Por muito tempo que supostamente dure essa ideia de felicidade, tem sempre a tontura dos delírios do prazer mais imediatos. E nunca a consciência dessa vertigem é tão aguda como nos momentos que, vistos de fora, parecem mais pacatos: quando se está a dois (confortavelmente) sentados, sem soltar uma palavra sequer, no carro parado à espera que o semáforo mude, a jantar, ou mesmo numa sala de cinema com mais pessoas. O lado trágico disto é tão somente a nossa fragilidade, essa extrema dependência, que um pequeno azar na estrada ou na massa celular possa levar à mais insolúvel saudade.
Se a posse nunca se sente – que é como quem diz nunca é suficiente – e o medo da perda está sempre presente, como se pode falar em felicidade?
O milagre é que se possa.
Se a posse nunca se sente – que é como quem diz nunca é suficiente – e o medo da perda está sempre presente, como se pode falar em felicidade?
O milagre é que se possa.
(Viver é uma constante dialéctica entre o prazer e o sofrimento. O que temos de conseguir para que valha a pena viver é que o prazer seja superior ao desejo de nos deixarmos afundar na angústia da existência.)
PS - Vou de férias por duas semanas e, pelo menos nesta ausência, só vos pedia o tal favor que se pede por defeito mas com muito carinho: sejam felizes, pois então.
PS - Vou de férias por duas semanas e, pelo menos nesta ausência, só vos pedia o tal favor que se pede por defeito mas com muito carinho: sejam felizes, pois então.
2 comentários:
Belo post! Vale por duas semanas de ausência. Desejo-te umas excelentes férias. Abraço!
Boas férias!
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