quarta-feira, fevereiro 29, 2012
:facepalm:
domingo, fevereiro 26, 2012
A ameaça
"I felt threatened. I didn't realize that I was threatening him."
Esta apresentadora estava a lidar com um Dogo Argentino como se fosse uma criança, ao mesmo tempo que ia dizendo coisas simpáticas como se ele as entendesse como tal. A conjugação disto com um ambiente ultra-stressante, provocado por todo o aparato das gravações de um programa de TV, foi fatal para aquela mulher, que entendeu da pior maneira, que o comportamento humano pode ser interpretado pelos animais de uma forma totalmente diferente.
sábado, fevereiro 25, 2012
B2a0s1s2
Nem dois meses passaram e já é possível recapitular tanta coisa, de tanto valor. Algumas confirmações e muitas (boas) surpresas:
Burial, confirmadeeeeérrimo;
Benjamim Damage & Doc Daneeka, dois pioneiros do uk bass juntaram-se e fizeram um LP que tem tanto de vibrante como de coerente, que sejamos realistas: é uma combinação muito rara em álbuns de música de dança;
Mickey Pearce, uma das novas e empolgantes sensações do dubstep e mais qualquer coisa;
John Talabot, a classe e o charme transformados em música house;
BLONDES, disco delicioso de techno; não é por acaso que ele levou um 10/10 de uma publicação britânica;
Scuba, o LP sai já na próxima segunda e parece-me quase tão bom como o anterior - a investigar;
Joy O & Boddika, mais uma prova de que não se perde nada em juntar dois pequenos génios e deixar que eles partilhem boas ideias...
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
De Genève, Nyon e Prangins III
First Aid Kit - The Lion's Roar from Wichita Recordings on Vimeo.
quinta-feira, fevereiro 16, 2012
De Genève, Nyon e Prangins II
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
De Genève, Nyon e Prangins
Por alguns dias acho que estou em boas mãos: um povo acolhedor e super-protector, com um sistema de transportes que, assim que aterramos, disponibiliza um bilhete de 80 minutos grátis com acesso a toda a cidade, que faz sufrágios por dá cá aquela palha, que nos proíbe de fazer picnics nas docas (?), que nos acomoda com uma roupa de cama com um sistema anti-ácaros, que nos dá música ambiente enquanto estamos na sanita... e que tem uns “chaines espagnoles” muito pouco espanhóis, parece-me - estou a imaginar o gajo que fez esta lista de canais de TV: "ora este é só gente a falar assim de uma forma esquisita... só pode ser espanhol!"
segunda-feira, fevereiro 13, 2012
Volta Paco da Bandeira, que estás perdoado!
Isto, umas horas depois de ter sido encontrada morta na banheira de um hotel uma outra cantora, que também foi em tempos vítima de violência doméstica por parte do seu ex-marido e também cantor - também terá sido por estes tempos que terá iniciado o seu problema de dependência - que por acaso até tem o mesmo apelido do primeiro: Brown.
Moral da história: diz que as pessoas merecem todas uma segunda oportunidade, só que parece que uma outra oportunidade por vezes não chega. Por vezes só mesmo um milagre consegue recuperar vidas em progressivo declínio.
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Da obsessão ao isolamento
“Shame”, de Steve McQueen, aborda a vida de Brandon, um nova-iorquino solteiro de Wall Street, com uma muito limitada vida social, que acaba por ser compensada pela sua secreta compulsão para o sexo. A vida deste homem que, simultaneamente, tem tudo e não tem nada, é-nos dada a conhecer sem quaisquer vestígios de julgamento ou de censura perante a sua dependência, mas também não propõe qualquer tipo de condescendência para com ela. Aliás, a forma crua e realista como as cenas de sexo com algumas prostitutas e engates de circunstância são reveladas, estão muito longe de querer romantizar seja lá o que for. Cenas essas que ele terá visto e copiado de um dos seus vídeos porno, da sua vasta colecção, que ocupa uma boa parte do disco rígido do seu portátil, ou directamente da janela de um dos seus vizinhos. Ninguém devia ficar surpreendido com isto. Afinal de contas, este lado irracional da vida sexual de Brandon não é assim tão diferente da vida sexual - copiada de, ou (des)inspirada em, pornografia - da maioria dos homens de hoje.
“Shame” também é um filme incómodo e perturbador não tanto porque demonstra a infelicidade da vida de alguém viciado em sexo, mas porque revela que este tipo de homens se auto-desprezam ao ponto de tornar impossível qualquer tipo de comunicação honesta com os outros. Inclusive, com a sua própria irmã, que reaparece na sua vida para baralhar toda sua vida intima e dar mais algumas pistas sobre a origem do seu “trauma”. Se bem que na prática o que interessa é o resultado final: mostrar o outro lado do homem para além da sua dependência. Isto, por si só, é algo que Mary Harron, por mais que tivesse tentado, não conseguiu revelar no seu “American Psycho” (2000).
Só um grande actor, como Michael Fassbender o é, consegue desvendar toda a verdade de um personagem assim. Fez tudo isto praticamente quase sem abrir a boca e, nos tempos mortos, ainda provoca orgasmos a senhoras desprevenidas, em plena carruagem do metro, só com o olhar. De mestre, mesmo.
Outro continente, outro filme, outra obsessão. “Skoonheid”, do sul-africano Oliver Hermanus, tem como protagonista um típico “afrikaaner”, branco, racista, chefe de família e, aparentemente, muito bem integrado numa das sociedades mais conservadoras do mundo. Portanto tinha tudo para ser feliz, mas ele, Francois, é um homem reprimido e revoltado. Isto deve-se ao facto de ser homossexual e de estar, como tantos outros homens por esse mundo fora, aprisionado a uma vida de aparências. A sua “normal” vida dupla é subitamente alterada quando conhece, numa festa de casamento, o filho de um dos seus amigos, que se vai tornar daí adiante a sua obsessão. Todo o seu lado mais sombrio revelar-se-á a partir desse momento - que, convém dizê-lo, é filmado brilhantemente.
Não deixa de ser curioso que dois dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, retratem de uma forma muito séria a história de um segredo que obriga os seus donos a transformarem-se em seres emocionalmente isolados. E que, por outro lado, obriga a nós - quem os vai descobrindo - a pensar sobre as suas obsessões e, sobretudo, sobre as nossas. Ou seja: uma viagem de auto-descoberta que pode ser tão ou mais devastadora como a de destas duas personagens.
(Ambos os filmes ainda não estrearam em Portugal. O primeiro, devido às boas críticas internacionais, à razoável surpresa no resultado de bilheteiras nacional do filme anterior de McQueen, “Fome”, e a toda a conjuntura em torno do tamanho do pirilau do Fassbender, acredito que isso ainda seja possível. O mesmo não poderei dizer do segundo, infelizmente.)