quarta-feira, agosto 17, 2011

Verão bucólico (versão 2011)

Na minha mais recente viagem à zona centro/interior do país, uma vez mais, fui à descoberta de algumas praias fluviais.

Tal como no litoral, também por aqui se pode encontrar locais muito mais concorridos que outros. Se bem que por estes lados, parece-me mais difícil arranjar uma justificação para esse fenómeno. A integração dos equipamentos básicos de suporte: bar, parque de merendas, casa de primeiros socorros e casas de banho, não é de todo uma razão. Já que algumas “praias” localizadas nas margens do rio Zêzere - Zaboeira (Vila de Rei) e Alqueidão (Tomar), são meros exemplos - não possuem quaisquer desses elementos e estavam à beira da lotação esgotada – as piscinas flutuantes de Zaboeira e de Fernandaires (Vila de Rei) onde já não haviam 5 cms livres para se manter de pé, quanto mais estender uma toalha, que “o digam”. Por outro lado, as praias fluviais do Troviscal (Sertã), do Pego das Cancelas (Vila de Rei), de Taberna Seca (Castelo Branco) e da Ribeira da Venda (Gavião), têm todos esses equipamentos (e mais alguns) e estavam às moscas – em alguns casos, literalmente.

A qualidade da água também não me parece que seja condicionante, pois se há locais onde o relatório anual da Administração da Região Hidrográfica do Tejo I.P. (ARHT) está afixado junto à praia e aparece na classificação um estranho... “Sem Classificação” (exemplo, Bostelim – Vila de Rei), há outras onde não consegui sequer encontrar essa informação e não deixavam de ser das mais frequentadas.

Para que conste, a bela praia de Pego das Cancelas, obteve a classificação de “Excelente” no último resumo (de 2010, para 2011) da ARHT e eu posso comprovar a nota, pois passei uma escaldante tarde a banhar-me por aquelas águas e sobrevivi para contar. Até diria que o preço que se paga por este local estar praticamente abandonado (o bar, a casa de primeiros socorros, as casas de banho e os balneários estão encerrados) é mínimo, comparado com o prazer que se pode retirar dele.

Destaco por aqui alguns desses locais por onde passei, alguns em vias de ficar esquecidos e, como expliquei no parágrafo anterior, digo isso da forma mais despreocupada possível.

Ortiga (Mação; bem equipada, até demais: o potente equipamento de som ouve-se num raio de vários quilómetros, portanto, não se iludem com a foto, pois é tudo menos sinónimo de sossego)


Ribeira da Venda (Gavião; funciona a piscina e pouco mais; curiosidade: o respectivo parque de merendas foi inaugurado em 2000, pelo Ministro do Ambiente da altura, o ex-Primeiro Ministro Eng. José Sócrates)


Taberna Seca (arredores de Castelo Branco; foi a primeira “praia fantasma” que visitei nesta viagem, recomenda-se muita coragem para entrar nas casas de banho - daí as moscas - que parece ser o único equipamento a funcionar – e mal)


Janeiro de Cima (Serra da Gardunha; tudo no sítio, muito recomendável e muito concorrida)


Açude Pinto (Oleiros; tem parque de campismo mesmo ao lado e tem boas instalações)



Troviscal (Ribeira da Sertã, o xisto e a natureza envolvente dominam a paisagem deste pequeno paraíso fluvial, com todo o equipamento essencial disponível)








Pego das Cancelas (junto à fronteira dos concelhos de Vila de Rei, Sertã e Mação, representada pela “Ponte dos Três Concelhos”, classificado como Imóvel de Interesse Público; como disse, natureza pura e dura e nem damos por falta das instalações anexas que estavam fechadas)





Bostelim (entre Vila de Rei e a Sertã; local ideal para descansar, mais do que propriamente para ir a banhos, pois é composto por um espaço de campismo gratuito com instalações próprias)


Malhadal (Proença-a-Nova, na Ribeira do Isna; regresso a uma das primeiras praias visitadas há dois anos, com algumas melhorias no espaço envolvente que merecem ser realçadas)



Zaboeira (Vila de Rei; como desfrutar do Zêzere sem equipamentos e com uma piscina flutuante que agrada a toda a criançada e, pelos vistos, não só)




Penedo Furado (Vila de Rei, na Ribeira de Codes; tudo o que temos direito e mais uma boa vista lá do alto do Penedo)




Alqueidão (arredores de Tomar, a caminho da Serra; outra praia das margens do Zêzere, sem piscina mas com demasiadas pessoas para o espaço disponível)


2 comentários:

M. disse...

Agora emocionaste-me...como tantas vezes consegues fazer. A zona do pinhal, Beira Baixa, é-me querida. Foi lá que passei muitos verões da minha infância e adolescência. Comoveram-me as fotografias da Isna, do Malhadal, onde tantas vezes tomei banho. Mesmo assim, apesar do interesse com razões afectivas, nunca fiz um "apanhado" detalhado como fazes aqui das praias fluviais. És tu, e pronto. :)

(Há um restaurante espectacular em Ortiga - o Kabra's Bar. Nome estranho, mas que engana e não indicia a excelência da comida e do serviço. Conhece-lo?)

agent disse...

Que bom que é voltar a ler-te!
Descobri esta zona como uma alternativa às enchentes do litoral por esta altura do ano. E desde esse momento não quero outra coisa! :)
Ortiga - apesar da má ideia de terem instalado um potente sistema de som para que a "canalhada" nem quando está de molho deixe de ouvir a Britney Spears - deixou-me belas recordações. Há uma zona de sombra com telheiro, mesas e cadeiras com vista para o rio que não tem preço... Tal como no lado oposto, onde o convívio com os animados pescadores é a melhor forma de passar o tempo.
Por acaso lembro-me muito bem de ter visto por lá publicidade a esse restaurante. Não lhe fiz uma visita, mas pensei que se tivéssemos por Lisboa, só aquela primeira consoante (K) era meio caminho andado para o sucesso do Bar. Ehehe