Ainda bem que não fui o único a reparar nisso.
quarta-feira, setembro 26, 2012
segunda-feira, setembro 24, 2012
Minas do Braçal
O Braçal, a Malhada e
o Coval da Mó constituiram um dos mais importantes centros mineiros do norte do
pais.
A descoberta nestas
minas de vestígios antigos leva à conclusão de que as mesmas já existiam,
provavelmente do tempo dos Romanos. De 6 de Agosto de 1836 data a emissão do
decreto concedendo campo da antiga mina do Braçal a José Bernardo Michelis. Em
1840 a concessão passou para o alemão
Diéderich Mathias Fewerheerd que a explorou durante dez anos.
Em 1850 foi descoberta
a mina da Malhada que dista da do Braçal cerca de 800 metros cujo poço
principal o “Poço Mestre” tinha cerca de 400 metros de profundidade.
Iniciou-se uma nova
fase em 1882 com a criação da Companhia Mineira e Metalurgica do Braçal,
formando-se em 1898 uma Companhia Belga que se propôs revitalizar as minas e
modernizá-las.
Todo o complexo
mineiro é banhado pelo rio Mau que passa neste local, formando esta linda
cascata da Cabreia e que na zona mineira se encontra escondido, quase sempre
canalizado em túneis.
Já no século XX e
durante vários anos a empresa mineira foi administrada pelo Sr. Engenheiro
Gregório Pinto Rola.
Após alguns anos de
paragem, a exploração mineira foi reactivada em 1942, terminando
definitivamente em 1958, sendo administrador até então o Sr. Engenheiro João
Oliveira Vidal.
De 1949 a 1955
chegaram a trabalhar neste complexo mineiro 742 operários, fazendo desta
empresa uma das maiores do Distrito de Aveiro.
O encerramento das
minas provocou um grave problema social que levou ao êxodo completo para a
emigração em França e Alemanha.
In folheto informativo do “PR2 Cabreia e Minas do Braçal”.
Em alternativa a este percurso pedestre, é possível aceder
ao que resta destas minas através da localidade de Fojo e Folharido (nos
arredores de Sever do Vouga). Parte do caminho é feito em terra (e pedra?)
batida e, em Fojo, o percurso é feito por uma curiosa estrada asfaltada que até
tem uma linha descontínua que separa as duas faixas, mas em que mal cabe um
carro...
Assim que se começa a ouvir as águas do rio Mau é sinal
de que se está muito próximo das Minas. A flora é abundande e dá um toque muito
bonito e bucólico a toda a zona: desde as margens do rio até ao interior das ruínas
das Minas do Braçal.
No verão, como o caudal do rio está baixo, um passeio ao longo
da sua água fresca e transparente é uma excelente alternativa ao percurso
pedestre da zona (o mais completo e o que permite aceder às minas do Braçal tem
mais de 10 Kms). Foi exactamente o que acabei por fazer. Trata-se de uma
experiência inesquecível, garanto-vos.
(Este percurso pedestre precisa definitivamente de uma revisão...)
Quanto às Minas em si, nota-se que a sua degradação tem
sido mais rápida que a perspicácia da entidade competente em a proteger. Pelo
que presenciei, quase parece que a natureza assumiu esse papel...
Resta saber
até quando.
sábado, setembro 22, 2012
Homens Sexuais
Não há muito
tempo, entrei numa casa de banho pública de um conhecido “mega” espaço
comercial em Viseu. Dirijo-me a um dos urinóis. Entretanto entram três homens
(dois deles mantinham um animado diálogo) e preenchem cada uma das cabines
individuais.
Todos entramos
naquele espaço público com o mesmo objectivo: urinar, mas todos tinhamos (pelo
menos) a consciência de que há, naquele lugar, todo um “novo mundo” que anda a
ser explorado, para além daquela necessidade fisiológica. Daí que os outros
homens tenham optado pela privacidade dos cubículos... Como uma ampla casa de
banho pode ser tão minúscula para quatro homens.
António da Silva,
um cineasta português radicado em Inglaterra, apresenta este fim de semana a
sua mais recente obra no Festival Queer Lisboa: Bankers.
Uma câmara
escondida revela sequências reais de engate entre bancários numa casa-de-banho
pública londrina. Ou como escreve Vasco Câmara do Público: “é uma coreografia à volta do urinol depois do almoço... António preocupa-se em transcender a pornografia, mas o interesse dos seus filmes é também o de estar num limbo entre a sujidade e a limpeza, entre a caução de objecto “artísico” e a condição de peep show privado.”. Ou como diz o
realizador: “é um trabalho de pura observação... Mas observar também como as pessoas urinam, os gestos dos homens com os seus pénis, cada com a sua forma de fazer…”.
Confrontado com a
questão da promiscuidade, li numa outra entrevista uma resposta sua que
considero ainda mais interessante: “Não me importo de ser visto como o realizador que filma a promiscuidade gay. Mas nos próximos dois/três anos vão haver muitos mais a fazerem o que eu faço e espero que nessa altura as pessoas consigam ter uma perspectiva mais construtiva em relação à palavra “promiscuidade”.” De facto, já é tempo de termos uma visão menos crítica e mais
interpretativa deste termo. Como por exemplo, tentar entender as causas deste
fenómeno.
A ideia de que a
maioria destes homens, que se auto-classificam sem hesitações de
heterosexuais (as alianças nos dedos estão lá para não enganar ninguém), e que fazem do engate circunstancial com outros homens, em WC
públicos, o seu passatempo favorito, também vem ao encontro de que a teoria das
catalogações (ou orientações sexuais) não passa disso mesmo: uma teoria.
Homossexuais, heterossexuais, bissexuais - o problema está no prefixo. Pois no
fundo, naqueles recantos dos urinóis, e ao contrário do que os outros e,
sobretudo, do próprio, possam pensar, só há ali homens sexuais. Um primo
afastado do Australopiteco, que desceu das árvores, sedentarizou-se, constituiu
família, vestiu fato e gravata e até já gere investimentos de milhões, mas
continua a “brincar” com a pilinha dos outros como antes. Há características
demasiado congénitas à espécie para sofrerem qualquer mutação.
(“Bankers”
passa dia 23 de Setembro, às 23h59, na Sala Manoel de Oliveira, e dia 27 de
Setembro, às 23h30, na Sala 3 do Cinema São Jorge, ou pode ser visto online em qualquer altura, mediante o pagamento de um donativo na sua página oficial.)
segunda-feira, setembro 17, 2012
domingo, setembro 16, 2012
segunda-feira, setembro 10, 2012
Our new hero
Agora é esperar pela 2ª parte da 5ª temporada, mais ou menos... Daqui a um ano! :( Falo obviamente da melhor série dos tempos que correm (e correram?): Breaking Bad.
domingo, setembro 09, 2012
Drave
Drave, a “aldeia
mágica”, é o ex libris de um percurso pedestre da zona de Arouca, que tem o seu início
na aldeia de Regoufe.
São cerca de 8 Kms (ida e volta) por um caminho algo irregular: o início é ingreme e com cascalho solto, mas para o fim o percurso já se faz por um estreito trilho de xisto. Mas pelo meio, face a tanta beleza natural envolvente, nem nos damos conta por onde pomos os pés.
Depois de percorrer alguns quilómetros sem observar vestígios de civilização, chega-se a uma encruzilhada e avista-se, bem lá no fundo do vale, uma pequena aldeia isolada e despovoada.
Isso pode servir de explicação para o seu cognome: no meio do “nada”, ela aparece, de repente, como por magia. Mas não é um truque, é pura emoção, acreditem. E depois só desejamos chegar lá o mais rápido possível, para seborear um pouco daquela realidade perdida no tempo.
No caminho de regresso apareceu uma guia muito especial.
Por fim ainda soubrou algum tempo para visitar as antigas minas de volfrâmeo de Regoufe...
Sempre muito bem acompanhado por uma das guardiãs da aldeia.
sábado, setembro 08, 2012
É um pássaro? É um avião?
Pronto, então é isso: as esperanças deste país recaem sobre os
nossos super-empresários! Este anunciado desconto de cerca de seis pontos
percentuais da Taxa Social Única (das empresas), vai ter de servir para
aumentar o investimento e a produção e, consequentemente, tudo isso fará que
haja uma súbita e sôfrega contratação de desempregados - já vimos algo assim
quando reduziram a taxa do IRC, não vimos?
Já agora, e só para evitar uma hecatombezinha económica, estes também precisam de consumir mais. Muito mais. Precisam de consumir por todos os outros que já não conseguem.
Já agora, e só para evitar uma hecatombezinha económica, estes também precisam de consumir mais. Muito mais. Precisam de consumir por todos os outros que já não conseguem.
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