“Carol” vai muito
além de um drama de época ou de uma atípica (para aquela altura) história de
amor/atracção entre duas mulheres, sobretudo graças ao minucioso trabalho de
Todd Haynes. Há um engenhoso realce dos detalhes (os objectos, os gestos, os olhares,
etc) e um permanente estímulo a quase todos os sentidos.
Obviamente que
também muito se deve ao excelente trabalho da dupla de actrizes Blanchett e
Mara. Mas nada disto seria o mesmo sem o rigor e sensibilidade de alguém com
uma extraordinária capacidade para captar a discrição de um momento, como o das
escassas lágrimas que escorrem dos seus rostos, através do vidro embaciado de
um carro andamento. Não há outro realizador (vivo) a filmar com este nível de elegância
e requinte em Hollywood. Nem em Hollywood nem em qualquer outro lugar deste
planeta.