Diz que uma das
fórmulas de sucesso das mais recentes séries para TV, históricas ou fantasia, passa
por muita pancadaria, pseudo-erotismo e nudez feminina.
No início ainda
pensei que os seus realizadores, ao utilizarem tais fáceis
"argumentos", estariam a passar um atestado de "depravação"
(ou obsessão?) a todos os telespectadores - “para ver umas mamas de jeito tenho mesmo
que gramar com aquela seca "histórica"”?; ou: “e não é que se vai
aprendendo um pouco de história nos intervalos destas interessantes sessões
eróticas?”. Entretanto, pensei um pouco mais, e cheguei à conclusão que eles
não podiam estar a subestimar assim tanto os seus “clientes” e, na verdade, a
nudez ou o sexo, de tão espontâneos que são (ou deviam ser), estão a ser cada
vez mais (despreconceituosamente) revelados nas séries modernas (mesmo que
incidam sobre outros tempos)... Mesmo que esta tendência para fazer sentido tenha
que ser igualitária, isto é, existir nudez masculina na mesma proporção, o que,
como bem sabemos, está um bocadinho longe de acontecer. Mas isto pode ter haver
com problemas de casting ou disputas de caché...
É justamente
neste tipo de séries (históricas ou do mundo irreal), onde parece ser mais
fácil justifcar a nudez feminina ou até mesmo a subjugação da mulher, pois,
aparentemente, tal é feito de uma forma “irónica”. Ou seja, como se trata de um
produto “retro” ou de “fantasia”, mostra-se nudez ou misoginia sem pudor, só
porque faz parte do enredo e não porque as produtoras estão a ser levadas pelos
seus instintos sexistas a satisfazer as obsessões dos seus telespectadores... Ufa!
Graças aos meus queridos cromossomas evitei uma queda fatal na lógica do falso
puritanismo. Obrigadinhos oh XY!
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