quinta-feira, novembro 29, 2007

Um país excessivamente orgulhoso é como um realizador de filmes porno: não fornica, nem sai de cima

Eu conheço um país que conseguiu isso tudo à conta de uma mão-de-obra pouco qualificada, praticamente iletrada e mal paga. Curiosamente, ou não, são esses trabalhadores que ainda suportam uma das maiores cargas fiscais da Europa, que, por sua vez, também serve para pagar todas essas “coisas boas”.
Esqueceu-se de mencionar o facto de sermos o país com a maior árvore natal, de ter realizado a maior feijoada, o maior magusto e por aí a fora...

O facto de ter ficado a saber que o nosso país é “líder mundial na produção de feltros para chapéus” e “de rolhas de cortiça” - se bem que importamos a maior parte dessa matéria-prima (cortiça) de Marrocos e da Tunisia, uma vez que as manchas de sobreiro nacional estão envelhecidas, pois não há quem as renove; vale a pena explicar as razões? - quase fez o meu dia, mas por exemplo, essa história da invenção da “bilha de gás mais leve do mundo” não deixa um pouco a desejar, quando o ideal seria questionarmo-nos porque ainda não temos todas as nossas casas equipadas com gás canalizado?
Uma coisa parece-me certa: com o ordenado do Nicolau ou de qualquer um dos directores das empresas mencionadas, também eu seria o maior apologista do optimismo.


3 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

Mais que o texto, onde se contorna imperceptivelmente o facto de o 'ordenado' dos futeboleiros -jogadores e penduras- ser maior que o dos nicolaus, o seu título é de enormemente significativo e uma importante chamada d'atenção.
Há pouco quem assim pense, sabe...?

-pirata-vermelho- disse...

(Já agora, que ninguem nos ouve... quem é o Nicolau?)

agent disse...

Nicolau Santos, Director Adjunto do Jornal Expresso. O artigo da sua autoria, segundo o post que "linkei", veio num número da Revista EXPORTAR - isto também explica qualquer coisa.
;)