sexta-feira, dezembro 28, 2007
quinta-feira, dezembro 27, 2007
800 Euros
É o valor que um grupo de amigos vai despender pela estadia, num medíocre T2, no próximo fim-de-semana prolongado, na Nazaré. Parece que foi o melhor preço para ambas as partes.
A preocupação deste grupo estaria, não tanto com as condições que a casa pudesse oferecer - muito menos com o lhes vai sair do bolso – mas com a aceitação, por parte da arrendadora, do respectivo número de hóspedes. Uma dúzia, “mas podem ser mais”. Perceberam, no segundo a seguir, que tinha sido uma sorte terem avançado com um número par, pois para a nazarena, mais importante que o número de estranhos que lhe vai invadir a sua casa, seria o tipo de inter-relacionamentos entre si: “Quantos casais são?”. Ora bem e não é que a teoria da senhora das sete saias faz sentido: enquanto acasalam, não destroem a casa! Ficamos, assim, todos a saber que, ao contrário da especulação imobiliária, a poligamia não é uma prática vista com bons olhos pela classe das varinas da Nazaré.
A preocupação deste grupo estaria, não tanto com as condições que a casa pudesse oferecer - muito menos com o lhes vai sair do bolso – mas com a aceitação, por parte da arrendadora, do respectivo número de hóspedes. Uma dúzia, “mas podem ser mais”. Perceberam, no segundo a seguir, que tinha sido uma sorte terem avançado com um número par, pois para a nazarena, mais importante que o número de estranhos que lhe vai invadir a sua casa, seria o tipo de inter-relacionamentos entre si: “Quantos casais são?”. Ora bem e não é que a teoria da senhora das sete saias faz sentido: enquanto acasalam, não destroem a casa! Ficamos, assim, todos a saber que, ao contrário da especulação imobiliária, a poligamia não é uma prática vista com bons olhos pela classe das varinas da Nazaré.
terça-feira, dezembro 25, 2007
Bom dia!
Desperta com a pouco claridade que vai sorrateiramente entrando pela janela semifechada do quarto. Vai ganhando consciência, primeiro de onde está e logo de seguida, de que não está só. Vira-se para quem está ao seu lado e fica ali ainda alguns minutos a contemplar aquela magnífica porção limitada de matéria quase estranha que os lençóis não conseguem cobrir. O pescoço, a boca, o nariz, o cabelo. Os olhos tremem e ouve-se a respiração, aquele seria o melhor momento para poder cometer o perverso acto de observar os detalhes sem estar na condição perturbante (e intimidante) de poder estar sujeito ao mesmo processo. Entretanto, aquela experiência necessita de passar a outro nível e decide aventurar a sua mão até ao corpo meio desconhecido. Começa pelo cabelo e, depois, desce até ao rosto, passando os dedos ao de leve pelas pálpebras e os seus grossos lábios. Quando toca-lhe nas orelhas, o outro ser ressente-se e mexe-se ligeiramente. Pára. Ganha novamente confiança e avança para um ombro destapado. Enquanto vai descendo pelo braço abaixo, o choque da diferença de temperatura vai sendo gradual e tornando, assim, eminente o outro despertar.
Abre timidamente os olhos, sorri e puxa bruscamente aquele corpo que o acordou para junto de si. Estranha-se um primeiro beijo, entranham-se os restantes. Ficam ali. aqueles dois corpos entrelaçados, durante infinitos minutos, no centro daquela grande cama até os cheiros e sabores de cada um voltarem a misturar-se e o desejo pedir que aquele contacto se torne ainda mais íntimo.
Abre timidamente os olhos, sorri e puxa bruscamente aquele corpo que o acordou para junto de si. Estranha-se um primeiro beijo, entranham-se os restantes. Ficam ali. aqueles dois corpos entrelaçados, durante infinitos minutos, no centro daquela grande cama até os cheiros e sabores de cada um voltarem a misturar-se e o desejo pedir que aquele contacto se torne ainda mais íntimo.
sexta-feira, dezembro 21, 2007
O capitalismo
Retirado deste livro notável:
“A rede de distribuição capitalista, uma complexa cadeia de fábrica, transporte, depósito e pontos-de-vendas, é um dos maiores feitos masculinos na história da cultura. É um circuito apolíneo, com a rapidez do raio, de aliança masculina. Uma das irritantes reações automáticas do feminismo é seu desdém de bom-tom pela “sociedade patriarcal”, a que jamais se atribui alguma coisa de bom. Mas foi a sociedade patriarcal que me libertou a mim como mulher. Foi o capitalismo que me proporcionou o lazer para me sentar a esta mesa e escrever este livro. Vamos parar de ser tacanhas em relação aos homens e reconhecer livremente os tesouros que a obsessividade deles despejou na cultura.
Podíamos fazer um catálogo das conquistas masculinas, das estradas pavimentadas, do encanamento das casas e das máquinas de lavar aos óculos, antibióticos e fraldas descartáveis. Desfrutamos de leite e carne fresco , sadios. Quanto atravesso a ponte George Washington ou qualquer das grandes pontes dos Estados Unidos, penso: foram os homens que fizeram isso. A construção é uma sublime poesia masculina. Quando vejo um gigantesco guindaste passando numa carreta, paro com respeito e reverência, como faria com uma procissão. Que poder de concepção, que grandiosidade: esses guindastes nos ligam ao antigo Egito, onde a arquitetura monumental foi imaginada e realizada pela primeira vez. Se se tivesse deixado a civilização nas mãos da mulher, ainda estaríamos morando em cabanas de palha. A mulher contemporânea que usa capacete de operário simplesmente entra num sistema conceitual inventado pelos homens . O capitalismo é uma forma de arte, uma invenção para rivalizar com a natureza. É hipocrisia das feministas e dos intelectuais desfrutarem os prazeres e conveniências do capitalismo, fazendo ao mesmo tempo pouco dele. Todos os que nasceram no capitalismo incorreram em dívida com ele. Daí a César o que é de César. ”
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Abriu oficialmente a época de caça à sms natalícia
Quando nasci deram-me a escolher entre um pénis grande ou uma memória grande, e eu agora já não me lembro se te mandei a mensagem a desejar um bom natal...
Vindo de uma amiga, não sei lhe recorde umas lições de anatomia ou lhe deva dar, simplesmente, os parabéns!
Quando te sentires a pessoa mais infeliz do mundo, lembra-te que um dia foste o espermatozóide mais rápido do grupo! Feliz Natal.
Boa, quando me sentir a pessoa mais infeliz do mundo já sei com quem não contar. Sim, porque pior que sentir-se um inútil, é ser um ser microscópico.
Se um homem gordo, velho, vestido de vermelho te tentar embrulhar não resistas... fui eu que já escolhi a prenda deste natal.
Com miúdas tão prendadas no Carrefour, tenho mesmo que ser embrulhado pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Rebuguengas de Baixo?
Vindo de uma amiga, não sei lhe recorde umas lições de anatomia ou lhe deva dar, simplesmente, os parabéns!
Quando te sentires a pessoa mais infeliz do mundo, lembra-te que um dia foste o espermatozóide mais rápido do grupo! Feliz Natal.
Boa, quando me sentir a pessoa mais infeliz do mundo já sei com quem não contar. Sim, porque pior que sentir-se um inútil, é ser um ser microscópico.
Se um homem gordo, velho, vestido de vermelho te tentar embrulhar não resistas... fui eu que já escolhi a prenda deste natal.
Com miúdas tão prendadas no Carrefour, tenho mesmo que ser embrulhado pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Rebuguengas de Baixo?
Continua... ou não.
terça-feira, dezembro 18, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Estranha tendência
Estacionar carros nos passeios para além de ser uma prática ilegal, é um acto prevaricador da ordem pública. Um total desrespeito por todos os cidadãos que só possuem este espaço para circular na via pública. Mas, na minha opinião, este deve ser um problema para ser resolvido rigorosamente fazendo cumprir a lei ou em último caso, indirectamente, pela sua subjectividade problemática (cada caso será um caso) e não com soluções “chapa cinco” sem, por exemplo, questionar os seus utilizadores - sobretudo os residentes - se acham tal resposta viável.
Expõe-se uma reclamação à autarquia local e enviam-se uns especialistas para se arquitectar uma solução. Conclusão: pinos e mais pinos! Obra feita e o resultado está à vista de todos: perdeu-se um óptimo e amplo passeio junto das garagens e ganhou-se uma curiosa pista de gincana de bicicletas.
Alguém devia estudar esta estranha e sistemática tendência, dos senhores engenheiros e/ou arquitectos das Câmaras Municipais, para apresentar estas protecções fálicas espetadas no solo, como solução única e inquestionável para resolver o problema do estacionamento abusivo.
Expõe-se uma reclamação à autarquia local e enviam-se uns especialistas para se arquitectar uma solução. Conclusão: pinos e mais pinos! Obra feita e o resultado está à vista de todos: perdeu-se um óptimo e amplo passeio junto das garagens e ganhou-se uma curiosa pista de gincana de bicicletas.
Alguém devia estudar esta estranha e sistemática tendência, dos senhores engenheiros e/ou arquitectos das Câmaras Municipais, para apresentar estas protecções fálicas espetadas no solo, como solução única e inquestionável para resolver o problema do estacionamento abusivo.
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Maior que a vida
Há momentos aparentemente insignificantes no nosso dia-a-dia que, por transmitirem uma certa carga sentimental inexplicável, podem-se tornar eternos.
Uma viagem de comboio que faça a ligação entre as duas principais cidades do país, teoricamente, pode ser um suplício, sobretudo para quem não esteja habituado e se limitar a pensar nas suas três horas de duração (na hipótese menos económica mas mais rápida). Um jornal ou uma revista pode ajudar a passar o tempo, mas observar as paisagens (enquanto se “pensa na vida”) também pode dar um contributo não menos valioso.
O comboio parte da estação de Santa Apolónia (Lisboa) meia-hora depois das sete da manhã e ainda as luzes públicas iluminam umas estradas praticamente desertas. Por outro lado, algumas luzes acesas nos prédios são um indício de que a cidade começa a despertar para mais um dia. Entretanto deixo de ver edifícios e estradas e passo a ver o campo. Lá mais ao fundo uma parte do rio começa a tomar uma tonalidade alaranjada. Este momento coincide com o meu acto de meter os auscultadores do leitor de mp3 nos ouvidos. Enquanto o sol, timidamente, começava-me a iluminar o horizonte, os Band of Horses aqueciam-me o corpo e a alma. Alternando de funções, ambos, assim me acompanharam no resto da viagem, naquela manhã fria, até ao Porto.
Uma viagem de comboio que faça a ligação entre as duas principais cidades do país, teoricamente, pode ser um suplício, sobretudo para quem não esteja habituado e se limitar a pensar nas suas três horas de duração (na hipótese menos económica mas mais rápida). Um jornal ou uma revista pode ajudar a passar o tempo, mas observar as paisagens (enquanto se “pensa na vida”) também pode dar um contributo não menos valioso.
O comboio parte da estação de Santa Apolónia (Lisboa) meia-hora depois das sete da manhã e ainda as luzes públicas iluminam umas estradas praticamente desertas. Por outro lado, algumas luzes acesas nos prédios são um indício de que a cidade começa a despertar para mais um dia. Entretanto deixo de ver edifícios e estradas e passo a ver o campo. Lá mais ao fundo uma parte do rio começa a tomar uma tonalidade alaranjada. Este momento coincide com o meu acto de meter os auscultadores do leitor de mp3 nos ouvidos. Enquanto o sol, timidamente, começava-me a iluminar o horizonte, os Band of Horses aqueciam-me o corpo e a alma. Alternando de funções, ambos, assim me acompanharam no resto da viagem, naquela manhã fria, até ao Porto.
terça-feira, dezembro 11, 2007
Ninguém goza com um homem "cheiroso"?
Ou são os treinadores, ou são os dirigentes, nem o seleccionador nacional escapa, muito menos os comentadores ou os adeptos. Todas as personalidades públicas ligadas directa ou indirectamente ao mundo futebolístico, de certa forma, são alvos fáceis da chacota pública. Todos, ou quase todos, nos rimos com os gatos fedorento a imitarem o Paulo Bento ou o Scolari, ou mesmo, o já por si muito cómico comentador, Rui Santos. Então alguém que me explique porque é que deixam passar ao lado os comportamentos (a)típicos dos jogadores de futebol? De onde vem tal impunidade social?
Estou quase a acreditar que o facto de eles todos falarem daquela maneira muito arrastada, de forma arranjar as palavras bonitas – daquelas que eles nunca usariam entre quatro linhas - para não estragarem o tal discurso politicamente correcto chapa cinco, é só para que os jornalistas acompanhem, palavra a palavra e por escrito, o que, no fundo, toda a gente já sabe de cor e salteado (de tantas vezes ouvir sair das bocas de outros jogadores). Esta ligeireza de raciocínio não seria, por si só, uma boa razão para dar largas à nossa tendência trocista?
O Ricardo Quaresma, juntou-se a um grande adepto do F.C.P., vocalista dos Blind Zero nas horas vagas, e fizeram, os dois, ontem, uma pequena reportagem para o “Jornal da Noite” da SIC onde mostravam o balneário do seu clube. Resultado: por mais que o adepto tentasse desvirtuar o discurso do jogador, a conversa entrava sempre nos “carris” e lá iam eles pela conversa do costume. “Muito orgulho por vestir esta camisola... o peso do símbolo e do nome... é aqui que ouvimos as indicações do treinador... e festejamos as vitórias... yada yada...”. A coisa de repente parece ter tomado outros contornos quando a conversa começou a traçar umas tangentes perigosas à higiene íntima do jogador. Enquanto se via umas embalagens de desodorizante da Sanex, gel de barbear Fusion, um pó de talco da Johnson, entre outras, o jogador confessava: “Sou muito cheiroso, gosto de me perfumar... porque os ciganos têm a fama de cheirar mal... mas, olha, mesmo assim ninguém me pega!”.
Os homens de sucesso de hoje são mesmo assim: pouco originais e honestos no seu discurso mas muito, muito competentes e... cheirosos.
Estou quase a acreditar que o facto de eles todos falarem daquela maneira muito arrastada, de forma arranjar as palavras bonitas – daquelas que eles nunca usariam entre quatro linhas - para não estragarem o tal discurso politicamente correcto chapa cinco, é só para que os jornalistas acompanhem, palavra a palavra e por escrito, o que, no fundo, toda a gente já sabe de cor e salteado (de tantas vezes ouvir sair das bocas de outros jogadores). Esta ligeireza de raciocínio não seria, por si só, uma boa razão para dar largas à nossa tendência trocista?
O Ricardo Quaresma, juntou-se a um grande adepto do F.C.P., vocalista dos Blind Zero nas horas vagas, e fizeram, os dois, ontem, uma pequena reportagem para o “Jornal da Noite” da SIC onde mostravam o balneário do seu clube. Resultado: por mais que o adepto tentasse desvirtuar o discurso do jogador, a conversa entrava sempre nos “carris” e lá iam eles pela conversa do costume. “Muito orgulho por vestir esta camisola... o peso do símbolo e do nome... é aqui que ouvimos as indicações do treinador... e festejamos as vitórias... yada yada...”. A coisa de repente parece ter tomado outros contornos quando a conversa começou a traçar umas tangentes perigosas à higiene íntima do jogador. Enquanto se via umas embalagens de desodorizante da Sanex, gel de barbear Fusion, um pó de talco da Johnson, entre outras, o jogador confessava: “Sou muito cheiroso, gosto de me perfumar... porque os ciganos têm a fama de cheirar mal... mas, olha, mesmo assim ninguém me pega!”.
Os homens de sucesso de hoje são mesmo assim: pouco originais e honestos no seu discurso mas muito, muito competentes e... cheirosos.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
A propósito de cimeiras cheias de boas intenções, o Sócrates* teria dito:
Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto pelo menos por desonestidade.
*Não o português, o grego!
sábado, dezembro 08, 2007
Duo maravilha
Mas há algo que o António Barreto e a Joana Pontes peguem que o resultado não seja genial?
Depois de “Portugal, um retrato social”, chegou a vez de “Nós e a Televisão” e “A televisão e o Poder”, dois documentários que passaram a seguir ao Telejornal nas passadas quinta e sexta-feira. Estão todos de parabéns: os autores, pelos excelentes documentários realizados à volta da temática televisiva no nosso país: a evolução da TV ao longo das últimas décadas e as influências* que teve, tem e terá nosso quotidiano, sob a perspectiva de quem a vê e de quem a faz; e o canal estatal, por continuar a apostar em programas de qualidade para preencher o seu horário nobre. Não podia deixar de realçar também que o duo, desta vez, transformou-se em trio, com a entrada para a parte da locução de uma das vozes mais bonitas de Portugal: Inês Menezes.
*Lembram-se da morte do Dino, dos “Morangos”?
“Milhares de adolescentes vieram de todos os pontos país para assistir aquele que foi um dos mais mediatizados funerais dos últimos tempos: o de Francisco Adam. A larga maioria só o conhecia de uma telenovela. Ninguém soube explicar a eles que quem tinha morrido dias antes, era bem mais que uma personagem de ficção.”
Depois de “Portugal, um retrato social”, chegou a vez de “Nós e a Televisão” e “A televisão e o Poder”, dois documentários que passaram a seguir ao Telejornal nas passadas quinta e sexta-feira. Estão todos de parabéns: os autores, pelos excelentes documentários realizados à volta da temática televisiva no nosso país: a evolução da TV ao longo das últimas décadas e as influências* que teve, tem e terá nosso quotidiano, sob a perspectiva de quem a vê e de quem a faz; e o canal estatal, por continuar a apostar em programas de qualidade para preencher o seu horário nobre. Não podia deixar de realçar também que o duo, desta vez, transformou-se em trio, com a entrada para a parte da locução de uma das vozes mais bonitas de Portugal: Inês Menezes.
*Lembram-se da morte do Dino, dos “Morangos”?
“Milhares de adolescentes vieram de todos os pontos país para assistir aquele que foi um dos mais mediatizados funerais dos últimos tempos: o de Francisco Adam. A larga maioria só o conhecia de uma telenovela. Ninguém soube explicar a eles que quem tinha morrido dias antes, era bem mais que uma personagem de ficção.”
quinta-feira, dezembro 06, 2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
A minha Maria tem tanto jeitinho para automóveis como eu para a doçaria conventual
Há misoginia em fóruns do mundo automóvel? Comecei por estranhar a escassa participação de mulheres nestes espaços, mas inicialmente pensei que tal se devia ao pouco interesse que tais assuntos lhes pudessem provocar. Mais tarde deparei-me com uma certa hostilidade por parte de alguns participantes masculinos, sobre quaisquer abordagens feitas por alguém do sexo feminino em tópicos da especialidade. E não só. Tal repúdio por vezes estendia-se a “threaths” da categoria “off-topic”. Mas de onde vem tanta intolerância perante as opiniões dos membros do sexo oposto em fóruns onde a Soraia Chaves é Deus?
Bom, parece-me óbvio que, se não houvesse a obrigatoriedade de preencher o sexo nos perfis dos “foruenses” não haveria tanta discórdia e eu ficaria sem assunto para me entreter. Por isso: obrigado , web administrators!
Como qualquer “macho” que se preze, aqueles homens não gostam de ser confrontados com a realidade de que uma mulher também possa ter uma opinião sobre um tema que julgam dominar (sobretudo se for uma opinião contrária à deles). Aliás, acredito que, para alguns, só o facto de elas poderem ter uma opinião já é motivo suficiente para lhes causarem algumas náuseas. Não me estou a referir propriamente a uma geração de homens que só vêm as (suas) mulheres de volta dos tachos e panelas e outros afazeres domésticos. Trata-se da geração posterior a essa: os filhos destes, provavelmente. Deu-se a evolução: a rapariga/mulher saiu da cozinha directamente para uma recepção ou uma caixa de supermercado, mas continua, pelo menos para eles, sem direito a ter opinião própria sobre certos, ou mesmo todos, assuntos.
“A minha Maria”, como a maioria “carinhosamente” – as aspas, não sendo tendenciosas, servem somente para que cada um aplique o sentido que mais lhe convir - gostam-lhe de chamar, é chamada ao assunto dos tópicos destes fóruns, quando se referem à companhia - tipo apêndice – que os acompanha até um determinado local. Um deles diz, “o meu GPS é a minha Maria, peço-lhe o mapa e depois oriento-me” e o resto da “comunidade foruense” acha isto muito hilariante. Portanto, tem nome – Maria, vá lá - mas não sabe ver mapas, não se orienta, enfim: não tem uma vida própria.
A mulher com quem um destes homens escolheu partilhar a vida é mesmo a tal, a especial, a que nunca saberá trocar um pneu, nem nunca terá capacidades suficientes para decifrar as siglas TDI, CTDI, GTI, TSI, etc., que necessitará de um espaço especial e alargado para estacionar quando se aventurar a ir aos centros comerciais sem ele e vai continuar a colocar o óleo no carro pelo orifício da vareta. Tudo isto em nome do bem-estar geral público e sobretudo para que nada afecte uma normalidade social estereotipada, a tal (também), que só existe na cabeça dele (e dos que pensam como ele). Isto parece quase resultar de um mandamento do subconsciente. “Não deixarás que a mulher que durma na mesma cama que tu, domine as matérias que compete a ti dominar”. Amén.
Ela dorme com ele e ele sonha com a Soraia Chaves. Isto até ao dia em que um sonho erótico se transformar num pesadelo: quando a Soraia lhe aparecer à frente com uma lingerie muito sexy e começar-lhe a debitar uns parágrafos de um qualquer manual de mecânica de automóveis.
Como qualquer “macho” que se preze, aqueles homens não gostam de ser confrontados com a realidade de que uma mulher também possa ter uma opinião sobre um tema que julgam dominar (sobretudo se for uma opinião contrária à deles). Aliás, acredito que, para alguns, só o facto de elas poderem ter uma opinião já é motivo suficiente para lhes causarem algumas náuseas. Não me estou a referir propriamente a uma geração de homens que só vêm as (suas) mulheres de volta dos tachos e panelas e outros afazeres domésticos. Trata-se da geração posterior a essa: os filhos destes, provavelmente. Deu-se a evolução: a rapariga/mulher saiu da cozinha directamente para uma recepção ou uma caixa de supermercado, mas continua, pelo menos para eles, sem direito a ter opinião própria sobre certos, ou mesmo todos, assuntos.
“A minha Maria”, como a maioria “carinhosamente” – as aspas, não sendo tendenciosas, servem somente para que cada um aplique o sentido que mais lhe convir - gostam-lhe de chamar, é chamada ao assunto dos tópicos destes fóruns, quando se referem à companhia - tipo apêndice – que os acompanha até um determinado local. Um deles diz, “o meu GPS é a minha Maria, peço-lhe o mapa e depois oriento-me” e o resto da “comunidade foruense” acha isto muito hilariante. Portanto, tem nome – Maria, vá lá - mas não sabe ver mapas, não se orienta, enfim: não tem uma vida própria.
A mulher com quem um destes homens escolheu partilhar a vida é mesmo a tal, a especial, a que nunca saberá trocar um pneu, nem nunca terá capacidades suficientes para decifrar as siglas TDI, CTDI, GTI, TSI, etc., que necessitará de um espaço especial e alargado para estacionar quando se aventurar a ir aos centros comerciais sem ele e vai continuar a colocar o óleo no carro pelo orifício da vareta. Tudo isto em nome do bem-estar geral público e sobretudo para que nada afecte uma normalidade social estereotipada, a tal (também), que só existe na cabeça dele (e dos que pensam como ele). Isto parece quase resultar de um mandamento do subconsciente. “Não deixarás que a mulher que durma na mesma cama que tu, domine as matérias que compete a ti dominar”. Amén.
Ela dorme com ele e ele sonha com a Soraia Chaves. Isto até ao dia em que um sonho erótico se transformar num pesadelo: quando a Soraia lhe aparecer à frente com uma lingerie muito sexy e começar-lhe a debitar uns parágrafos de um qualquer manual de mecânica de automóveis.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
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