sexta-feira, abril 29, 2011

É oficial, somos um país de "barracas" com dois submarinos à porta

Novo submarino chega amanhã a Portugal

O submarino "Arpão", o segundo novo equipamento militar do género para a Marinha portuguesa, chega a Portugal no sábado de manhã.

(Blablabla)... A aquisição dos dois submarinos custou a Portugal cerca de mil milhões de euros.

quinta-feira, abril 28, 2011

Mais uma prova de que ser bronco em Portugal compensa financeiramente


Ou seja, a campanha Wall Street Institute / Camarinha faz escola.

quarta-feira, abril 27, 2011

God bless America - but, please, save it first


Nessa malograda aventura de tentar entender um certo povo norte-americano muito sensível às diferenças alheias, chega-se sempre à conclusão de que a aplicação, a esses casos, de uma legislação muito específica de Crimes de Ódio faz todo o sentido.

A lei é muito simples: when a perpetrator targets a victim because of his or her perceived membership in a certain social group, usually defined by racial group, religion, sexual orientation, disability, class, ethnicity, nationality, age, gender, gender identity, social status or political affiliation.
Clarificando: um homem heterossexual católico tem uma raça, sexo, orientação sexual e religião e se ele for atacado por causa de uma destas suas características, os perpetuadores serão julgados à luz desta mesma lei. Claro como água e desengana logo quem diz que esta lei só foi criada para proteger "pessoas especiais".

Mas também há quem diga que há por aqui um "tratamento especial".

Porque não uma legislação semelhante para proteger o idoso daqueles que se aproveitam das suas fragilidades inerentes à sua idade? Se uma pessoa roubar o meu carro, ela comete um crime contra todos os proprietários de carros em geral? E se um homem dispara sobre outro homem, por o ter apanhado na cama com sua esposa, merecerá ser condenado por um Crime de Ódio?

Os crimes supracitados não aumentam o padrão da legislação de Crimes de Ódio actual porque ninguém é "socialmente" ensinado a odiar idosos ou a desdenhar proprietários de automóveis. Tal como o "cornudo" não matou o "amante" por este ser quem é, mas pelo que fez. Portanto, estes são "meros" crimes de oportunidade.
Os Crimes de Ódio são crimes contra um indivíduo, mas que se destinam a oprimir uma minoria inteira. Não tem nada a ver com tratamentos à parte ou acesso a certos direitos. Tem a ver com a punição sobre actos que intimida, vitimiza e subjuga todo um grupo de pessoas. É por isso que a respectiva pena é bem mais severa - nem é preciso pensar muito: quem rouba uma pessoa não recebe a mesma pena se tiver roubado duzentas, certo?
Link
Para estes casos não se pede "tratamento especial", quanto muito, pede-se "protecção especial". Como este, por exemplo.

I wanna watch you fade into black



(mais uma preciosidade da pequena/enorme Captured Tracks)

terça-feira, abril 26, 2011

Não há teorias que justifiquem a irracionalidade

A teoria de que as pessoas discriminam porque também foram discriminadas pode-se aplicar ao caso da transexual espancada por duas raparigas negras no McDonald’s de Baltimore, EUA?
Talvez faça mais sentido aplicá-la mais genericamente, como aos resultados do referendo sobre a Proposition 8 (que, por outras palavras, negava o acesso ao casamento civil aos casais do mesmo sexo), que foi aprovada com 52% dos votos e contou com o apoio de 2/3 dos votos da comunidade negra.
Neste caso da transexual, conseguimos ver os rostos da intolerância e parece-me tão difícil explicar tanta raiva exercida sobre um ser humano só pelo facto de ser diferente, quanto mais aplicar-lhe qualquer teoria.
Ainda assim, nunca nos podemos esquecer que as leis de Jim Craw, que excluíam de certos direitos básicos todos os "cidadãos americanos" não-brancos, vigoraram nos EUA até 1965...
Seja como for, qualquer teoria que sirva para explicar as intolerâncias de minorias perante outras minorias, só servirá mesmo para isso: explicar. Jamais pode servir de desculpa.

sexta-feira, abril 22, 2011

Clubbing parece moderning... mas é das cenas mais 1996 que conheço


A música electrónica tem vindo a conquistar cada vez mais fãs durante a última década e portanto é perfeitamente justificável que os festivais de verão portugueses (seguindo os passos dos congéneres internacionais) apostem em palcos com temáticas desta natureza.
Há no entanto a lamentar um pequeno (grande) facto, que tem escapado à generalidade das organizações dos nossos festivais: a electrónica é dos géneros musicais mais evolutivos da música popular contemporânea. O Electro-House foi e continua a ser popular, mas, ao contrário do que nos tentam vender, a música de dança não está estagnada neste estilo. Ela evoluiu para formatos até bem mais interessantes e, sobretudo, menos óbvios e repetitivos: Dubstep, UK Garage, Funky, Grime, 2Step, IDM, Minimal ...

Na Alemanha, país do Techno por excelência, a Boys Noise Records está a milhas de ser a editora que tem revelado recentemente os melhores nomes do Tech-House. Por exemplo, a milhas da Ostgut Ton, que é uma das "labels" alemãs que melhor tem sabido gerir o seu cardápio Techno e derivados: de Ben Klock à Steffi.

Não quero dizer com isto que o Nicolas Jaar não seja uma proposta muito interessante para ver no Meco ou que esteja infeliz pelo facto do Villalobos regressar pelo segundo ano consecutivo ao SBSR ou do Hawtin ter ido, este ano, parar mais a sul (Sudoeste). Nada disso. Mas há tantas e tão boas outras opções, que apostar nos mesmos nomes de sempre, se não chega a ser um erro, é pelo menos uma opção muito duvidosa, para não dizer... preguiçosa.















... E ficava aqui o resto da noite a postar vídeos... E tudo colheita 2011!

segunda-feira, abril 18, 2011

Purity Ring

Duo sensação do momento, os Purity Ring são Corin Roddick (bateria, guitarra e teclas) e Meghan James (voz). O seu primeiro single "Ungirthed", depois de andar a circular há várias semanas por tudo o que é blog musical de referência, é editado oficialmente hoje.

Convém acrescentar que, actualmente, melhor que este single, só mesmo o seu b-side, "Lofticries".

Purity Ring - Ungirthed from Ruben de Zeeuw on Vimeo.


Purity Ring- Lofticries from David Dean Burkhart on Vimeo.

Nobre @ Fcbk


quinta-feira, abril 07, 2011

Que segredos guarda uma casa solitária?

Na continuação da minha aventura por lugares recônditos e (semi)abandonados, optei desta vez por ir em busca de um local menos oculto e mais próximo das minhas origens. Já há algum tempo que tinha reparado naquela enigmática casa no ermo de uma das colinas opostas à Serra de Montejunto, não muito distante da zona onde passei os primeiros dezoito anos da minha vida. Sempre que passava por um certo ponto de uma das estradas que me levavam à minha terra, alguns dos meus sentidos desligavam-se automaticamente por segundos da condução e dirigiam-se até aquela casa.

Recentemente confirmei com familiares de que ela se encontrava abandonada e, inclusive, que ninguém consegue indicar com precisão qual foi a última família a habitá-la. Todos estes dados adensaram a minha curiosidade e fortaleceram a vontade de fazer-lhe uma visita.


Foi relativamente fácil descobrir qual dos vários caminhos que trepam por aquela colina acima dariam acesso à casa e por isso deixei o carro na berma mais larga e mais próxima do meu "ponto de partida". Já nesse local e nos primeiros metros da subida não é possível observar a casa, mas as demarcações do caminho parecem indicar que ele é o correcto. Pela altura da vegetação apercebo-me também que há muito tempo que não circula por aqui qualquer veículo a motor - se é que algum dia terá circulado. Alguns metros mais acima consigo ver o meu carro e noto que o caminho até à casa passa a ser recto e sem as curvas do percurso anterior.




A poucos metros da casa já é possível confirmar a sua opulência, é surpreendentemente maior que aquela imagem que a minha observação à distância foi construindo ao longo dos últimos tempos. Ainda assim há que descontar toda a vegetação que a rodeia e a invade lentamente ao longo das suas paredes.


Ao contorná-la pelo seu lado poente, esboço um sorriso ao verificar que uma das suas entradas encontra-se desbloqueada, o que muito facilita a minha vontade de explorar o seu interior. Mas continuo a subir e só paro no momento em que é possível contemplar toda a casa e a paisagem envolvente. Posso garantir que só este momento, vale mil subidas ao local.




A citada entrada dá acesso a uma espécie de anexo da casa. Pode ter sido uma adega, pode ter sido um curral, seja o que terá sido, vejo que permite o acesso ao piso superior da parte habitacional e isso dá-me a satisfação de poder continuar a aventura. Também constato que recentemente parece ter sido abrigo de alguém. Há uma casota improvisada para um cão, há metade de um garrafão, improvisado como seu bebedouro, uma corrente... E há muitas penas espalhadas pelo chão.



Numa superfície mais elevada encontro algo que explica a depenação: uma telha com algo que parece-me ser restos de carne, de aves… Opto por não pensar muito sobre este estranho facto e subo para o patamar superior.




O primeiro andar da casa é sobretudo composto por dois grandes quartos, onde é possível contemplar, pelas suas grandes e velhas janelas, a Serra de Montejunto em toda a sua extensão. O soalho de um dos quartos está repleto de esponja de um colchão em elevado estado de decomposição. Também nele está a prova das marcas do tempo e da chuva que vai entrando por aqueles espaços abertos para a Serra, que um dia foram janelas.





Igualmente fazendo parte do piso superior encontro a única assoalhada que já se encontra sem qualquer cobertura e onde a vegetação é rainha. É também por aqui que se encontra o acesso (interior) ao piso inferior da parte habitável. A escuridão quase infinita da escadaria intimida-me. Falta-me uma lanterna para prosseguir... Ou mais coragem? Decido sair e continuar a explorar a parte leste da casa.



Para além de mais vegetação selvagem que galga paredes acima, encontro a única porta deste lado da habitação. A quantidade de meios utilizados para mantê-la fechada é muito esclarecedor quanto ao objectivo de proibir a sua transposição. No entanto, há no topo uma rede que permite ver o que há lá dentro... É no momento em que me aproximo desta porta que oiço uns ruídos estranhos que vêm do interior da casa e que me fazem arrepiar. Identifico o som do bater das asas de aves e isso sossega-me o espírito. Do que consigo ver, do ponto onde espreito para o interior da casa, confirmo a existência de alguns pombos (ou rolas?). Ainda assim ficaram outros sons por identificar…





Acabo de contornar a casa e encontro no seu topo norte, em frente a uma das janelas fechadas, uma "instalação rudimentar" que, deduzo, servirá de poiso para os pombos. Naquela janela há um pequeno orifício por onde os pombos entrarão - continuo no plano das deduções - e sairão? Esta é a primeira de muitas questões que me surgiram repentinamente. Quem (e para quê) construiu esta "engenhoca"? Porque só os acessos ao piso inferior estão fechados (e parecem-me recente e propositadamente bem fechados)? Se os bocados de carne e as penas que tinha visto no anexo eram de um ou mais pombos, onde estão as brasas onde, supostamente, foram assados? Mas lembrei-me entretanto de que os pedaços de pombo que estavam em cima daquela telha pareciam-me crus. Então se não seriam para comer, para que servirão?... O som que saía do orifício era demasiado assustador para me aproximar dele. Continuo a ouvir os pombos, ouvia a corrente de ar que entrava e saía por aquele pequeno rectângulo negro, mas há mais qualquer coisa que continuo a não identificar. Estou ligeiramente assustado para prosseguir com a "investigação" e decido abandonar o local.



Regresso ao caminho, tiro mais umas fotos e faço, bem mais tranquilo, a minha viagem de regresso. Ainda assim, não deixo de continuar a pensar em todas as questões e possibilidades relativas aos recentes acontecimentos desta casa. São pensamentos que me sobressaltaram nas horas seguintes aquela visita e que por vezes me vêm à mente. O mesmo acontece com a magnífica vista daqueles quartos...

Os segredos parecem ser característica essencial de certas casas abandonadas. Mas esta, lá do alto da colina, tem a virtude de nem precisar deles, para ser misteriosa.


Enquanto não há novidades dos The Knife...





PS - Os The Knife são mero exemplo comparativo, sobretudo por terem uma sonoridade semelhante. Aparentemente, não há outra relação entre as duas bandas. :)

terça-feira, abril 05, 2011

Estar longe


James Blake - The Wilhelm Scream from Alexander Brown on Vimeo.


Longe de ser a notícia do ano, longe de ser o melhor lugar (Festival Optimus Alive) e altura (dia 6 de Julho, isto é: dia de enchente de famílias da linha fãs de Coldplay+RFM+Blondie+João Pedro Pais+Agosto no Algarve) para ouvir James Blake.

MotheràSec

segunda-feira, abril 04, 2011

Como é possível descer tão baixo?

Pelo que se viu massivamente hoje nos noticiários de TV, parece que, um ano depois na Grécia e alguns meses depois na Irlanda, o maior problema das intervenções do FMI é converter toda a gente em taxistas.