domingo, fevereiro 21, 2010

A luz da desgraça

Hoje a minha vida parece ser só um encadeado de falhanços. As mulheres que não soube amar, as oportunidades que não agarrei, os momentos de felicidade que deixei fugir...
Uma corrida cujo resultado sei, sem por isso acertar no vencedor.
Estava cego e surdo, ou foi necessária a luz da desgraça para eu ver a minha verdadeira natureza?
...
Por detrás da cortina de pano esburacado, uma claridade leitosa anuncia o romper do dia. Doem-me os calcanhares, a minha cabeça ainda pesa uma tonelada, todo o meu corpo está encerrado numa espécie de escafandro.
A minha tarefa agora é escrever as inertes anotações de viagem de um náufrago nas praias da solidão.
@ O escafandro e a borboleta, Jean-Dominique Bauby

Sem comentários: