quarta-feira, julho 12, 2006

Os Keane

Os Keane lançaram há cerca de um mês atrás um disco novo. Como seria de esperar, e tal como tinha sucedido com “Hopes and Fears”, foi completamente arrasado pela crítica especializada. Houve algumas excepções como a Entertainment Weekly e a Slant Magazine, que não fazem parte do grupo de revistas mais credíveis no mercado.
“Under the Iron Sea” é um disco pop, simples, modesto e despretencioso. Aliás, tal como o seu disco anterior. Ou seja, não desilude (mas também não surpreende).
Os Keane têm tudo para ser uma boa banda a abater. A odiar, portanto. Fazem melodias que dificilmente esquecemos e as suas canções são fáceis de trautear, são um sucesso junto do grande público e isso, consequentemente ou não, assusta a crítica, mesmo aquela que acaba por passar os seus ouvidos pelos discos deste trio e afasta os ouvintes mais exigentes de música, nem que seja pelo simples facto de que os seus singles passam na RFM! No entanto, estes elitistas esquecem-se que essa mesma estação também inclui ou já incluiu nas suas playlists Pixies, Lloyd Cole e Prefab Sprout...
Ainda está para nascer alguém que me explique, sem ser por motivos preconceituosos, que não é possível gostar da pop melancólica dos Keane e simultaneamente vibrar com coisas tão díspares como o post-metal dos Isis, o art-punk dos Les Savy Fav ou indie-rock dos Tapes n’Tapes.
A penúltima faixa de “UTIS”, “Broken Toy”, com uma letra (ainda) mais deprimente e cantada por Thom Yorke seria o single alternativo do ano, mas como é cantada por um tipo que parece ter saído directamente de uma história popular da autoria de J. R. R. Tolkien, não passará, para os experts musicais, de lixo pop.
Há claras influências de U2? Sim e daí? Também me pareceu que os moços andaram a ouvir, com alguma regularidade, os discos dos anos 80 dessa banda irlandesa e não me parece que tenham tido assim uma tão má opção – no entanto, para mim, o melhor álbum dos U2 só apareceu na década seguinte e baptizaram-no de “Achtung Baby”. Continuando esta onda de comparações e por mais que custe admiti-lo, a verdade tem que ser dita: a pop dos Keane é bem mais interessante que a pop ou o rock (ou aquilo que quiserem chamar; eu tinha um nome giro, mas não se costuma inserir na classe das categorias musicais) que os U2 fazem actualmente.

3 comentários:

/b/ disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
/b/ disse...

Ora nem mais.

Anónimo disse...

Great site loved it alot, will come back and visit again.
»