"It Follows", o mais recente fenómeno de terror americano de/para adolescentes, tinha tudo para ser bom: uma excelente técnica cinematográfica, expeditos jovens actores e uma banda sonora simultaneamente arrepiante e harmoniosa... Só lhe faltou uma boa história. Ou, vá lá, uma história razoável, coisa que uma maldição que se transmite por contacto sexual - tipo Clamídia, mas com consequências mais danosas para o contagiado, como ser perseguido por mortos-vivos desnudados - está muito longe de o ser.
domingo, maio 10, 2015
quinta-feira, maio 07, 2015
Okay, my ass!
Sinceramente
acho que um dos mais claros sinais de demência desta humanidade aparecem quando
alguém escreve críticas desta natureza sobre discos do calibre de “+-“ dos Mew.
É certo que não se trata do último grito vanguardista do indie rock, (provavelmente)
nem sequer será o melhor disco desta banda dinarmarquesa, mas é mais que certo
que este disco, com canções soberbas como a "Rows", "Water
Slides" e a "Satellites", está a anos-luz de distância de ser
essa mediocridade que a maioria da crítica apregoou.
quarta-feira, maio 06, 2015
Esta vida é um paradoxo que (para o bem da nossa sanidade mental) não deve ser controvertido
Os seres humanos
são contraditórios por natureza, mas essa situação tem tendência a agravar-se quando
o mundo à sua volta torna-se ainda mais incoerente. Como alguém que deseja a
serenidade absoluta ao mesmo tempo que vai exaltando a anarquia.
Assim foi Kurt
Cobain. Alguém que utilizou o isolamento, a humilhação e a (consequente) raiva
como impulsionadores do seu processo criativo. O seu rancor não se deveu tanto a um reconhecimento ou uma integração tardia (sobretudo depois de ter
encontrado algum aparo na pior das suas companhias – não, nem foi a Courtney
Love, foi mesmo a heroína), mas sobretudo porque esse reconhecimento/integração
surgiu subitamente de uma forma estrondosa, em modo de fenómeno musical à
escala global: os Nirvana. Ninguém estaria a espera disso, principalmente o
Kurt Cobain. Num dia vives atrapalhadamente numa pequena cidade do estado de
Washington, no outro já és a porta-voz de uma geração! É aqui que a anarquia, a
pacatez e o mediatismo se tornam totalmente incompatíveis. Um conflito que a
constituição de uma família e o nascimento de uma filha não resolveram. Recordo:
era um conflito interior.
O documentário “Cobain:
Montage of Heck” também é uma viagem até ao interior da mente de um dos últimos
grandes génios da cultura norte-americana. A questão é que nem todos estaremos
preparados para uma viagem tão atormentada. Aliás, como se sabe pelo final “desta
história”, nem o próprio estaria.
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