sexta-feira, novembro 23, 2007

OrgulhoChinchila.Com

A minha sobrinha quer uma Chinchila. Sinceramente acho que nunca vi tal bicho ao vivo e agora, que pesquisei fotos dele pela net, congratulo-me por tal feito. Há pequeno roedor mais feiozinho? Nada contra o bicho em si mas, depois de me aparecer à frente, cheguei ao ponto de ponderar na hipótese de mudar de família, se algum destes seres desta espécie passarem a fazer parte do agregado de um familiar meu. Mas quem consegue resistir a um pedido de uma miúda de 10 anos quando ela puxa pelo seu lado mais ternurento e suplica-nos com os seus lindos olhos azulóesverdeadosouqueraiodecoréaquela? Eu. “Não sou mais inteligente que uma miúda de 10 anos”, mas também não sou assim tão burro ao ponto de deixar-me influenciar por ela. No entanto, como as notas dos seus testes neste primeiro período até tem sido boas, está na altura de ceder qualquer coisa e dei por mim a procurar o citado animal.
Pelos preços praticados nas lojas de animais, fiquei com vontade de pegar em qualquer rato de esgoto e aplicar-lhe uma cirurgia estética de esticamento-até-não-poder-mais de orelhas e da cauda e a miúda nem dava por nada. Entretanto lembrei-me dos anúncios da net. Bingo: preços bem mais em conta, alguns já vêm com gaiola e até o entregam no domicílio. Foi numa dessas pesquisas que fiquei perplexo com vários anúncios deste tipo: “Tenho para venda chinchila macho bege hetero...”. Hetero? O cúmulo do azar: as Chinchilas para além do infortúnio de terem aquele aspecto, também são obrigadas a ter uma orientação sexual definida. Continuo ininterruptamente a questionar-me. E quem a define? A própria Chinchila? Ou os donos? Como? Pela maior ou menor destreza na agitação da cauda? Ou pelo volume dos seus guinchinhos?
Parei a minha dedicação sobre o assunto por ali porque entretanto tinha descoberto que havia outros animais a “brincarem” com o mesmo tema. Só que desta vez consta que há uma componente extra de “orgulho”: uma cerveja de qualidade - na perspectiva de um mediano apreciador – manhosa optou por uma campanha polémica (e sem sentido) para se autopromover. Assim em segundos, o meu estereótipo do nosso maior macho latino passou, automaticamente, de um "xéxé" camarinha para uma Chinchila a beber uma tagus fresquinha e a mandar um piropo, do género: “devorava-te todinha até ficares com a cauda encaracolada” (que é como quem diz: guinchar ruidosamente), à Chinchila (fêmea e hetero, obviamente) que tivesse a “sorte” de passar por perto.

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