quinta-feira, janeiro 06, 2011

ACAPOR..CARIA DE IDEIA!

Uma associação de videoclubes oficializou hoje a apresentação das primeiras mil queixas-crime contra mil portugueses que partilham conteúdos via net. E como conseguiu esse milhar de IPs? Partilhando um torrent marcado... Via net. Calma, pois o absurdo nesta caça à ilegalidade com outra ilegalidade é quase irrelevante se compararmos com essa revolta (transformada em obsessão) da ACAPOR pela infidelidade dos seus ex-clientes de cassetes VHS e DVDs riscados, que agora, diz, só terem olhos para os computadores e internet. Como qualquer obsessão, também esta peca por tanta cegueira, ao ponto de não entenderem que a verdadeira ameaça ao negócio de aluguer de filmes, não está nos seus antigos clientes, mas na sua concorrência directa e de quem faz da pirataria um negócio. Será que a ACAPOR mostaria com o mesmo desembaraço e orgulho, como mostrou hoje, os caixotes de queixas-crime, se estas fossem contra feirantes de DVDs pirateados? Ou mesmo contra alguns jogadores da selecção nacional, que confessaram, há não assim tão pouco tempo para a televisão, o hábito de piratear filmes para ver nos estágios? Ou melhor ainda, porque é que a ACAPOR não transfere toda a sua energia do "apanha-o-IP" na criação de uma alternativa mais prática e económica ao aluguer interactivo de filmes?
Não, a ACAPOR acha que faz muito mais sentido elaborar uma queixa contra o consumidor ou, mais concretamente, contra uma conta de IP. Resta saber se as nossas prisões terão capacidade suficiente para albergar famílias inteiras e respectiva vizinhança, porque nunca se vai conseguir saber qual destas 16 pessoas, que partilham uma rede wireless sem protecção, sacou o "Avatar" traidor da associação de videoclubes.
Para os dinamizar, o que os nossos tribunais estavam mesmo a necessitar era de uns bons milhares de processos inequívocos como estes.

Sem comentários: