domingo, janeiro 03, 2016

Sensibilidade suprema

Carol” vai muito além de um drama de época ou de uma atípica (para aquela altura) história de amor/atracção entre duas mulheres, sobretudo graças ao minucioso trabalho de Todd Haynes. Há um engenhoso realce dos detalhes (os objectos, os gestos, os olhares, etc) e um permanente estímulo a quase todos os sentidos. 
Obviamente que também muito se deve ao excelente trabalho da dupla de actrizes Blanchett e Mara. Mas nada disto seria o mesmo sem o rigor e sensibilidade de alguém com uma extraordinária capacidade para captar a discrição de um momento, como o das escassas lágrimas que escorrem dos seus rostos, através do vidro embaciado de um carro andamento. Não há outro realizador (vivo) a filmar com este nível de elegância e requinte em Hollywood. Nem em Hollywood nem em qualquer outro lugar deste planeta.

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