sexta-feira, outubro 27, 2006

Este homem...

Um país velho é um país mais doente.
Um país mais pessimista.
Um país menos alegre.
Um país menos produtivo.
Um país menos viável – porque aquilo que paga as pensões dos idosos são os impostos dos que trabalham.
Era esta, portanto, uma das questões que Portugal deveria estar a debater.

E a tentar resolver. Como?
Obviamente, promovendo os nascimentos.
Facilitando a vida às mães solteiras e às mães separadas.
Incentivando as empresas a apoiar as empregadas com filhos, concedendo facilidades e criando infantários.
Estabelecendo condições especiais para as famílias numerosas.
Difundindo a ideia de que o país precisa de crianças – e que as crianças são uma fonte de alegria, energia e optimismo.
Um sinal de saúde.
Em lugar disto, porém, discute-se o aborto.
Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis).
Debate-se a eutanásia.
Promove-se uma cultura da morte.

Dir-se-á, no caso do aborto, que está apenas em causa a rejeição dos julgamentos e das condenações de mulheres pela prática do aborto – e a possibilidade de as que querem abortar o poderem fazer em boas condições, em clínicas do Estado.
Só por hipocrisia se pode colocar a questão assim.
Todos já perceberam que o que está em causa é uma campanha.
O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto.
Tal como há uma parada do ‘orgulho gay’, os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar.Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase «Eu abortei»?
...
Mas eu pergunto: será que a esquerda quer ficar associada a uma cultura da morte?
Será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida?
José António Saraiva, in Sol, de 14 de Outubro de 2006
Este homem faz analogias ao ponto de associar um aumento do desemprego com o sexo anal ou o “swing”.
Este homem tem tanta credibilidade como o discurso de um mentiroso compulsivo no dia 1 de Abril.
Este homem disse que se sentia à altura de receber um prémio Nobel.
Este homem, com tanto parágrafo escrito, pega num livro do Saramago e o seu cérebro bloqueia automaticamente antes de virar uma página.
Este homem é o director do pior semanário que já passou pelas nossas bancas.
Este homem, pura e simplesmente, não existe e deve fazer parte do lado mais sombrio do nosso imaginário colectivo.

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