Não diria que
sejam subvalorizados, mas certamente incompreendidos. De album para album, nota-se
uma certa hostilidade, por parte, tanto da crítica como dos fãs (sobretudo) do
disco anterior, perante a transformação, o inesperado novo som da banda. E
desta vez não vai ser diferente.
Tudo começou praticamente
há 13 anos. Com o épico “Felt Mountain”, os Goldfrapp trouxeram todo um novo conceito
melódico, cinematográfico e orquestral ao trip hop. Mas três anos mais tarde, quando toda a
gente esperava (e desejava) uma continuação da viagem poética ao mundo do downtempo,
eles lançam “Black Cherry”, um surpreendente e sensual disco de electropop. Foi (quase) o fim do mundo, pelo menos para
eles. Depois continuaram a investir no pop (“Supernature”), talvez não tão
puramente comercial como hoje o conhecemos. Em 2008, novo album, novo som. É
com “Seventh Tree” que a banda passeia alegremente pelos atalhos da folk mais
electrónica. Mais acústica agora, com este novo e magnífico “Tales Of Us”, que em
momentos recorda-me os ambientes pastorais do “Out of Season” de Beth Gibbons -
mas atenção que pelo meio houve ainda mais pop dançável, com o
contagiante “Head First” (2010). Uma banda em permanente mutação/renovação.
Enfim, todas estas
palavras acabam por se tornar irrelevantes, quando é de música magistral e de
uma voz assombrosa de que se fala.
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