terça-feira, outubro 31, 2006

Tranquilidade

Não, não foi desta. Mas já valeu por isto:

sexta-feira, outubro 27, 2006

Este homem...

Um país velho é um país mais doente.
Um país mais pessimista.
Um país menos alegre.
Um país menos produtivo.
Um país menos viável – porque aquilo que paga as pensões dos idosos são os impostos dos que trabalham.
Era esta, portanto, uma das questões que Portugal deveria estar a debater.

E a tentar resolver. Como?
Obviamente, promovendo os nascimentos.
Facilitando a vida às mães solteiras e às mães separadas.
Incentivando as empresas a apoiar as empregadas com filhos, concedendo facilidades e criando infantários.
Estabelecendo condições especiais para as famílias numerosas.
Difundindo a ideia de que o país precisa de crianças – e que as crianças são uma fonte de alegria, energia e optimismo.
Um sinal de saúde.
Em lugar disto, porém, discute-se o aborto.
Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis).
Debate-se a eutanásia.
Promove-se uma cultura da morte.

Dir-se-á, no caso do aborto, que está apenas em causa a rejeição dos julgamentos e das condenações de mulheres pela prática do aborto – e a possibilidade de as que querem abortar o poderem fazer em boas condições, em clínicas do Estado.
Só por hipocrisia se pode colocar a questão assim.
Todos já perceberam que o que está em causa é uma campanha.
O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto.
Tal como há uma parada do ‘orgulho gay’, os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar.Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase «Eu abortei»?
...
Mas eu pergunto: será que a esquerda quer ficar associada a uma cultura da morte?
Será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida?
José António Saraiva, in Sol, de 14 de Outubro de 2006
Este homem faz analogias ao ponto de associar um aumento do desemprego com o sexo anal ou o “swing”.
Este homem tem tanta credibilidade como o discurso de um mentiroso compulsivo no dia 1 de Abril.
Este homem disse que se sentia à altura de receber um prémio Nobel.
Este homem, com tanto parágrafo escrito, pega num livro do Saramago e o seu cérebro bloqueia automaticamente antes de virar uma página.
Este homem é o director do pior semanário que já passou pelas nossas bancas.
Este homem, pura e simplesmente, não existe e deve fazer parte do lado mais sombrio do nosso imaginário colectivo.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Vou mudar de carro!


Deve chegar por cá em Janeiro do próximo ano e provavelmente não causará o impacto - efeito novidade - que o seu antecessor de 5 portas causou, mas não deixará ninguém indiferente. Trata-se, obviamente, do Type S, a versão de 3 portas da (recente) 8ª geração do Honda Civic. Limitado a dois tipos de motorizações: 1.8 a gasolina e 2.2 a diesel (140 cavalos para ambos), este novo Civic não deixa grande margem de escolhas, mas pode ser que os consumos do 1.8 deixem os especialistas dos comparativos de boca a aberta quando o testarem, como sucedeu com o Civic 1.8 de 5 portas, que já circula pelas nossas estradas há alguns meses.
Adoro, esteticamente, esta nova versão do Civic. A grelha frontal, ninguém discordará: é apaixonante. Só a sua traseira gera mais controvérsia. É, talvez, demasiado inovadora e ousada, face aos seus modelos anteriores e quase tudo o que se vê no nosso parque automóvel. Mas um verdadeiro apreciador sabe, e dar-me-á com certeza razão, que os melhores traseiros são sempre os mais arrebitados! Ora pois então, é o que acontece justamente com esta nova geração de Civics: um belo carro com uma traseira ligeiramente arrebitadita.
(Entretanto chegaremos a Março e sairá o Type R, a versão desportiva, mas isso já é outra história...)

Vai ser mesmo desta


Domingo, no canal 1, após os comentários do Marcelo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Conversa entre duas "tias"

- Então... Conta-me... Como correu o teu encontro na outra noite?
- Horrível! Não sei o que se passou!
- Porquê?... Não te deu nem um beijo?
- Sim!!!... Beijou-me tão forte! E mordeu-me os lábios com tanta força que
pensei que me ia saltar o implante de colagénio!... Depois começou a
acariciar-me o cabelo e soltaram-se algumas extensões que tinha.
- Não me digas que terminou aí?
- Nãooo...!! Depois agarrou-me a cara entre as mãos, até que tive que lhe
pedir para parar porque estava a espalhar o botox! Além disso, as minhas
pestanas postiças ficaram coladas no seu nariz.
- E não tentou mais nada?
- Sim... começou a fazer-me festas nas pernas. Tive que o travar porque me
lembrei que não tinha tido tempo de fazer a depilação, e ao tentar pará-lo,
saltaram-me duas unhas postiças. Depois deu-lhe um ataque de luxúria
arrebatador e abraçou-me com tanta força que quase mudou a forma dos meus
implantes de silicone.
- E depois o que aconteceu?
- Pôs-se a beber champanhe do meu sapato!
- Ai... que romântico!!!
- Romântico?... quase que morre ali mesmo!
- Porquê?
- Porque engoliu o corrector de joanetes e quase que sufocou!
- E depois, o que aconteceu?
- Acreditas que se foi embora???
- Cá para mim, era gay!...

terça-feira, outubro 17, 2006

As reportagens da RTP e os adolescentes

Faz amanhã oito dias que a RTP transmitiu, logo após o “Telejornal”, uma reportagem intitulada “Até ao coma alcoólico” que mostrou o que toda a gente (pelo menos os menos distraídos) já sabia:
- que há “putos e pitas” a beberem como gente grande;
- que a média de idades dos noctívagos das noites de Lisboa baixou drasticamente nos últimos anos e que para verificar tal situação basta cair, por engano, no triângulo da copofonia da capital: Cais do Sodré – Santos – Docas;
- que há alguns bares e discotecas a dedicarem-se exclusivamente a servir este tipo de clientes e que os seus proprietários, mesmo sabendo que estão a cometer duas ilegalidades, permitem a entrada de menores nos seus estabelecimentos e (mais grave ainda) fornecem-lhes, sem restrições, bebidas alcoólicas;
- que as autoridades competentes conhecendo tal situação, nada fazem para pôr um travão a isto.
Nada de novo, portanto. Não é a primeira vez que a comunicação social aborda o assunto e ainda recordo-me perfeitamente de ter lido uma reportagem, no antigo DNA, o relato incrédulo de uma jornalista numa saída à noite. Parece que as coisas não melhoraram desde então, antes pelo contrário...
Também toda a gente sabe, excepto, claro, os pais e o senhor do IGAE (Inspecção-Geral das Actividades Económicas) que foi entrevistado na peça, que às sextas-feiras há uma famosa discoteca na capital onde barram a entrada a todas as pessoas com mais de 16 anos e que promove, no seu interior, festas com “bar aberto” a uma determinada hora.
Uma coisa é não saber, outra coisa, completamente diferente, é não querer saber!

No passado domingo, a RTP voltou à carga com uma reportagem, incluída no seu noticiário da noite, sobre os novos perigos da internet junto dos adolescentes de hoje.
Parece que as “nossas jovens” (desta vez a reportagem recaiu sobretudo sobre o sexo feminino), nos intervalos dos seus comas alcoólicos, andam a fotografar-se em “poses provocantes” e a publicar essas fotos numa página de internet (hi5). Para além das fotos, segundo a reportagem, as meninas colocam no seu perfil o seu endereço de Messenger para facilitar contactos. Nada disto parecia até ser muito grave se não houvesse por este mundo da depravação virtual alguns “predadores sexuais” à caça de miúdas virgens e inocentes! E pasmemo-nos pois segundo os relatos de algumas vítimas, pelo meio das conversas no MSN elas sentem-se muito “pressionadas” (?!) a passarem-lhes o número de telemóvel e até mesmo a morada e que até acabam por descobrir que “a maioria desses tarados mentem muito” e que “a maioria até são homens casados”!
O inspector da PJ entrevistado aconselha aos pais a informarem-se destes novos perigos causados pela internet... onde? Na própria internet! Como se todos os pais dominassem todo este novo mundo como os seus próprios filhos.

Na minha adolescência os meus pais não me deram um computador mas deram-me algumas regras. Uma delas era que não podia ir a bares e discotecas enquanto não atingisse a maioridade. Claro que tal não me impossibilitou de apanhar umas “bubas” valentes, mas nunca cheguei ao coma alcoólico porque sempre tive a noção de que beber até perder os sentidos, não deve ser uma coisa assim tão divertida. E a adolescência, se não me engano, até deveria ser sinónimo de divertimento... Pois para chatices já basta a fase ulterior.

terça-feira, outubro 10, 2006

Jornalismos



Os nossos jornais desportivos são um primor no que toca à originalidade das expressões utilizadas nas suas capas (para não falar da especialidade das fotos): "Este é o melhor balneário da minha carreira".

Já imaginaram se este jornalismo propaga-se a outras áreas? Poderíamos ver, por exemplo, a Beyoncé, após o concerto do ano que vem, (novamente) na capa do Blitz com o seu ar maroto e o mínimo de roupa vestida possível. Imediatamente abaixo da sua foto apareceria: "este é o melhor camarim da minha tornée... tinha uma caixa de mon cherries, um massajador facial, entre outras coisas boas.”

Heroína

Para a votação d’Os Grandes Portugueses que a RTP está a promover, estava a pensar dar o meu voto à Teresa Guilherme pelo o seu “contributo significativo ao País”.
Porque mostra mamas num canal nacional em horário nobre e não é as dela. Graças a... Penim!

quarta-feira, outubro 04, 2006

A sms

Quantas vezes não nos detemos sobre um beijo?
Parados, hirtos, fitamos os lábios que dão cor ao nosso desejo, mas apesar disso não lhes tocamos, talvez com medo de borrar o fresco... E a pintura entristece, perde a cor...
O nosso desejo encarece de mais uma oportunidade falhada, inútil e afastamo-nos a passo pesado, deixando para trás um quadro do qual podíamos ter sido autores, mas porque o medo nos regelou a mão, deixamos incompleto, imperfeito...


O que dizer disto?
Não é todos os dias que se recebe uma sms assim é certo.
Não fico indiferente, por mais que tentasse, a estas palavras. Haveria quem, no meu lugar, rejubilasse de alegria certamente. Também haveria quem fugisse a sete pés. E eu? Eu fico com medo. Não me iludo. Isto não é só uma simples mensagem mais carinhosa de alguém que gosta da minha companhia ou que os meus beijos lhe possam despertar a sua veia poética. Tenho consciência da sua mensagem inerente. E é daí que vem todos os meus receios. Posso até ser um digno merecedor de tão belas palavras, mas tenho muitas dúvidas se estou no meu melhor momento para as receber. Mas enfim... gosto que me supreendam e isto até pode ser um bom começo para despertar aquele meu lado mais romântico e sensível que anda para aqui escondido. Talvez, só por isso, já tenha valido a pena.

Ao mesmo tempo que acabo de ler esta mensagem no telemóvel, salta-me diante dos olhos uma notícia no “Portugal Diário” que faz referência a uma pesquisa da revista britânica «Best». Diz que 70 por cento dos casais ingleses admitem que uma «flir-delity» (fusão entre o «flirt» e a «fidelity» (fidelidade)) ajuda a fortalecer as relações duradouras e a aumentar a auto-estima.
Enquanto que mais de meio-mundo anda por aí a brincar aos “casamentos de faz-de-conta”, fiquei a pensar se em vez de estar para aqui a “queixar-me” e a levantar uma série de questões pelo o conteúdo desta sms, se não deveria considerar-me um privilegiado por receber, de vez em quando, estes pequenos grandes gestos de carinho tão raros e fora de tempo mas que me fazem sentir tão bem? Ou seja, há que esclarecer: são estas coisas tão simples da vida que nos podem fazer aumentar a nossa auto-estima, um flirt aumentará o nosso espírito de aventura e, acima de tudo, a nossa tesão. São conceitos “ligeiramente” diferentes, diga-se.
Num mundo em que as pessoas estão cada vez mais predispostas a aceitar um sinal de engate espontâneo em vez de meia dúzia de palavras bonitas e mais profundas, um acto como este é, afinal, mais que uma prova de romantismo, uma prova de surpreendente coragem.