O cérebro humano consegue
ser sempre fascinante e surpreendente. Do plano mais superficial ao mais profundo,
todas as memórias conseguem ser resgatadas e reproduzidas de uma forma mais ou
menos verossímil.
Alguns dos
melhores filmes vistos este ano partilham esta ideia. 2018, também por isso,
será sempre um ano cinematograficamente memorável.
Por vezes é só mesmo isso que nos resta de alguém muito
próximo, talvez ainda mais próximo depois do seu desaparecimento... (Nelyubov).
As memórias. Quando partilhadas por um grupo
de individuos e depois até se descobre que existem surpreendentes pontos críticos
de contacto que jamais pensariam existir quando esses factos aconteceram (Minding
the Gap). No fundo, são esses pontos comuns subconscientes que reforçaram as suas
ligações na altura. Depois também se pode pegar nelas (memórias) e prestar uma extraordinária
homenagem às pessoas responsáveis por aquilo que somos hoje, que é como quem
diz: as pessoas mais importantes da nossa vida (Roma). E ainda há aquelas memórias
muito difíceis de serem resgatadas. Sim, são os traumas que o nosso
inconsciente esconde, disfarça ou pior: transfigura, no local mais sombrio da
nossa mente (The Tale). Os especialistas dizem que o cérebro faz isso para nos
proteger. Será? O melhor filme que vi este ano diz portentosamente que não.