sexta-feira, março 17, 2006

Ética

Tenho o meu apartamento para venda. Num destes dias, fui contactado por uma “senhora” que estaria interessada em visitá-lo. Fizemos a marcação para o dia seguinte, às 15:00. Não era uma hora muito favorável para mim, mas tendo em conta o objectivo final, pareceu-me que o tempo que teria de me ausentar do meu posto de trabalho para fazer a deslocação ao meu apartamento (e o mostar) compensava tudo o resto.
Então no dia seguinte, bem antes da hora marcada já estava no meu apartamento a aguardar pela visita de mais um potencial comprador. Esperei mais de 45 minutos e ninguém apareceu, nem me contactaram para desmarcar a visita. Fiquei furioso. Tinha o nome da pessoa que me tinha contactado e fui aos registos do meu telemóvel para verificar o seu número. Era um número de rede fixa. Liguei. Alguém atendeu: “PhoneHouse de Miraflores, Boa Tarde, está a falar com...”. Era uma voz masculina, era outra pessoa, perguntei pela senhora que me tinha deixado pendurado uma hora à sua espera no meu apartamento e o rapaz, gentilmente, disse-me que a colega estava de folga e só regressava no dia seguinte. Deixei-lhe um recado para me contactar e caso tivesse acontecido algum contratempo o próprio colega disponiblizou-se para me informar, porque, e acima de tudo, só precisava de uma justificação. As pessoas são livres de mudar de ideias quando quiserem e mais lhes apetecerem, mas há que ser responsável e entender que sobre aquela ideia inicial pode recaír um ou mais compromissos que necessitam de ser resolvidos antes de partir para a outra. Tão simples quanto isto.
Passaram dois dias e, como já calculava, ninguém me contactou. Decidi escrever um e-mail dirigido ao departamento de Recursos Humanos da empresa de onde veio aquela chamada, dando-lhes conhecimento do caso. Não gosto de misturar assuntos particulares com trabalho, mas por outro lado, também considero que a ética (ou falta dela) tanto vale para a nossa vida pessoal como profissional.

Se há pessoas que me irritam, são aquelas que são dotadas de um certo tipo de despreocupação em relação às responsabilidades e compromissos que assumem nesta vida... e o pior é que se ninguém disser nada, elas continuam a achar que o que fizeram até nem foi muito grave e não têm consciência do quanto prejudicaram as outras pessoas. Como nunca são chamadas à responsabilidade, nunca são "penalizadas", também nunca irão saber a falta de civismo que isso representa.

3 comentários:

Kal-El disse...

Fizeste bem, mesmo que tenhas posto a Srª em sarilhos. Talvez da próxima vez pense duas vezes antes de combinar o que for e às expensas do patrão.

Gostei. Tomei a liberdade de te linkar. Um super fim de semana.

agent disse...

Hey... very nice blog, clark.

Um bom fds também para ti.

Eric Blair disse...

Tens muito bom feitio.
Eu não descansava enquanto não marcasse 2º encontro e a deixasse pendurada, à espreita. Quando ela estivesse para ir embora apareceias, mostravas-lhe a casa e no fim dizias que tinha sido uma óptima companhia, mas a casa já estava vendida.