terça-feira, agosto 31, 2010

Tocando estranhos


Num dos seus últimos projectos, o fotógrafo nova-iorquino Richard Renaldi, juntava vários estranhos que ia encontrando pelas ruas e pedia-lhes para que se tocassem. "Touching Strangers" parte desta interessantíssima premissa, que é devidamente explicada pelo seu criador:

"I meet two or more people on the street who are strangers to each other, and to me. I ask them if they will pose for a photograph together with the stipulation that they must touch each other in some manner. Frequently, I instruct or coach the subjects how to touch. Just as often, I let their tentative physical exploration play out before my camera with no interference...Touching Strangers encourages viewers to think about how we relate physically to one another, and to entertain the possibility that there is unlimited potential for new relationships with almost everybody passing by."


Pretende-se aqui colocar em causa as regras codificadas sobre a forma como podemos tocar os outros sem ficarmos inconfortáveis e sem atingir um certo grau de intimidade (dos outros). Este jogo de limites está patente nas fotos, mais que no toque em si, na própria expressão de cada sujeito.

Vá, agora todos ...

quinta-feira, agosto 26, 2010

Oh, eles voltaram mais alegres* que nunca!



* nesse sentido, no outro e com umas pitadas de sentido humor, nesta nova versão de Brokeback Mountain.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Yes, I’m delighted

Trata-se de um EP, com 8 músicas e como dura, aproximadamente, 60 minutos, passaria muito bem até como um LP. Não é uma desilusão – é quase espontâneo trazer o “Illinois” à conversa e usá-lo como elemento de comparação sempre que o Sufjan faz novos discos - mas também não surpreende por aí além, excepto numa música que se extende para lá dos 17 minutos, que é sublime e até diria, se não achasse que aparentemente poderia estar a ser influenciado pelo entusiasmo precoce das primeiras audições: é uma das canções mais bonitas que já ouvi nesta vida! E se eu já ouvi tantas!

terça-feira, agosto 24, 2010

( o ) ( o )

Vários pares de maminhas à espreita depois disto, fica definitivamente provado que as decisões da Direcção de Programas da TVI estão mesmo dependentes das preocupações e dos gostos dos pais do público-alvo dos "Morangos". Já as mães não devem ter voto na matéria, para não variar.

segunda-feira, agosto 23, 2010

O amor pode ser tão simples quanto isto

Best Coast - When I'm With You from Pete Ohs on Vimeo.



The world is lazy
but you and me
We're just crazy


So when I'm with you, I have fun
Yeah when I'm with you, I have fun

Este sonho não é para mim

Passam na TV, no mesmo dia da semana e quase à mesma hora, dois concursos associados ao mundo da moda: o da RTP para estilistas, o da SIC para modelos. O primeiro, e apesar de ser minimalistamente conduzido por uma Nayma apática, parece-me ser bem mais interessante que o segundo. No entanto foi a ver o segundo que tirei a grande ilação da noite. A saber.
"À procura do sonho (Face Model Of The Year 2010)" é um concurso normalíssimo de descoberta de novos talentos para a passerelle. Há dois grupos, um de rapazes e outro de raparigas, uns com um registo de pós-adolescência mais visível que outros, mas não sobram dúvidas de que todos estão ali para procurar um "sonho", que pode virar pesadelo (recordo-me do drama da concorrente que na mesma semana ficou com um desgostoso e radical novo corte de cabelo e um passaporte para regressar a casa). Na edição de ontem, sob os desígnios da sessão fotográfica, os quatro elementos da natureza eram o mote. Para cada elemento, um fotógrafo e quatro modelos. Logo à partida, pareceu-me óbvio que a prova seria limitada, sobretudo ao profissionalismo do fotógrafo e às suas ideias e exigências. Portanto, fica provado que, até num mundo tão "objectivista" como é a moda, a sorte também é um factor a ter em conta. Que o digam os concorrentes bafejados pelo "Fogo" e pelo respectivo fotógrafo, que utilizou como único cenário o fumo artificial e era esse o único obstáculo daqueles modelos: ingerir fumo (?), já que a maquilhagem, o outfit e a pose banal fizeram o resto. Pior cenário deparou-se quem lhe calhou a prova fotográfica dentro de um tanque de água fria ("Água") ou os que tinham de saltar de uma plataforma para um colchão ("Ar"). Mas os resultados que acabaram por surtir mais efeitos negativos, foram os realizados no campo ("Terra"), não tanto devido à prova em si mas às exigências da fotógrafa. Um dos modelos não conseguiu chegar ao nível de "macho latino" solicitado pela profissional e uma das concorrentes não demonstrou grandes dotes de expressividade ao longo da sessão, aliás - tudo isto palavras da própria fotógrafa - naquela rapariga só as pernas lhe pareciam de valor. No fundo, pensei, passa-se o mesmo com certos fotógrafos: só se aproveita a máquina fotográfica.
Sessões terminadas, chegou a vez do júri fazer a sua avaliação. Naquele, reconhece-se imediatamente a Fátima Lopes (a estilista), os restantes dois elementos são-me desconhecidos - se bem que ambos captam-me a atenção, a senhora porque pareceu-me uma versão zen d'"a amiga Olga" (Cardoso) e o rapaz porque tinha uma t-shirt curiosa, criativa. Foi entrando um concorrente de cada vez e foi-lhes dito, tudo o aquilo que os fotógrafos foram desabafando ao longo das sessões. Logo, não havendo novidades, a quem correu pior a prova, foi eliminado do concurso. Curiosamente foi o que sucedeu a dois dos jovens que tinha achado que o resultado final tinha sido longamente superado e apresentaram fotos magníficas: o rapaz que não conseguiu fazer um ar "de macho-latino", que, no entanto, a nível de masculinidade (e naturalidade) teria tanto para ensinar aos que permaneceram em concurso e a rapariga "inexpressiva", que me surpreendeu... Pelo seu olhar profundo e porque é dona de umas belíssimas e longas pernas que nunca tremem sobre saltos altos (portanto, a léguas de outras finalistas que nem dois segundos aguentam sobre saltos).
Enfim, acho que todos aprenderam mais qualquer coisa. Até eu. Aprendi que, segundo estes critérios de avaliação, não percebo patavina do assunto e que devia arranjar algo mais interessante para fazer ao domingo à noite.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Nunca uma investigação de paternidade rendeu tanto em Portugal

O grupo de música popular portuguesa Chave d'Ouro acaba de ascender ao primeiro lugar do top de álbuns mais vendidos em Portugal, destronando assim The Suburbs , dos Arcade Fire . Conhecidos pelo êxito dos bailaricos de verão "O Pai da Criança (Quem Será?)" , os Chave d'Ouro já venderam 10 mil cópias (o correspondente a Disco de Ouro) do seu primeiro álbum, editado em 2009 e reeditado este ano com um novo tema, " A Mãe da Criança (Quem Será?)" , revela o Diário de Notícias. @ Blitz

10+1 cenas que nunca vou conseguir entender:


1 - Esse “jornalismo” que a SIC ocupa os últimos minutos dos seus principais noticiários, qualquer coisa entitulada “O melhor e o pior do Verão”(?);
2 – As funções de um Polícia Municipal;
3 – O acordo ortográfico, de fato;

4 – O rabo da Catarina Furtado no anúncio da CGD;
5 – Como é que, em 1971, o Elton John conseguiu entrar em Portugal para ir actuar no 1º festival de Vilar de Mouros, quando logo “desde o começo causou má impressão, com os seus modos soberbos e as suas exigências: carro de luxo para as deslocações, quartos de luxo para os acompanhantes e guarda-costas, etc.” – é o que consta do extenso relatório da PIDE sobre o festival;
6 – Enchentes de Agosto em tudo o que é praia... Os campos e as montanhas estão todos a arder, não é considerada uma argumentação válida;
7 – Conseguir ler uma crónica do Pedro Paixão inteira sem tomar previamente duas pastilhas para o enjoo;
8 – O fim dos chumbos nas escolas;
9 – A genialidade supra-suma dos The National;
10 – A franja da Constança Cunha e Sá;
E, obviamente, o LOST!

Isto é para me convencer que tenho andado a perder uma grande série?

really?!

terça-feira, agosto 17, 2010

Uma mãos-largas

Gratuito, não digo, mas se aplicassem preços especiais de viagens para as ilhas, não fariam nada que no nosso país vizinho já não faz há anos!

Não diria que é um cartaz Pessimus, mas que é assim para o Limitadus, lá isso é

Nos antípodas daquilo que nos fazem crer como sendo "a referência na área da música electrónica" (Soulwax? E haverá algum festival de música em Portugal em que os 2 Many DJ's não passem discos?) há, por exemplo, esta mixtape, que não é mais que uma selecção cronológica musical demonstrativa de que essa evolução da música electrónica deve-se muito pouco ao electro-house. Do 2-step garage ao Minimal, passando obviamente pelo Dubstep, há todo um vasto mundo por descobrir e apostar, senhores organizadores de festivais de "música electrónica de referência".

'tá armado em esquisito, o outro!

domingo, agosto 15, 2010

Um balde de água fria

Atrai-nos com os primeiros episódios das melhores séries (Mad Men, 30 Rock, Curb Your Enthusiasm ou as mais ou menos fieis Weeds e Dexter) depois vai continuando a seduzir-nos até ao fim da primeira época. A segunda temporada é a concretização de todo o entusiasmo com uma infinita tesão até ao seu último episódio. Até que chega o momento em que as substitui pela Supernatural, a Chuck ou a Bones e é sempre a descer!
No dia em que precisar de um bom exemplo para um anticlímax não me esquecerei de uma certa programação da RTP2.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Culpem a mãezinha!

Já não há mês de Agosto sem um incêndio em Belas (Sintra). Costuma ser entre os dias 21 e 23, mas desta vez antecipou-se, aproveitando a onda de calor... Falo da "mãe-natureza", claro, essa oportunista e corrupta. Dizem as más línguas que estabeleceu uma forte aliança de interesses com os responsáveis pela limpeza das matas e florestas e que tem no seu círculo de amantes: vários madeireiros, empresários de grandes empreendimentos e de construtoras.
Diz-se também por aí que essa "senhora" não é modesta a pedir presentes a quem cai nas suas graças. Entre outras oportunidades, fez-se proprietária de uma bela moradia no condomínio privado "Marina do Guincho" (também chamado "Malveira-Guincho"), construído em pleno parque natural Sintra-Cascais alguns anos depois de vários incêndios terem ocorrido na zona. Ah, malvada sejas, que já te cansaste das vistas sobre o Guincho!

quarta-feira, agosto 11, 2010

Vai ser encantador (filhadaputa da loucura)

Não deixa de ser interessante a forma como este grupo denomina os seus ciclomotores de 4 rodas: "Papa-Reformas" mas entre parênteses. Vá lá, não foi "Mata-Velhos" com um ponto de exclamação por pouco. Também convém relembrar outra das finalidades de uma concentração (um passeio, claro, mais uma vez apresentado também entre parênteses), não vá as pessoas ficarem baralhadas e pensarem que não há mais nada para além do almoço e da tixchrt.

terça-feira, agosto 10, 2010

Vestir de preconceitos

O que dizer de um senhor que - numa praia de tradição e prática naturista - acha uma provocação as pessoas irem nuas para a iágua?
A tacanhice explica que Portugal, com esta costa imensa, só tenha seis praias naturistas oficiais, segundo a respectiva Federação, todas elas localizadas na região sul. Mas não explicará certamente tudo.
Do outro lado da barricada, há a legitimidade em denunciar certos excessos. Só perdem a razão quando generalizam, é que meter tudo no mesmo saco dá muito jeito quando a intenção não é outra senão mandar pauladas a quem pense de maneira diferente.
A solução para este impasse não foge muito do habitual: mais bom senso para as partes directamente envolvidas e punho firme para o poder local. Isto para evitar que as coisas tomem proporções mais grandes, senão terei que me chatear um bocadinho, ok?

segunda-feira, agosto 09, 2010

O melhor concelho precisa de um bom conselho


O concelho de Oeiras depois de ter sido eleito o "Melhor concelho para estudar", o "Melhor Concelho para trabalhar", o "Município de excelência", entre outros prestigiados galardões, aparece agora no 2º lugar da lista dos concelhos com maior poder de compra de Portugal, segundo um estudo do INE. Ninguém fica surpreendido com o feito, tendo em conta que a partir de finais dos anos oitenta, Oeiras constituiu-se como pólo económico autónomo na Área Metropolitana de Lisboa, apostando no desenvolvimento de actividades terciárias ligadas à Ciência e Investigação e às Tecnologias de Informação e Comunicação, diz o Wikipédia. Eu confirmo e acrescento que este crescimento do número de aglomerados empresariais tem uma relação directa com o aumento da migração dos seus trabalhadores para as zonas de proximidade com o local de trabalho - segundo também o INE (dados de 2009), Oeiras já ocupa o 5º lugar da lista de concelhos portugueses com maior densidade populacional.
A questão que me parece pertinente é saber se este "Silicon Valley 'tuga" terá infraestruturas suficientes para suportar o dinamismo que um tecido empresarial deste calibre exige? Ou melhor, é importante que se diga que há aqui, de facto, várias multinacionais e grandes empresas nacionais que pagam acima da média, mas também era bom que se explicasse, a quem desconhece, que seus respectivos trabalhadores, clientes e fornecedores, para aceder às suas instalações, podem demorar um certo tempo (também) acima da média.
Este estudo aparece numa altura do ano em metade desta gente estará de férias e, quem por aqui passa hoje, não fica com a ínfima ideia do inferno que são os congestionamentos todas as manhãs e finais de tarde na "famosa" A5, nas rotundas junto aos principais parques, em Oeiras / Porto Salvo (Tagus, Lagoas e Quinta da Fonte) e Linda-a-velha (Arquiparques I e II, Duo Miraflores Premium, Edifício Monsanto), na Avenida do Forte e Outurela em Carnaxide (Parque Suécia, Holanda e Neopark), etc. A juntar a isto, também não é demais relembrar que Oeiras serve de "ponte" de acesso a um dos outros povoados concelhos do distrito de Lisboa: Cascais, e de "muleta" a parte do superpovoado concelho de Sintra, ou não fosse o tormento da A5 a tal pseudo-alternativa ao suplício do IC19.
Enfim, no dia em que Oeiras ganhar o prémio do "Melhor concelho para estudar, trabalhar… e deslocar", serei a primeiro cidadão morador deste concelho a recomendá-lo.

sexta-feira, agosto 06, 2010

quarta-feira, agosto 04, 2010

Eu e o meu casaco vs. o resto do mundo

Vamos sair daqui (e voltar aos noventas e poucos)



Há mais que nunca - é o quinto disco de originais dos Les Savy Fav - por aqui óbvias influências de bandas de culto do rock alternativo do início da década de 90. Por falar nessa. Os Pixies, que sempre foram mestres a construir canções que, simultaneamente, conseguem ser extremamente melódicas e abrasivas, deixam sob uma banda de art-punk o seu melhor legado. Qualquer coisa menos "Bossanova" e mais "Trompe le monde", talvez.