisposição para sentir esse tipo de coisas são imensos. E mais uma vez temos a confirmação: todos os animais (elefantes e leopardos, na sua maioria) que se encontravam no Yala National Park, a maior reserva natural do Sri Lanka conseguiram-se salvar do tsunami porque pressentiram algo fora do normal e fugiram para áreas mais altas. Terá sido justamente isso que aconteceu com as tribos das Ilhas da Baía de Bengala: serviram-se dos seus mais básicos instintos? Obviamente que são casos (e instintos) diferentes, mas o que no fundo salvou todos aqueles animais e humanos foi o seu contacto permanente com a natureza, os seus ciclos e alertas. Ou seja, enquanto numa qualquer praia da Ilha de Ko Phi Phi (aonde foi filmado “A Praia”, de Danny Boyle), na Tailândia, quando a maré subita e estranhamente vazou, a maioria dos habitantes e turistas que por lá se encontravam permaneceram (até há quem tenha aproveitado para seguir a maré para apanhar os peixe que iam ficando ao longo da praia!) no local e mantiveram-se estupidificados a olhar para o mar enquanto ele já apresentava sinais da sua revolta a poucos centenas de metros da costa; nas Ilhas de Andaman e Nicobar, os seus nativos fugiram imediatamente para as altas florestas logo que o mar começou a recuar daquela forma assustadora.

Ao contrário dos animais, não foram os instintos inatos que os salvaram desta catástrofe, mas os ensinamentos que passaram de geração em geração, alguns associados a mitos e histórias ancestrais, que se baseiam, acima de tudo, num grande respeito pela natureza. Isto mais do que uma grande lição ou uma versão moderna da revolta dos Deuses com uma nova “Arca de Noé”, é um valente murro no nosso estômago “inteligente” ocidental!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Aos adolescentes de hoje e de ontem...

Num dos últimos programas da Oprah que vi, abordou-se alguns dos problemas que as adolescentes americanas (o programa é americano mas estou em crer que tais problemas são, seguramente, globais) atravessam nessa fase da vida, nos dias de hoje.
Mais que qualquer outro assunto, o sexo foi dos que mais me chamou a atenção, pois se as primeiras experiências sexuais associadas à descoberta dos seus próprios corpos podem ser daquelas experiências únicas e maravilhosas, também podem ser perigosamente traumatizantes. O testemunho de uma das adolescentes convidadas, que confessou ser viciada em sexo e numa “estranha” vontade constante de agradar os rapazes e, que por mais que quisesse, não conseguia parar, foi fulcral para demonstrar isso. A psicóloga de serviço explicou, fria mas eficazmente, que tais problemas eram cada vez mais comuns entre as adolescentes dos tempos de hoje e tal acontecia, e tentando transcrever o que foi dito: “porque vocês tratam o vosso corpo como um caixote do lixo... um caixote do lixo que reflecte as vossas inseguranças e que só recolhe o sémen e todas as inseguranças dos rapazes... o resultado é que vocês ficam frustradas e deprimidas porque não recebem o que verdadeiramente mais desejam nesta idade e os rapazes ficam mais fortes e seguros que nunca”. Quando acabou o programa, ao fazer zapping por outros canais, parei na MTV e ao ver alguns videoclips americanos, nomeadamente de hip-hop, percebi que não precisamos de procurar muito para constatar que tal facto é uma realidade.
Penso que toda a parafernália de informação e imagens que as adolescentes de hoje recebem do exterior está a ser assimilada, por elas, de uma forma errada e isto associado ao estereótipo da supremacia masculina enraizado na nossa sociedade, só faz com que o “objecto” que pretendem (inocentemente) conquistar as descredibilize e as vulgarize e passe a ter um papel de dominador. E repare-se o quanto é grande a diferença entre conquistar e dominar! A submissão poderá funcionar muito bem como uma fantasia (e desde que todas as pessoas envolvidas assim o desejem) mas NUNCA como uma regra ou mesmo um modo de vida, e muito menos nestas idades.
Este fenómeno é um círculo vicioso assustador, já que a insegurança e a submissão passam a andar fatalmente de “mãos dadas” e deixará marcas para o resto da vida, mas, acrescente-se: isto não é uma questão exclusiva da adolescência.

A Educação II

A Educação I

terça-feira, dezembro 20, 2005

O António não morreu!

Eu quase que jurava que tinha visto o gajo a fazer de recruta e a trocar uns “mimos” com o José Castelo Branco numa caserna, enquanto tentava comer a Romana... das duas uma: ou este actor, com toda a sua versatilidade, é mesmo brilhante, ou isto tudo poderá ser fruto da minha fértil imaginação.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

California Dream


"No passado, Portugal foi um País de sucesso. Dizia-se mesmo que Portugal era a Califórnia da Europa. Porque é que não podemos voltar a esse tempo?"

questionou o candidato presidencial Cavaco Silva, numa referência implícita aos 10 anos em que foi primeiro-ministro, de 1985 a 1995.

Agora entendemos todos porque Santana mandou plantar as palmeiras na Figueira: aquilo era para ser a Laguna Beach cá do sítio. E o “novo” Casal Ventoso, com todo o seu “potencial”, seria a nossa Hollywood. As letras gigantes de “Windy Village” também não ficariam mal ali para as encostas de Monsanto.
Para além de a A2 ser uma cópia descarada da Route 66. Só se colocou portagens para distinguir!



Give me King Cakesss!!! (Our new governator said)

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Aviso

Ao meu boss, que por sinal é um grande fã de Sean Connery: numa próxima sexta-feira à tarde em que se lembre de pedir um trabalho “urgentíssimo”, para ser apresentado na segunda-feira seguinte às 10 da matina, pergunto-lhe se conhece este filme:


ZARDOZ, John Boorman (1974)

Eu posso passar um fim-de-semana lixado, mas ele terá pesadelos para o resto da vida.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Estacionamentos

Parece que se encontrou uma solução para os problemas de falta de estacionamentos na cidade de Lisboa:

quarta-feira, dezembro 14, 2005

O amor é eterno?

Cientistas italianos descobriram a fórmula da paixão, ou melhor, do “amor romântico” (?). Parece que o “Factor de Crescimento Nervoso” existe em maior quantidade no cérebro humano durante a fase inicial do relacionamento amoroso entre dois seres humanos, revela um estudo de investigadores da Universidade de Pavia.


Desde do primeiro momento que cheguei aquela festa de aniversário que reparei neles. Passaram grande parte da noite junto da mesa central, aonde se encontrava a maior parte da comida. Ora sentavam-se, ora levantavam-se sempre que alguém os ia cumprimentar ou “só para meter conversa”:
- Então Dona Almerinda, isso vai ou quê?
- Olha o João... não vale a pena levantar-se... está cada vez mais jovem! Tem que me contar o seu segredo...
Tratava-se de um casal simpático de sexagenários. Não comunicavam muito entre si mas passaram grande parte do fim de tarde (e princípio da noite) juntos e, dada a sua estratégica localização, não isolados do resto dos convidados.
Numa das vezes que me dirigi à tal mesa, a Dona Almerinda já lá se encontrava e trocamos sorrisos e uns breves cumprimentos. Ao mesmo tempo que escolhia meticulosamente uns doces para um prato, dizia-me:
- Tenho que ter cuidado... ele tem diabetes, não quero que o homem me fique pior!
- Pois... tem que ter cuidado com isso.
- Ainda por cima ele é guloso. Vou-lhe só deixar provar um pouco desta tarde de maçã que me parece o menos açucarado do que está por aqui.
Entretanto chegou a filha:
- A mãe sempre cuidadosa... – E olhando para o prato, ainda disse – veja lá, você também não pode abusar!
- Eu sei filha, mas tenho que ter mais cuidado com ele do que comigo. Ele está pior que eu!
- Acho bem. Mas não se descuide da sua, por ficar só a pensar na saúde dele! – Opinou a filha.
- Oh filha, não te preocupes que para o ano estamos cá todos outra vez, se Deus quiser e se não quiser, não estamos. Prontos!
- Ai... já não se ama como antigamente, já viste? – Virando-se a filha para mim e esperando a minha concordância a tal afirmação. E foi nesse momento que a mãe exclama:
- Oh rapariga, a gente já não se gosta assim...! Nos primeiros tempos sim, acredito que tenha havido muito amor entre nós, mas agora... há carinho, há atenção, há companhia, ... – Dizia ela enquanto olhava para o marido.
- E há amizade! – Rematei eu.
- Exactamente. Somos muito amigos, eu olho por ele e ele vai olhando por mim. Desde que lhe começou a aparecer alguns problemas que a minha vida se tornou um desassosssego... mas também não vejo outra vida para mim.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

O presente que não quero receber neste natal

"Fernando Madureira - O Líder", será lançado na próxima quarta-feira, dia 14 de Dezembro, no Estádio do Dragão, no Porta 29 Café (entre as portas 3 e 4), pelas 18h30.
O livro da autoria de Filipe Bastos, editado por 'O Gaiense', tem 272 páginas e relata as vivências de Fernando Madureira (Macaco), líder da claque Super Dragões, desde os primeiros passos na Ribeira até ao topo do Mundo, na final da Taça Intercontinental, em Yokohama.

Apesar de não o querer ler, não deixo de ter alguma curiosidade em relação aos assuntos (educativos) que serão abordados. Palpites?

- Como gamar uns chocolates e cerveja nas estações de serviço a caminho dos jogos;

- "Pedrada ao alvo" em três lições: 1ª autocarros; 2ª lampiões; 3ª (só para especialistas e depois de passarem, com distinção, as duas anteriores) cabeça dos lampiões;

- Como lixar o melhor treinador do mundo, mandando umas "bocas" e metendo a namorada na história;

...

Resistente!

Imagine-se que encontro um amigo num bar e, depois de o cumprimentar, reparo que está com um olho negro. Pergunto:
- O que foi que te aconteceu?
- Levei com um frango congelado na cara, pah! - responde o meu amigo.
- Mas como foi que isso aconteceu?
- É que ontem minha mulher estava de mini-saia... e ela abaixou-se para ir ao congelador para tirar qualquer coisa. Eu estava atrás dela e não resisti, agarrei-lhe logo ali...
- A sério?
- Claro! E ela não queria, remexia-se, e eu fiquei com mais tesão ainda... e mais ela gritava, mais eu continuava...
- Fod...!
- E ela debatia-se como uma louca, e eu cada vez com mais tesão...
- Bem... estou a imaginar a cena!?
- E então, enquanto eu me preparava para a comer, ela conseguiu alcançar um frango congelado e mandou-me-o à cara!
- Xxxiça! A tua mulher não gosta de sexo?
- No Carrefour não...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

O que é aquilo?

- É o Super-Homem?
- É o submarino do Paulo Portas?
- É o TGV?
- É o buraco orçamental?
- É o bolo rei de Cavaco Silva?
- Não, é só mais um avião da CIA! Baah!

terça-feira, dezembro 06, 2005

Duas marcianas numa disco alternativa

“... mas tinha assim umas camas lá no primeiro andar para o pessoal relaxar... a música também era muito esquisita, não percebo como é que aquela gente consegue dançar ao som daquilo mas enfim...”

Estavam duas colegas a contar as suas últimas aventuras a um outro colega, quando entrei na cafetaria do escritório aonde trabalho. Nem precisei de me mostrar minimamente interessado, para ser puxado para a conversa:
- Oh (agent) tu já foste ao Lux? – perguntou uma delas
- Já... mas já lá não vou há muito tempo...
- E gostavas daquilo?
- Ya, cheguei a lá ir algumas vezes.
- A sério?... Mas porque deixaste de lá ir?
- Sei lá... se calhar porque achava as entradas e os consumos estupidamente caros e as bichas...
- Aiiiii...! Também notaste? Havia tantas!?
- Não falava “dessas”... Das bichas... Das filas para entrar, no bar, nos “cabides”... Fiquei sem paciência para aquilo.
- Pois... mas não achaste que a maioria das pessoas eram assim... muito esquisitas? E aquela música...
- Mas vocês vêm de que planeta?... Costumam fazer isso muitas vezes?
Calaram-se e olharam uma para a outra ... e o meu colega riu-se. Até que a outra colega, que ainda não tinha dito nada, perguntou:
- Isso o quê?
- Ir para discotecas/bares sem se informarem previamente do tipo de “fauna” que frequenta e o tipo de música que se ouve?!
- Ahhh... Já tinhamos ouvido falar que aquilo era giro e muito bem frequentado e decidimos exprimentar. Por exemplo, este Verão também não conhecíamos e fomos ao encerramento da Casa do Castelo... e adoramos não foi? – A outra confirmou.
- ...

Sorri. A conversa continuou enquanto eu enchia um copo com água e ainda ouvi mais algumas pequenas “críticas”. Pensava entretanto que, provalmente, depois desta desilusão, aquelas duas jeitosas nunca mais arriscariam sair do eixo 24 de Julho – Docas, do qual aliás, nunca deveriam ter saído.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Anónimos

Ainda a propósito do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, veio daqui o melhor texto que encontrei pela comunidade blogueira e diz o seguinte:
Tenho 32 anos. Ou seja, sou da geração que apanhou com o virús na cara. Não sou daqueles que pode dizer "coitadinho de tal, tem SIDA". Sou dos que dizem "tenho sorte, não me calhou". E lembro-me como se fosse hoje de uma conversa na Praça das Flores: "O Variações morreu. Tinha uma doença que apanhou por causa de umas tintas para o cabelo". Os anos passaram e eu já sei muito bem o que são as tintas para o cabelo. E também sei muito bem o que é uma contagem de CD-4, os anti-retrovirais, o AZT, os inibidores de protease, a carga viral e o diabo a quatro. E sei o que é ir ao Curry Cabral ou ao Egas Moniz e entrar nas unidades infecto-contagiosas. E também sei o que é ver os fantasmas - quando não são os nossos amigos são sempre fantasmas - a lutar contra si próprios. Contra o medo. Sim, esse que vai ter tudo. Pois é, para mim a SIDA não é um estranho. É a cara do F, do J, da M, do N... A bem dizer, é a cara do abecedário quase todo. E pergunto: porque é que depois de tantos anos continuo a escondê-los atrás de iniciais? E porque é que depois de tantos anos muitos continuam a achar que eles não passam de iniciais?
FTA

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Outro candidato a Belém



Parece que o P.N.R. também já tem o seu candidato à Presidência da República. Para além deste cartaz, enviaram-me também por e-mail, a informação de que esta bandeira nacional seria a que se encontra no alto do Parque Eduardo VII. Sendo assim, para tirar a foto, deduzo eu, este senhor terá que se ter sentado, nada mais nada menos, em cima da estátua de João Cutileiro. Isso explica aquele olhar "penetrante" e, também, parece querer apontar o próximo a sentar-se.

Eu passo!

quarta-feira, novembro 30, 2005

A publicidade, outra vez


Mais uma vez um anúncio, aliás a sua música, fez-me descobrir um artista. Trata-se do anúncio do LCD Bravia da Sony, a música é “Heartbeats” e o dito cujo chama-se José González. O pequeno (pouco mais de 30 minutos) e grande album deste senhor pode ser obtido aqui (rapidshare; ficheiro .rar; muito boa qualidade sonora - média: 380 Kbps; password: loft).

one night to be confuse
done night to speed up truth
we had a promise made
four hands and then away

both under influense
we had devine scent
to know what to say
mind is a razorblade

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no
(...)


terça-feira, novembro 29, 2005

Diálogo patrocinado pelo Movimento P.O.U.C.O.F.O.D.E.*

- Pai, o que é a Páscoa?
- Ora, Páscoa é.... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Maria, vem cá!
- Sim?
- Explica a esta criança o que é ressurreição para eu poder ler o meu jornal descansado.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendido?
- Mais ou menos... Mãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me diga uma coisa destas! Coelho! Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece que este menino foi baptizado! Jorge, este menino não pode crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensaste se ele diz uma asneira destas na escola? Deus me perdoe! Amanhã vou matricular esta criança na catequese!
- Mãe, mas o Pai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Vais estudar isso na catequese. É a Trindade: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Fátima?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que na Trindade fica o Espírito Santo?
- Não é o Banco Espírito Santo que fica na Trindade, meu filho. É o Espírito Santo de Deus. É uma coisa muito complicada, nem a mãe entende muito bem, para falar a verdade nem ninguém, nem quem inventou esta asneira a compreende. Mas se perguntar à catecista ela explica muito bem!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- (gritando) Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Pai Natal, só que em vez de presentes, ele traz ovinhos.
- O coelho põe ovos?
- Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu não aguento mais!
- Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então peru.
- Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro, não é? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabes que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois, portanto!
- (gritando) Não, filho! Três dias!
- Então morreu na quarta-feira.
- Não! Morreu na sexta-feira santa. Ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, miúdo, já me confundiste! Morreu na sexta-feira e ressuscitou no sábado, três dias depois!
- Como!?!? Como!?!?
- Pergunte à sua professora da catequese!
- Pai, então por que amarraram um monte de bonecos de pano na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e a aldeia vai fingir que vai bater em Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não lhe batem no dia certo?
- É, boa pergunta.
- Pai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, porquê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele tinha no apelido Coelho. Só assim esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da tua professora da catequese!!!


*Pelo O Uso do Crucifixo Obrigatório Fora Ou Dentro da Escola

segunda-feira, novembro 28, 2005

sexta-feira, novembro 25, 2005

Coerência

Não posso deixar de louvar o belo trabalho do(s) dono(s) do blogue Kapa, que, aos poucos, tem vindo a recuperar os artigos que saíram na revista com o mesmo nome, no início dos anos 90.
Para quem, como eu, nessa altura não era mais do que um (distraído) adolescente que ocupava muito pouco dos seus tempos livres a ler, e o pouco que lia era por imposição escolar(!), é óptimo poder, hoje em dia, “saborear” os excelentes textos da autoria de A. J. Rafael, Miguel Esteves Cardoso (ver aqui também), Carlos Quevedo, Vasco Pulido Valente, Pedro Rolo Duarte ou... imagine-se, Paulo Portas!
Deste cronista, pode-se ler, logo na edição nº1 desta revista, um artigo (“Quando eu tinha 12 anos”) em que explica porque não gostava de revolucionários – logo no início do texto percebe-se que a aparência e postura descuidadas de Vasco Gonçalves terão sido a principal causa de tal trauma - e consequentemente, se tornou (logo aos 12 anos!?), um fã da “direita moderna”.

“Lembro-me perfeitamente. Como se fosse hoje. Vasco Gonçalves apareceu na televisão mais despenteado do que nunca. Parecia sentado numa cadeira, mas na verdade deitava-se nela. Fazia gestos brutos e metralhava palavras de irritação geral com o mundo. Havia baba e raiva. Ele coçava-se e a câmara tremia. Punha e tirava os óculos ao compasso dos amores e dos ódios.
(...)
A aparição do companheiro Vasco teve o efeito de me decidir. A imagem dele faz parte da minha memória do mal. Porque há sempre um momento, sei que Vasco Gonçalves teve a maior importância na minha iniciação militante. Se a primeira vez é importante, ele foi a minha primeira vez em política. Podia tê-lo seguido e ficaria do lado de lá da barricada: talvez fosse hoje um desses homens de esquerda que todos os dias matam a sombra, apagam o lastro e gozam o sistema. Mas não. Devo a Vasco Gonçalves o facto de ser uma criatura irremediavelmente de direita.
Olhei para ele e fiquei contra-revolucionário. Daí para a frente, passei a desconfiar dos militares e a detestar o comunismo. Quanto aos militares, façam lá o que fizerem as fardas oficiais, quero-os longe.”

Mas...?

Fico-me por aqui!

PS1 – O resto do texto/conto está muito bom e tem um final feliz mas dramático: ele escolhe Sá Carneiro em detrimento de Mário Soares e Freitas do Amaral.

PS2 – Confesso que até nem poderei ter tido uma adolescência perfeita (podia ter jogado menos à bola com os amigos e ter lido mais, por exemplo) mas pelo menos não me arrependo da pouca televisão que vi, pois parece que isso sempre pode ter demasiadas repercussões no nosso futuro (profissional, também) e ser perigosamente castrador.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Um nanosegundo é...

... a fracção de tempo que decorre entre o semáforo ficar verde e o carro de trás buzinar.

Que tal variar um pouco?

terça-feira, novembro 22, 2005

Declaração

A partir de hoje, este blogue e seu respectivo proprietário, associa-se à causa do bom gosto e das boas maneiras e proíbe qualquer manifestação de afectos e pior ainda... de “afectos”. Exactamente com aspas, para vincar bem as diferenças, pois uma coisa é, num liceu, um jovem garanhão comer, quase literalmente, a sua “gaja”, e outra, são duas moças exibirem-se sexualmente através de beijos e apalpões e pior que tudo isso: tal comportamento afectar todos à sua volta (todos nós sabemos as insónias e os “traumas” que tal imagem causa a tanto homem!). Para quem, mesmo com este claro exemplo, não perceber bem as diferenças, que pergunte directamente ao Miguel Sousa Tavares. Porque de afectos e de “afectos”, de futebol em geral e do F.C. do Porto em especial, de férias judiciais, da situação privilegiada dos professores do nosso país, da diferença traumática (os abalos e os danos) de ser violado por um homem ou por uma mulher e, por um preto ou um branco (acrescento eu, porque me parece lógico pela mesma ordem de pensamento), de TGV´s e aeroportos ele percebe melhor que ninguém!

Assim, como vale mais evitar caír numa ditadura bem-pensante do que entrar em ideologias do que é politicamente correcto e do bom-senso, proponho aos meus visitantes então, que deixemos os abraços e os beijos para momentos mais intímos e que nos comentários se passe a usar só “cumprimentos” ou, talvez, um “aperto de mão” em ocasiões e épocas especiais e só entre pessoas de sexo diferente.
Cordialmente, agradecido.





(Era só o que faltava! ;))

segunda-feira, novembro 21, 2005

A maior árvore de natal da Europa

Decidam-se!

O proprietário deste blogue tem o prazer de divulgar, em regime de exclusividade, o último comunicado do nosso Big Boss, mais uma vez, através da sua assistente de direcção preferida, essa mesmo: a tão nossa Alexandra Solnado.
Xaninha,
Avisa aí os teus conterrâneos que nem Eu os entendo: se não chove é porque não chove, se mando-vos chuva é este suplício! Decidam-se de uma vez... depois envia-me uma msg, tá?
jinhos
Christ

sexta-feira, novembro 18, 2005

Um Toblerone


O Padre Dinis era novo na freguesia tendo substituído o velho padre Eustácio. Dinis estava uma bela tarde no confessionário, quando surge um jovem para a confissão:
- Sr. Padre vinha confessar-me...
- Diz lá rapaz que pecado cometeste?
- Ai Sr. padre, ontem à noite estive a sós com a minha namorada e...depois tive relações sexuais com ela.
- Mas ter relações sexuais não é pecado.
- Mas Sr. Padre é que meti o pén.. no an.. da minha namorada. Queria que me desse a penitência. O Padre Dinis fica atrapalhado mas grita para a sacristia:
- Oh sacristão, o que é que o padre Eustácio dava pela prática de sexo anal?
- Dava-me um chocolate Toblerone, Sr. Padre...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Aluga-se carro "armadilhado"...

O texto que se segue foi por mim recebido, via e-mail, há alguns dias atrás e faz parte daquele lote de correio que se costuma receber em catadupa, para nos alertar de ou para qualquer coisa e que geralmente nos surpreende sempre pela a confidencialidade da sua informação, e, salvo algumas excepções, nunca se apresentam assinados.

Novas armadilhas Brigada de Trânsito

NÃO TENHAM JUÍZO, NÃO!!!!!
Por este andar, no fim do ano estamos todos sem carta e sem carro para pagar as multas. Recentemente, por ter contactos com agentes da autoridade GNR, foi-me "facultada" informação preocupante para quem anda na estrada e que para isso as Brigadas têm:
- Carros Novos;
- Novos Modos de Actuação;
- Detectores de Radares (Caça-B.T.)
- Radares Digitais;
- Bases de Dados Directas;

Na BT tem viaturas:
- Audi's A4, A6, A8 (sim A8!)
- VW's Golf
- Renault's Laguna
- Subaru's Impreza WRX (mas também há quem diga que já existem STi's)
- Skoda's Octavia (carrinhas c/ 2 ocupantes, cadeirinha de bébe atrás,autocolante de "Bebé a Bordo" e melhor que tudo, radares à frente e atrás. Têm ordens para não parar viaturas, filmam e mandam para casa).
- Opel Astra (8 viaturas)
- Toyota's Corolla (Atenção que têm olheiros nas Auto-Estradas que rola sempre a 120kmh com comerciais, sozinhos e enviam informações digitalmente para os Impreza, Avensis, BMW, Audis, Nissan Almera e Primera (A1 e A2 cinzas, brancos, azul claros, e pretos).

Modos de actuação:
Actualmente há ordens para não mandar parar nas Auto-Estradas! Assim, não há maneira de contestar a actuação dos agentes, que fazem o filme e enviam directamente para a DGV. Depois, a DGV abre o processo e envia para o proprietário da viatura(mesmo que não sejao proprio tem informar quem foi o "artista", caso contrário paga o dono!). Mais radares fixos estão a ser colocados na A1, A2, nas pontes, que depois enviam para o comando da BT tudo o que captam.
Já os há também na CREL, CRIL, IC19, IC20 (costa da caparica), A5, A8, A23, IP3, IP5 e Via do Infante Algarve).

Detectores de radar:
Dão jeito, mas também dão belas multas que podem chegar aos 5000 EUR a BT tem nos BMW, Audis, Imprezas, Toyotas e Golf, detectores para esses aparelhos e podem legalmente mandar parar a viatura, e com 99.8% de certeza apreender o veículo para inspecção da DGV... Depois queixem-se! - (o meu irmão ficou sem um Clio para pagar a coima,chegou aos 4800 EUR mais as custas do processo).

Há também agora um gabinete nacional na DGV, que canaliza informações diversas a outros departamentos e instituições nacionais, pelo que no final deste ano vão dar cabo de nós! As infracções ao código da estrada vão passar para uma base de dados nacional, à qual as seguradoras podem aceder sempre que haja renovação ou alteração do seguro e mesmo que não tenhamos acidentes....voilá.... agravamento no seguro pois temos multas pendentes ou já pagas mas somos já "criminosos"! (cada vez melhor...). Isto aplica-se para o ano também no selo municipal (para o comprar temos que pedir uma certidão do cadastro do condutor/viatura na DGV e só depois podemos comprar o selo (agravamentos até 100%).
Última hora!
Cuidado com os Seat Leon, pretos, cinzas claro e azuis... PSP Divisão de Trânsito tem uns "diabos camuflados" a circular em Lisboa tal e qual como a BT - Toyota Avensis, os tem nas Auto-estradas a circular...
Os Seat têm dupla centralina, preparados pela Seat Motosport e os Toyota foram preparados pela Toyota Racing-Germany(ou TTE) com potências bem engraçadas... Seat Leon (bem normal -exterior) têm meus senhores um motor 2.0 (Gasolina) com 280 CV e TDI com 180CV. Os Toyota só os há a Gasóleo e têm todos 200 CV... Atenção também aos Astra da BT... Há lá uns "diabos camuflados" e já vi um em operação Stop na Ponte 25 Abril que apanhou um Saxo Cup roubado na saída do Fogueteiro com 9 tiros no carro e veio colado a ele a 232 Km/h (está filmado) passou na SIC a semana passada num programa sobre a criminalidade na sociedade Portuguesa....
Um Leon da PSP e um Avensis da BT... Os novos pirilampos estão o máximo, e as sirenes podem fazer tanto barulho que nem se ouve quase-nada!!! Já agora, eu sei do que estou a falar... trabalho há 8 anos nas equipas de vigilância da DGV...


Anónimo por motivos obvios...

PS: Depois de lerem a descrição acima, enviem esta informação para o máximo de amigos e conhecidos.


A ser verdade o que o senhor “Anónimo por motivos óbvios” escreve, eu questiono: esta nossa Brigada de Trânsito é um corpo de segurança militarizado, ou um stand com viaturas de alta cilindrada e/ou desportivas para aluguer e com circulação limitada aos principais itinerários e auto-estradas do nosso país, sendo este e-mail, não mais do que uma forma descarada de fazer publicidade gratuita à frota existente?

segunda-feira, novembro 14, 2005

sábado, novembro 12, 2005

Impulsos Fatais

Tive conhecimento desta notícia através do Pópulo e tal como ML e todas as pessoas que comentaram o seu post, também eu não pude deixar de ficar muito chocado, mas nem tanto surpreendido.
O facto de o uso do preservativo ser actualmente uma prática comumente aceite, não significa que tal seja praticada, ou seja, ninguém duvida da indispensabilidade do seu uso mas ainda há algumas pessoas, que nesses momentos mais intensos, se esquecem de tudo o que é indispensável saber, para além de receber (e dar) prazer.
E porquê?
Longe de limitarmos este problema a causas de falta de informação, educação, inteligência ou outra, devemos pensar que todo o acto sexual em si é composto de impulsos e estes, como se sabe, são geralmente instantâneos e pouco ou nada reflectidos. Assim sendo, não me surpreende que muito boa gente naqueles momentos mais "quentes" se deixem levar por eles (aqui está: os impulsos) e nem pensem nas consequências.
Chocamo-nos, também, pelo o facto de ser, nomeadamente, os homens casados a pedirem às prostitutas relações sem protecção, porque sabemos perfeitamente que não é só a vida dele (cliente) e dela (prostituta) que está aqui directamente também em causa.

quinta-feira, novembro 10, 2005

A petição


To: SIC RADICAL
Esta petição vem no sentido de pedir ao actual director da SIC RADICAL a reposição do DAILY SHOW no referido canal e no(s) dia(s)/horário(s) que sempre ocupou... Não estamos, contudo, a pedir para acabarem com qualquer outro programa ou que determinado é mau, isso é para os espectadores decidirem, apenas queremos a volta do DAILY SHOW. Esta petição e as suas assinaturas serão depois enviadas para o e-mail do director da SIC RADICAL e-pombo@sicradical.pt.


Os interessados podem assinar esta petição aqui e divulga-la, por favor.
Obrigado.

quarta-feira, novembro 09, 2005

E os supositórios, contam?



Zézé Camarinha lamenta que "muitas mulheres, nos dias de hoje, cheguem a casa e encontrem os seus homens com um parceiro na cama. Outras passam meses sem ter relações sexuais. Há muita gente infeliz e desesperada por este tipo de situações e o Instituto de Salvação dos Homens - que tem registado uma grande aceitação entre as mulheres - pretende dar respostas, através de acompanhamento médico e psicológico e outro tipo de ajudas".
O Instituto "está a dar os primeiros passos com vista à legalização", e Zézé Camarinha já definiu uma das regras para a aceitação de sócios. "Os homens precisam de trazer uma declaração médica a garantir que nunca foram penetrados no ânus. Não queremos infiltrados..."

Há uns que contrariam as suas frustações incendiando carros, há outros que só dizem merda!

terça-feira, novembro 08, 2005

Vergonhoso!

"O Exército dos EUA utilizou grandes quantidades de químicos, incluindo uma variante do Napalm, durante a ofensiva levado a cabo em Novembro de 2004 contra a cidade de Fallujah, no centro do Iraque, segundo uma reportagem da televisão italiana RAI.
O uso destas armas químicas já havia sido denunciado por fontes próximas aos insurgentes. Em resposta às acusações, o Exército dos EUA não negou a utilização de uma destas substâncias, o fósforo branco, porém assegurou que não se trata de uma «arma ilegal» alegando que apenas a usou para iluminar posições inimigas.
A reportagem, intitulada «O massacre escondido», que será transmitida na íntegra esta terça-feira mas cujo conteúdo foi antecipado na véspera, inclui, entre outros documentos, uma entrevista a um soldado norte-americano que combateu em Fallujah e que confirmou o uso destes químicos.
«Ouvi a ordem para estarmos atentos porque tinham acabado de usar o fósforo branco sobre Fallujah. Na gíria militar é conhecida como “Willy Pete”».
«O fósforo queima o corpo, derrete a carne até aos ossos», declarou o soldado ao enviado especial da RAI.
«Vi corpos queimados de mulheres e crianças», acrescentou o militar.
«O fósforo estala e forma uma nuvem que se propaga num raio de 150 metros», precisou.
A reportagem mostra também filmagens e fotografias tiradas no Iraque após os bombardeamentos de Novembro de 2004, e torna público um documento que prova que foi usado no Iraque uma versão do Napalm – a substância empregue nas bombas incendiárias na guerra do Vietname – denominada MK77.
O uso destas armas sobre civis está proibido pelas convenções da ONU de 1980, e o de substâncias químicas por um outro acordo internacional assinado pelos EUA em 1997."

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=200507

Imagens do jornalista que denuncia: aqui.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Ode ao Norte

Um destes dias partilhei com um amigo aquilo que sentia pela região norte do nosso país e lembro-me o quanto difícil foi arranjar explicações para tais sentimentos, pois tal me parecia, de certa forma, inexplicável. Sempre que visitava (e visito) esta região descubro coisas novas e, salvo raras excepções, sempre agradavelmente surpreendentes e encantadoras. Seja uma terrinha nova, uma vila ou uma cidade, uma expressão nortenha, uma tasca, uma iguaria... Seja o carinho, a hospitalidade e a humildade de mais um(a) amigo/a. Viajo sempre com uma grande ansiedade e os trezentos e tais quilómetros fazem-se com o melhor das disposições. Mas o mais difícil de explicar são as despedidas. Pois é, o regresso deixa-me deprimido e nostálgico e fico sem palavras para definir o que sinto pelo o que deixei para trás. Nenhuma outra região em Portugal me deixa assim.
Entretanto, ele passou-me este artigo do Miguel Esteves Cardoso que saíu na revista Capa K há quinze anos atrás, que poderá explicar, em parte, estas emoções e do qual partilho por aqui, de seguida, alguns parágrafos.
"(...)No norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que é do Sul como se diz que é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
(...)No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico – cheira a cunhas, a conhecimentos e arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.
(...)O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque era do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e cabeça quente, os seus pedaços e pormenores.Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o “O Norte”. Defendem o Norte em Portugal como os portugueses haviam de defender Portugal no mundo.Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular – o nome da sua terrinha – para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, com nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer “Portugal” e “Portugueses”. No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como “Norte”. Como se fosse assim que chamassem uns pelos os outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?"
in "Norte, Nome de Portugal", Miguel Esteves Cardoso, Revista Capa K, Novembro 1990
Zé, muito obrigado!

sexta-feira, novembro 04, 2005

Somos todos efémeres

Trata-se de um album de 2004 mas só este ano está a ser devidamente reconhecido. Refiro-me a Joyful Rebellion dos K-OS. Hip-hop de boa qualidade muito longe dos estereótipos gangsta.

A faixa nº7, “The Love Song”, é a música do momento e faz a banda sonora do novo anúncio da Vodafone: “Viva o momento. Now”. Aquele da Efémera, que narra a história do pequeno insecto, aparentemente frágil, mas que sabe utilizar do melhor modo cada momento da sua curta vida. Um belo spot publicitário e uma grande lição de vida.
Mas há quem prefira “a vida como ela é” (passe a publicidade novamente) e nem sabe o que perde.

Quem pretender fazer o download deste album, faça o obséquio de ir por aqui.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Tacho nº 22 237


Ainda estou em estado de choque... tecnológico?!

terça-feira, novembro 01, 2005

O concerto



Quem são estes cromos que vão abrir o espetáculo para os grandes The Room 74? :roll:

segunda-feira, outubro 31, 2005

sábado, outubro 29, 2005

Chatices

(...)
agent:> e tu?
anónimo:> sou só um pouco mais velho, 32
agent:> então e o que fazes por aqui?
anónimo:> nada de especial, só quero conversar
agent:> uma conversa as vezes tem tudo para ser especial
anónimo:> lol
anónimo:> é verdade
anónimo:> pah... procuro conhecer pessoas e tb melhor a mim próprio, claro
agent:> Fixe!
agent:> e tens conhecido muito?
anónimo:> pessoas ou de mim?
agent:> ambos
anónimo:> nunca conheci ninguém através de chats, porque o meu interesse nestas coisas é so virtual...
agent:> pk?
anónimo:> pah, não sou gay mas tenho algumas curiosidades
anónimo:> quero saber como é que funciona
agent:> o k?
anónimo:> a cena entre dois homens
anónimo:> tu és gay? bi?
agent:> sei lá... atrai-me mais as pessoas e os seus corpos, do que propriamente os sexos... não quer dizer que o sexo dele(a) não seja importante, mas coloco-o noutro patamar... que terá a sua devida importância no acto em si ;)
anónimo:> acho que compreendi
anónimo:> e se calhar tb sou assim um pouco, não sei
agent:> se calhar somos todos...
anónimo:> pois
anónimo:> é assim vou abrir o jogo ctg
anónimo:> eu sou casado mas de vez em qd penso em estar com um h, ou pelo menos tenho a curiosidade de saber como me comportaria se estivesse com um h
agent:> se terias tusa?
anónimo:> sim
agent:> mas excita-te a ideia?
anónimo:> s
agent:> hum...
anónimo:> pah mas uma coisa é o pensamento outra coisa é a realidade
agent:> ?? realidade?
anónimo:> sim ao vivo
agent:> exacto
agent:> tabus... quem os não tem?!
anónimo:> deve ser isso
anónimo:> as tantas deves julgar que sou um tipo anormal, frustado que já devia ter idade para saber o que quer
agent:> eheh... nada disso
agent:> és um tipo perfeitamente normal com os preconceitos e tabus normais desta sociedade
agent:> há quem os consiga ultrapassar, há quem não
anónimo:> tu já os ultrapassaste então?
agent:> não colocaria as coisas dessa forma,
agent:> digamos que estas coisas relacionadas com a nossa sexualidade depende acima de tudo do meio que nos rodeia, da família, da cultura, da religião, ... tudo o que nos posso directa ou indirectamente influenciar
anónimo:> e tu não és influenciável?
agent:> sou como quase toda a gente, acho
agent:> mas tenho as minhas prioridades... o que é mais importante para ti na TUA vida?
anónimo:> se la
anónimo:> ser feliz
agent:> ora bem! ;)
agent:> tb é a minha
anónimo:> então e os nosso genes e essas merdas? não influenciam?
agent:> eheh.. O XY (fórmula de cromossomas do h) é de facto a primeira condição do ser humano masc. mas isso não chega para o caracterizar
agent:> a masculinização põe em jogo varios factores (aquilo que te falei antes) q nada têm a ver com a genética e que pelo menos na minha opinião têm mt + peso e uma acção determinante nisso.
(...)
anónimo:> ya mas há coisas que ainda me fazem confusão
agent:> por ex.
anónimo:> olha por exemplo acho que nunca conseguiria levar no cu
agent:> pk?
anónimo:> dasse não dava, gosto muito do meu cuzinho e não se vê mas tem lá um sinal a dizer "sentido unico"
anónimo:> sabes como cá se diz? quem quer um rabito bom.... que estime o seu!!!
agent:> hum... já pensaste na fome que passavas se toda a gente pensasse assim?
anónimo:> lol
anónimo:> matava a fome noutro sítio lollll
agent:> eu referia-me a TODAS as vias que poderiam muito bem só ser usadas em sentido único! ;)
anónimo:> lolll
anónimo:> olha tenho que saír
agent:> ok
anónimo:> gostei de tclr ctg
agent:> tb, espero pelo menos que "tivesses-te conhecido" mais um pouco
anónimo:> oh sim!!!
anónimo:> abraço
agent:> foi um prazer...

sexta-feira, outubro 28, 2005

Amor de estimação III


Seat Leon 2.0 TFSI

"O novo propulsor de quatro cilindros e 2.0 litros com tecnologia FSI de injecção directa, sobrealimentado por um turbo, está associado a uma caixa de seis velocidades, debita 185cv e um binário máximo de 270 Nm obtidos desde as 1800 até às 5000 rpm. Atinge uma velocidade máxima de 221 km/h, acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 7,8 segundos e dos 0 aos 1000 metros em 28,4 segundos.
Disponível exclusivamente na versão Sport-up, incorporando de série um equipamento muito completo: jantes de liga leve de 17 polegadas, pneus 225/45, suspensão desportiva, bancos desportivos e interior específico, volante de pele ajustável em altura e profundidade, faróis de nevoeiro, retrovisores eléctricos exteriores, aquecidos com recolhimento eléctrico e na cor da carroçaria, dupla saída de escape, sigla "TFSI" (o "T" em cor prateada e as letras "FSI" em encarnado) localizadas por debaixo dos piscas laterais, ar condicionado climatronic, computador de bordo, cruise control, vidros eléctricos, dianteiros e traseiros, rádio com oito colunas e comandos no volantes."
Sai já no próximo mês e para o trazer para casa só (?) tem que se desembolsar 31.115 €. Entretanto, aproxima-se o natal e tal... Pode ser em Preto!

quinta-feira, outubro 27, 2005

A "Maria" está diferente

Por cortesia do Sr. Engenheiro:


Conheço muito boa gente que para além de falar com o dele, passa muito tempo à conversa com o dos outros. Grandes comunicadores natos!

terça-feira, outubro 25, 2005

Os "novos" super-heróis

Alguém ainda tem paciência para assistir a combates com super-heróis tão desinteressantes?


VS

segunda-feira, outubro 24, 2005

Divinos & Gays

Agora que estava justamente a pensar em casar-me e ir comprar o meu “vestido” na Dolce & Gabbana, deparo-me com esta notícia tão desanimadora.

Será que percebi bem? Resumidamente: o Domenico e o Stefano, divorciaram-se há um ano mas ainda se amam muito, não têm ciúmes um do outro pois são duas pessoas inteligentes, continuam a viver no mesmo prédio e querem ter mais de uma dezena de filhos (?). Por outro lado dizem que são contra o casamento e adopção de crianças por duas pessoas do mesmo sexo, que estes deviam mudar a sua postura face à Igreja Católica e que o novo Papa, o Cardeal Ratzinger, é baril!

Entretanto, fui ao site oficial da marca que representam e deparei-me com as novas colecções, surpreendeu-me especialmente a grande ênfase dada à colecção de criança, que só por muita coincidência poderiam explicar, em parte ou no seu todo, o que anteriormente foi dito. Ora essa...

quarta-feira, outubro 19, 2005

O desejo e as artes


Ele está por todo o lado. Todos nós o sentimos ao longo dos nossos dias e das nossas noites. Mas haverá forma de o transformar em algo de mais estático, algo que se pudesse ver e rever, ler, tocar...? É possível materializar o desejo? Recorri a algumas formas de arte para o tentar demonstrar. Proponho de seguida três exemplos que julgo conseguirem responder afirmativamente a tais questões e, ao mesmo tempo, justificá-las.

Literatura

Retirado do livro “Esfolado Vivo” de Edmund White, deixo este breve e admirável trecho:
“(...)
O cheiro a madressilva era muito forte e ele pensou que nunca tivera realmente os tipos que queria, os grandes matulões do liceu, os louros com fortes vozes de tenor, hálito de cerveja, sorrisos cruéis, ancas magras, de olhar fixo e insolente, os tipos com quem era impossível fazer amizade se não se fosse exactamente como eles. Pensou que com tantos milhões de pessoas no mundo devia haver uma possibilidade de ele ter agradado pelo menos a um tipo assim, mas as coisas não se tinham passado desse modo. É claro, mesmo quando se tinha alguém, o que é que se tinha?(...)
Depois lembrou-se de que fora por ali que o rapaz ruivo mijara um circulo castanho e Luke procurou vestígios dessa mancha debaixo de uma árvore. Tocou mesmo na terra, sentindo a humidade. Perguntou a si mesmo se o simples facto de alimentar aquele chocante pensamento não seria suficiente para o seu objectivo; mas não, ele preferia a cerimónia de fazer qualquer coisa real.
Achou o Lugar – ou assim julgou – e levou a terra aos lábios. Recomeçou a correr, mastigando o saibro como se isso pudesse ajudá-lo a recuperar o passado, se não a saúde. A transfusão de terra húmida deu-lhe mesmo um novo acesso de energia.”


Escultura





“Os Pugilistas” de Giochino Chiesa
Qualquer escultura poderá moldar ideias e sentimentos em sentido figurado mas por vezes, e como acontece com esta, em sentidos opostos. Vemos dois boxeurs, numa sessão de luta (a violência, o ódio?) mas num momento em que parecem auxiliar-se mutuamente, de tal forma que sugere um abraço (o afecto). Para baralhar mais as nossas ilações: estes homens lutam nus! Serei o único a ver desejo neste combate?

Cinema


Só com muita ignorância e incompreensão se pode rotular esta obra como um filme gay!
“O Fantasma” de João Pedro Rodrigues é um dos mais interessantes e complexos filmes portugueses dos últimos tempos. Acompanha a rotina de Sérgio, tanto no seu trabalho (recolha de lixo – profissão não escolhida ao acaso: haveria outra melhor para representar alguém que existe e que parece não se ver? A Profissão-Fantasma?) como em deambulações solitárias pela noite na cidade de Lisboa. Mas este filme não é só isto, também é um ensaio sobre a natureza animal do ser humano. A personagem principal vive em constante desejo, seja em relação a outros homens, a uma mulher (Fátima; neste caso, parece-me, é ele que se torna o objecto de desejo), por determinados objectos ou até por si próprio. Ele não parece ter (nem deseja conseguir) qualquer controlo sobre os seus sentidos.

Não deixa de ser curioso que a personagem com quem Sérgio se relaciona melhor afectivamente, seja, nem mais nem menos, que o seu próprio cão. E encontramos o sentido mais profundo desta relação nos seus comportamentos "caninos" através dos quais Sérgio dá corpo à sua pulsão sexual: a marcação de terreno com a urina, as brincadeiras iniciais com Fátima, ou as lambidelas no balneário (cena magnífica).

A máscara, na qual o personagem se refugia, também poderá adquirir múltiplos significados. No entanto torna-se evidente que é com ela que Sérgio avança para concretizar os seus mais íntimos desejos, seja para invadir a privacidade do rapaz que tanto quer (“Ninguém pode viver sem amor”, a frase que curiosamente surge no topo do cartaz deste filme... sim, “O Fantasma” também é sobre o amor e a solidão) ou na sequência final, em que parece perder todo o contacto com a racionalidade e deambula, já quadrúpede, numa lixeira, mas sempre atrás de algo desejado (um coelho, por exemplo). A máscara do desejo, portanto. Todos temos a nossa mas todos o saberão?

terça-feira, outubro 18, 2005

Baby Boom

Todos sabemos que tantos os homens como as mulheres têm os seus melhores períodos de fertilidade. Sendo assim, deduzo que daqui a 9 meses haverá um aumento de nascimentos, com uma especial incidência em lares aonde o chefe de família seja benfiquista.

terça-feira, outubro 11, 2005

O "deslumbrante mundo aberto" do Sr. Navarro e do Sr. Neves

"(...) Num outro espaço, o Fórum Lisboa, vivem-se tempos incertos. O edifício pode não ser o mais atraente dos espaços, mas parecia estar a dinamizar-se com a realização regular de concertos e festivais de cinema, depois de anos votado ao esquecimento. A gestão estava confiada à EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural), passando agora a ser exercida pela Câmara Municipal em concertação com a Assembleia Municipal, que ali se reúne semanalmente.
As primeiras declarações de intenções deixam antever o pior. À imprensa, António Modesto Navarro, presidente da ASL, disse que a ocupação do local "tem sido um pouco exagerada, com actividades pouco dignas e respeitosas." Por esclarecer ficam que actividades seriam essas. Ao longo dos últimos meses por ali tocaram Lhasa, Josh Rouse, Feist, Rodrigo Leão e tantos outros e ali se realizaram festivais como o Indielisboa, Cosmopolis ou Gay e Lésbico. O Fórum parecia afirmar-se definitivamente como plataforma de encontro e criação. (...)"
Vítor Belanciano, Publico, 9.10.05
"(...) As televisões assumem que quem os vê é estúpido e bruto. Esse desdém pelo cliente sente-se, desde logo, no descuido com que os canais violam os seus próprios horários de programação. Mas o principal sinal está na opção arrogante pela indoutrinação da massa ignara. É curioso, mas triste, voltar a ver a atitude paternalista do salazarismo, agora com propósitos opostos.Por exemplo, dizem-me que nestes meses vários concursos e novelas decidiram outorgar ao país um curso catequético completo sobre homossexualidade. Impondo os dogmas do género e elaborando as doutrinas da seita, querem apresentar essa visão como a única verdade aceitável. O pedantismo é o mesmo dos antigos programas do Movimento Nacional Feminino sobre lavores ou economia doméstica; a subtileza é igual à das Conversas em Família, de Marcelo Caetano. Só que sobre sodomia.Que se pode dizer acerca disto? Que esta fase não vai durar muito. Num mundo aberto, o mau gosto raramente domina a totalidade. O deslumbramento libertário acabará por ceder ao enjoo, à reacção dos bons profissionais, à frescura da nova geração. Aliás, contando com a ajuda da tecnologia. A TV por cabo traz verdadeira liberdade e os programas aí têm de ser bons para segurar os subscritores. Com a penetração desta última, não tarda que os canais generalistas tenham de mudar. Senão passarão a meros canais temáticos da obscenidade."
João César das Neves, Diário de Notícias, 11.10.05

Parece que o Sr. Modesto Navarro e o Professor César das Neves, ultimamente, têm andado a partilhar qualquer outra coisa para além de ideias.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Ego vs Eros

Já me passaram homens pelas "mãos" que nunca amarão ninguém nesta vida, nem outros homens nem a(s) sua(s) própria(s) mulher(es), a não ser eles próprios. No entanto, parecem-me mais felizes que quaisquer outras pessoas...

segunda-feira, outubro 03, 2005

O eclipse "analar"

Alegra-me o facto de um eclipse causar mais excitação que qualquer campanha para as eleições autárquicas (excepto as participadas pelos candidatos Rui Rio e Fátima Felgueiras, em sentidos inversos de excitação, claro), mesmo que tal raro fenómeno não traga qualquer contrapartida material para fazer concorrência ao avental, à caneta ou ao autocolante...
Quando liguei a TV hoje de manhã e deparo-me, num dos directos, com um senhor munido de uma máscara de soldar a berrar: "está todo lá dentro!" é que percebi a real dimensão da "coisa".

sábado, outubro 01, 2005

Dor maior




O grande destaque do 50º World Press Photo é o trabalho vencedor da autoria do fotógrafo indiano Arko Datta. A foto foi tirada em Cuddalore, Tamil Nadu, em 28 de dezembro de 2004. A imagem mostra uma indiana lamentando a perda de um parente morto na catástrofe do Tsunami Asiático. Mais que lágrimas ou choros demonstra um tal sofrimento elevado ao expoente máximo de desespero. Uma foto belíssima, portanto.

A exposição do W.P.P. está patente no Centro Cultural de Belém em Lisboa a partir de hoje até dia 23 de Outubro, juntamente com as fotos do Prémio Fotojornalismo Visão/BES.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Amor de estimação II


Brokeback Mountain
“Acaba de caír um dos últimos bastiões heterossexuais no cinema, o western. O responsável é o realizador taiwanês Ang Lee (“A Tempestade de Gelo”, “O Tigre e Dagrão”) ...”

Assim começava o texto/crítica de Eurico de Barros (Diário de Notícias, 3/10/2005) por alturas do Festival de Veneza deste ano. O filme em questão chama-se “Brokeback Mountain” e acabou por ganhar o prémio máximo desse festival: o Leão de Ouro. Descrito pela crítica como o primeiro western gay, este filme conta uma história de amor homossexual entre dois cowboys no Estado de Wyoming, nos Estados Unidos, que tem início em 1963 e termina 20 anos depois e é protagonizado por Heath Ledger e Jake Gyllenhaal.
Trata-se de um filme que foge dos clichés habituais de películas com homossexuais e aprofunda a relação de dois homens aproximados pela solidão e pela natureza. Finalmente se fez um filme com homossexuais não estereótipado, sem ser um "histérico" manifesto gay ou a habitué história sobre a auto-repressão homossexual. Aleluia! Por outro lado, representa um desafio à figura do lendário e indomável vaqueiro “macho” americano, num local e numa altura em que se corria o risco de vida se tal sexualidade fosse revelada.

Por tudo isto e não é pouco, arrisco e digo: “Brokeback Mountain” é já um "amor de estimação", mesmo sem o ter visto e nem sequer ter estreia prevista (fala-se no final do ano para os EUA e no início do próximo para a Europa) nas salas de cinema.

"Trabalhei com o coração. O amor é igual para todos. Todos temos nossa Brokeback Mountain particular, um lugar para nos refugiarmos e encontrarmos o próprio passado". Ang Lee

segunda-feira, setembro 19, 2005

A ditadura do relativismo


A extrema-direita sempre existiu e se manifestou no nosso país, seja através de inexpressivos partidos ou associações, seja através de actos isolados tomados a cargo pelos “cabeças rapadas” ou por outras personagens menos indiscretas e menos mediáticas. No entanto, o que os destingue na actualidade é que se tornaram mais activos e, consequentemente, mais visíveis. Neste momento, e ao contrário do que acontecia há 20 anos atrás, dão a cara e mostram orgulhosamente os seus slogans. De certa forma, os seus objectivos primários estão a ser cumpridos e esta mediatização já ninguém lhes tira.

Se não houvesse nada mais criticável na sua luta, poder-nos-íamos limitar a hipocrisia da forma como ela é demonstrada. Vejamos o caso, da sua última manifestação realizada, ontem, no Parque Eduardo VII em Lisboa. Uma manifestação contra a cada vez maior visibilidade dos gays na sociedade actual e um tal “lobby gay”, mais especificamente junto dos meios de comunicação social (como se tal, de certa forma, pudesse converter toda a gente – nomeadamente as crianças, pois pelas palavras de ordem e respectivos cartazes, são elas a razão de todas as suas preocupações neste momento; é caso para perguntar: também servirão de justificação para o ataque que alguns desses senhores efectuaram no dia de 10 de Junho de 1995 no Bairro Alto que vitimou um imigrante cabo verdiano? - ao “homossexualismo”. E como travam tal digna batalha? Com visibilidade e mediatismo, pois então.

A estratégia é, aparentemente, simples mas pode ser perigosamente eficaz. Pega-se em diversos temas, uns amplamente condenáveis e de cariz popular outros nem tanto, mas todos no mínimo polémicos, tudo que irá “contra esta sistemática e intencional destruição dos valores e imposição da ditadura do relativismo”, mistura-se tudo e tenta-se estabelecer uma relação entre eles de forma a causar qualquer impacto junto das pessoas, nem que seja a perplexidade pela sua capacidade de imaginação. Utiliza-se o chavão da “insegurança nas nossas ruas e nas nossas praias” culpabilizando as minorias étnicas e a nossa política liberalista de imigração, usa-se o muito discutível tema da “adopção de crianças por casais homossexuais” e, como não podia deixar de ser, a pedofilia (sim? Dizem que cerca de 80% dos homossexuais são pedófilos, mesmo que depois não o consigam comprovar para além de um “li na internet”, como respondeu um dos manifestantes entrevistados num dos noticiários da SIC) para atacar os homossexuais em todas as frentes. Estes são só dois exemplos, mais se seguirão, pois irão continuar a usar quaisquer outros assuntos que sirvam de mote para restabelecer a ordem, não a nossa, a deles e dos seus ideais. Mesmo que tais palavras de ordem façam tudo, menos qualquer sentido.

Nada disto seria mais estúpido, nada disto seria mais assustador se não estivéssemos num país com uma larga percentagem de analfabetismo, moderadamente conservador, mediaticamente influenciável e pior do que tudo isto: com memória curta.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Até...

...ao meu regresso. São só duas semanas, mais coisa menos coisa.

quinta-feira, agosto 25, 2005

A descoberta da pólvora

"Nas mais diversas câmaras do País há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais"... "as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias"... "os pelouros do Urbanismo das maiores câmaras são o local onde tudo se joga"... "Existe uma preocupante promiscuidade entre diversas forças políticas, dirigentes partidários, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais".

Paulo Morais, vice-presidente da Câmara do Porto, revista Visão (edição desta semana)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Uma infidelidade para ti, uma infidelidade para mim

Quem é que hoje em dia ainda pensa que um divórcio seja uma experiência enriquecedora? Bom, para além dos advogados...
Pelo que tenho presenciado junto de alguns casais amigos, se antes uma deslealdade matrimonial desencadeava imediatamente um processo de divórcio (em parte dos casos e porque a revolta era de tal ordem que só se resolvia no litígioso), hoje em dia, um encornanço paga-se com... outro encornanço.

Vejamos o caso de um caro amigo que mantinha uns contactos escaldantes com umas “amigas virtuais” no messenger. Um dia, a sua esposa (estranhando o facto de ele passar, de uma forma continuada, muitos serões a “trabalhar” no seu computador lá de casa) alterou uma das opções do dito programa de forma a passar a gravar para o disco rígido, instantaneamente e sem que o seu utilizador se aperceba, todas as conversas que por lá sejam mantidas. O resto da história se não se sabe, imagina-se, já que se confirmaram as suas desconfianças: o seu marido era-lhe infiel, virtualmente infiel, com mais do que uma mulher. Este contou-me que “as coisas ainda andaram meio tremidas durante uns tempos” mas ele acabou por convence-la, mesmo tendo ela suficientes provas de que haveria combinações e detalhes que a induziam a pensar o contrário, de que nunca estaria fisicamente com qualquer uma daquelas raparigas e de que uma possível separação poderia trazer muita instabilidade emocional aos seus filhos e restante família. Consta, também, que não passou muito tempo para que a situação voltasse ao “normal” mas com umas ligeiras alterações: ele continua ocupado algumas noites com “horas extras” no computador e ela não anda menos desconfiada que anteriormente, no entanto, parece que ocupa mais do seu tempo a cuidar de si e que arranjou um novo colega de trabalho com quem partilha muitas afinidades, profissionais e não só.

De certa forma esta “evolução” das relações monogâmicas para além de ser mais justa, parece-me ser, acima de tudo, mais cómoda. Até poderíamos receber um prémio pela originalidade da ideia, se todos os outros animais (irracionais?) que partilham connosco este planeta não a praticasse desde há muitos milhões de anos atrás.
O que é verdadeiramente importante é que ninguém se chateia, continua-se por aí a proclamar o amor eterno e os tradicionais valores da família de boca e barriga cheias... mas com a cabeça mais pesada, é certo, mas consentida... E estas modernices até a Igreja Católica aprova, digo eu.

sexta-feira, agosto 19, 2005

O amor é fodido

O amor entre dois homens pode ser das coisas mais belas e raras deste mundo mas pode ser também das coisas mais destrutivas que por aí há, nomeadamente quando não há sintonia e algum consenso.

Um conhecido meu (o Zé) engatou um gajo na cidade universitária e iludido, apaixonou-se. Ainda mantiveram uma relação mais ou menos estável durante 2 meses. Entretanto, parece que o outro rapaz se foi afastando gradualmente e a relação degradou-se. Encontrei-o há dias, completamente abatido, sob o efeito de antidepressivos (receitados por um médico) e fisica e psicológicamente desgastado. O Zé nem é, aparentemente, um rapaz muito dado a sentimentos mais profundos, pelo menos é essa a imagem que tenta passar aos que lhe rodeiam. Mantém aquela postura de rapaz muito forte, independente e imune a estas partidas do coração. Encontro-o neste estado e eu, desprevenido, fico (quase) sem saber o que lhe dizer. Que conselho se dá uma pessoa neste estado, nestas condições? Qual é a melhor forma de explicar a alguém que não se deve tentar governar aquilo que é ingovernável... como o amor de outrém?
O Zé sofre em silêncio pois são muito poucos os amigos com quem partilhou a sua orientação sexual (como se isso fosse algo obrigatoriamente “partilhável”), mas até os outros e familiares já se vão apercebendo da sua angústia.

Penso que ainda pior que todo este seu transtorno físico e psicológico actual causado por este desgosto amoroso, serão as suas respectivas consequências: deixar de acreditar... Ou seja, pior que um presente depressivo e desorientado será sempre um futuro sem esperanças.

terça-feira, agosto 16, 2005

Amor de estimação I

Sigur Rós
Banda islandesa de post-rock, pop/rock ambiental ou qualquer outro estilo a definir. Tendo em conta tudo aquilo que se ouve e se sonha por aqui, pouco interessa a sua catalogação. Quem não se arrepiar e/ou emocionar ao ouvir isto não tem sentimentos e vale mais tranformar-se num calhau, sempre serve de arma de arremesso.


Von (1997)


Von Brigdi (recycle bin) (1998)


Ágaetis Byrjun (1999)

( ) (2002)

Takk... (2005)

O album de 1999 (Ágaetis Byrjun) é o mais conhecido e elogiado pela crítica, será também aquele que recomendo como ponto de partida para conhecer esta banda. Entretanto já ouvi os mp3's de Takk... que só sairá para as lojas, salvo erro, no próximo mês e feitas duas ou três audições, concluo que a fórmula mantém-se e não me parece que vá desiludir os apreciadores dos discos anteriores, nomeadamente dos dois últimos.

sábado, agosto 13, 2005

O cúmulo da negação

... E mais uma vez oiço: "Não dou para isto... Pá, esta é mesmo a última vez!"

terça-feira, agosto 09, 2005

I’m so sexy!

O sexy in é um sítio de engate virtual nacional como muitos outros espalhados pela net. Mas este destaca-se, para além do seu razoável bom aspecto gráfico e da qualidade de alguns conteúdos, pelo o facto de ser bastante frequentado e participado. Possui uma secção de anúncios, subdividido por categorias, sendo as mais requisitadas, as óbvias e habituais: “homem procura mulher”, “homem procura homem”, “homem procura casal” e “casal procura mulher”. Só por aqui torna-se fácil de chegar ao denominador comum entre todas elas! Os homens, pois então.
Mesmo relativamente aos casais, quem estará por detrás dos anúncios? A resposta a esta pergunta é sugerida pelo o número muito reduzido de anúncios na secção “casal procura homem”. Mas é melhor ficar-me por aqui e não me debruçar mais sobre este assunto pois se o desenvolvesse, chegaria, certamente, à evolução do papel da mulher na sociedade e a sua emancipação perante o homem e o risco que tudo isto corre se esta prática se começar a generalizar. Sou optimista e julgo estar perante uma minoria.
A secção “homem procura mulher” é a secção com mais anúncios. São todos eles muito semelhantes, uns mais curtos, directos e desinspirados que outros mas o objectivo final é o mesmo: a queca com uma “amiga” seja ela colorida ou por colorir e os que apresentam fotos, é raro aquele que não contém pelo menos uma do seu pénis erecto. É o que eu chamo: um paraíso virtual para os gays mais dessimulados. Também é curioso (ou nem por isso) averiguar o seu número de respostas, ou melhor, a ausência delas. Sortudo aquele que obtém uma resposta, um hiper-felizardo aquele que chega às 2 e mais que isto, será mais certo ganhar o primeiro prémio do Euromilhões. Mesmo assim, tenho sérias dúvidas que os seus remetentes sejam mesmo mulheres.
Mas porquê que isto acontece? Será que as mulheres não gostam também de sexo? Adoram! Então as minhas poucas dúvidas e mais certezas continuam: o problema não estará no tipo de abordagem? Não será que as mulheres serão suficientemente inteligentes para se deixar impressionar e sensibilizar com meia dúzia de palavras tontas e banais acompanhadas, mesmo ali ao lado por uma foto, com um marsápio em riste apontado na sua direcção, quase a querer parecer dizer “meninas, aqui estou eu para vos satisfazer e caso não tenham percebido foi com a minha cabeça que essa mensagem foi escrita, a outra está ocupada com coisas bem menos importantes, como por exemplo, arranjar uma desculpa a dar a esposa para chegar mais tarde a casa”?
A secção “homem procura homem” também contém muitos anúncios, mas pelo o que me constou e apesar de ser um departamento bastante animado, parece que o grau de sucesso não é muito maior que o anterior. Consta que há por lá muitos homens que começaram inicialmente por colocar anúncios à procura de mulher, passaram pela secção de “casais” e acabaram por ficar ali, à procura da tal “primeira experiência”. Que versatilidade, penso eu. Também me disseram qualquer coisa do género: “alguns anúncios e respostas são claro fruto da tesão do momento e nada mais...”. Eu acho que compreendi e questiono: quem é que ainda tem paciência para perder tempo com cromos difícieis e casos, logo à partida, perdidos?

segunda-feira, agosto 08, 2005

Ódio de estimação II




Programas de entretenimento na TV

Todos em geral, os de Verão em particular.
Um exemplo?

sexta-feira, agosto 05, 2005

Deshibernação

Já começou a silly season. A época que serve de desculpas para muitas pessoas fazerem ainda menos do que já fazem habitualmente durante o ano. Pouco ou nada se faz e tudo o resto se adia para o mês seguinte.
Todo um país estagna. Não ficaria preocupado se não estivesse em Portugal e o desconforto aumenta, se pensar que este país necessita de tudo menos de (mais) períodos “silly”. E este calor sufocante, como o de hoje, também não ajuda, é certo.
Estamos num período de férias por natureza, em que as zonas balneares e outros locais veraneantes se enchem de multidões. Sítios a evitar, portanto. Entretanto as grandes cidades ficam mais habitáveis, calmas, com menos trânsito e pessoas (a afluência de turistas nestas alturas não chega geralmente para compensar o número de pessoas que deixaram os centros urbanos). Este mês é o tal, aquele que mais visito Lisboa, seja para ir ao cinema ou para visitar alguns amigos que quase não me põem a vista em cima ao longo do resto do ano (exagero, claro, mas não assim tão longe da verdade). Amava ainda mais esta cidade se fosse sempre assim.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Ódio de estimação I

Condutores que são alérgicos à faixa da direita
Não faço a mínima ideia se será só uma característica exclusiva dos automobilistas portugueses, mas, definitivamente, estes devem possuir qualquer trauma face à faixa de direita de rodagem pois só mesmo em último caso é que a utilizam. Entretanto as autoridades competentes (sejam elas quais foram) preferem continuar a optar pelas razões e explicações mais fáceis e popularuchas e apontam, sempre, as mesmas causas para a grande sinistralidade em Portugal. O excesso de velocidade encabeça todas as listas possíveis. As vezes pergunto a mim mesmo se os senhores que chegam a estas rápidas e brilhantes conclusões circulam nas mesmas estradas que eu? Ou até, se circulam em qualquer estrada nacional?
Imaginamos um carro a circular a 120 Km/h na faixa central de uma auto-estrada, ao deparar-se com uma viatura na mesma faixa, a circular a, suponhamos, metade (sim, já presenciei tal situação) da quilometragem horária daquele, o seu condutor tenta desviar-se para a faixa da esquerda (não esquecer que é proíbido ultrapassar pela direita) só que não repara que circulava já outro veículo e o acidente acontece. Causa do sinistro: excesso de velocidade, pois claro!
Exmº Governo, numa época de contenção de custos públicos mesmo com TGV’s e mega-aeroportos à mistura, pondere-se melhor então na criação ou aumento de mais faixas de rodagem, pois as que temos presentemente, pelos vistos, chegam e sobram.

terça-feira, julho 26, 2005

Poluição Sonora

Nunca tive paciência para bichas e bichices e cada vez que me aparecem à frente tal paciência vai-se esgotando cada vez mais.
Estava eu bem instalado numa tranquila esplanada a tomar uma cervejola quando de repente se instalam, numa das mesas que ainda se encontravam vazias, três rapazes, relativamente novos (vintes e tais, pelas minhas idades, portanto), cobertos por uns “trapinhos” da moda: umas t-shirts com cores que deviam dispensar a utilização dos coletes retrorrelectores NP EN 471 (actualmente obrigatórios sempre que seja exigida a utilização do triângulo de pré-sinalização de perigo) e umas bermudas claras. Para compor a toilette, uns óculos enormes mas muito fashion.
Começa a palhaçada.
Falam de amigos, namorados, ex-namorados, familiares... tudo no feminino!? Era fácil de perceber o género a que se estavam a referir, já que seria mais evidente acreditar que o ministro Campos e Cunha se tenha demitido por razões familiares do que um deles ter “feito aquela” (sendo esta uma rapariga e não um rapaz, como se subentende pela linguagem deles).
Falam também das últimas compras, das marcas de roupas, das viagens a Paris...
Nada contra... se nada disto me interessasse e fosse obrigado a ouvir as suas estórias dado o alto volume de voz que usam para intercomunicar, já para não falar da forma como demonstram, essencialmente, por gestos muito detalhados, como as suas novas aquisições se encaixam, na perfeição, nas suas silhuetas. Nem eu, nem o resto das pessoas que se encontravam naquela esplanada alfacinha!

quinta-feira, julho 21, 2005

O monstro quer um amigo!

Hoje apeteceu-me recuperar este disco dos Ornatos.
Estas letras dizem-me tanto que até fico com vontade de exclamar: Oh Manel partilha um pouco comigo essa dor, rapaz!

Isto é só um exemplo do que se pode encontrar por aqui:



Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!

E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;

Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Ouvi dizer, do album O monstro precisa de amigos - Ornatos Violeta




sábado, julho 16, 2005

O país das maravilhas

Era uma vez um país cheio de falcatrueiros e de pessoas honestas. Todos julgavam que os segundos estavam a maioria e questionavam-se simultâneamente: "porquê que este país não anda para frente?"...

Lembrei-me de começar a contar esta estória após ter lido a magnífica crónica de Miguel Sousa Tavares no Público, na edição de ontem. Ele falava sobre o Brasil e eu talvez não.

quarta-feira, julho 13, 2005

Escritoras ultra-light

Não há país ocidental que não tenha pelo menos uma! Refiro-me ao surgimento dessa nova vaga de "escritoras" irreverentes e ousadas que revelam a sua vida sexual de uma forma muito detalhada. Aposto que Catherine Millet enquando escrevia a sua autobiografia sexual não lhe passou pela a cabeça de que estava a criar escola...
Portugal não poderia deixar de ser excepção.
Geralmente são fases da vida, para fazer face a qualquer problema, implícita ou explicítamente revelado, na maioria dos casos, de ordem financeira. A época em que se trocou os cafés e uns queques com as amigas por umas quecas com os amigos. Básicamente é isto.
Resta saber se esta putanhice súbita já existia dentro delas ou se foi só um pretexto para escrever o livro. Se for esta a situação, estamos perante casos de um claro subaproveitamento de talento e quem de direito devia tomar mais atenção a estas meninas. Claro que não estou a dirigir o meu apelo aos donos de casas de alterne!

Nota: Obviamente que não são os comportamentos que estão aqui em causa mas sim o seu fim.

segunda-feira, julho 11, 2005

A gargalhada do dia

Na semana passada passei por uma banca e não pude ficar indiferente à quantidade de revistas que davam capa ao que uma chamou: "o casamento do ano". Pois é, parece que a boazona (mas não tão boa apresentadora) Catarina Furtado casou-se.
Peguei numa dessas revistas ao acaso e ao esfolhea-la deparei-me com algumas fotos dos convidados à entrada do local aonde decorreu a cerimónia... mas ainda dentro das suas respectivas viaturas. Junto a tais fotos, dessa gente mais ou menos conhecida, encontravam-se as respectivas legendas: Beltrano com a sua esposa e filhos, Fulana e o seu namorado, Xismano e a sua companheira... e "Diogo Infante e um amigo"!

quinta-feira, julho 07, 2005

Cobardes!

Mais um dia negro na história deste planeta e um dia triste por todos os que lutam pela paz... e mais uma vez são os inocentes e indefesos que pagam pelos desentendimentos entre os chefes de estado dos principais países ricos e os fundamentalistas islâmicos originários de países, igualmente, ricos, mas só num recurso natural e que não é, definitivamente, a inteligência!
Qual é o nome que se costuma dar às pessoas capazes de tal atitude? Para estes, fica a sugestão, se querem brincar às guerras deixem o mundo lá fora e divirtam-se por aqui.

segunda-feira, julho 04, 2005

A gente não é burra, é distraída!

Acabei de passar pela zona de engates junto ao estádio nacional. Logo quando entrei na zona, com o meu carro, raparei que se encontravam num local bem previlegiado de contemplação de toda a área, nada mais nada menos, que um carro da polícia (sim, não vá um arrastão súbito aparecer ali por engano, pensando que aquela zona de descanso seja uma praia bastante frequentada!).
Um pouco mais abaixo e sem se aperceberem de que estavam a ser observados, estavam dois homens (aparentava um deles os seus trintas e poucos e o outro com, pelo menos, mais dez anos) com as suas respectivas viaturas paradas uma atrás da outra. O mais novo encontrava-se fora do seu carro, circundando, com alguma distância de segurança, o outro automóvel. Haveria certamente qualquer coisa que lhe interessava no outro carro ou mais propriamente no seu dono, ou mais específicamente: no que este tinha entre as mãos. Ainda passei pelo o local na tentativa de alertar o que se encontrava fora do carro de que estaria a ser observado por alguém que provavelmente não iria gostar de o ver a fazer aquilo que se aprontava para fazer, mas foi em vão... Já que tal rapaz não só me ignorou como ainda lhe consegui ver alguns vestígios de repulsa na sua cara, pois certamente pensava que estaria ali para lhe estragar o seu desejo. Nem hesitei mais, acelarei para bem longe daquele local.