domingo, maio 06, 2012

O homem que morreu duas vezes



Só agora vi “O Lado Selvagem”, “Into the Wild”, um filme de 2007, de Sean Penn. Este atraso não foi despropositado. Eu já sabia o que o filme abordava e temia sobretudo que ele se transformasse numa espécie de episódio alargado de um daqueles docudramas “homem vs. natureza selvagem” da Discovery Channel (como “A minha vida por um fio” (RTP1), ou pior). O trailer também não ajudou.
Só que, para minha surpresa, “Into the Wild” tem afinal muito pouco de manual de sobrevivência. Tem, sobretudo, uma grandiosa lição de vida.

A felicidade faz pouco sentido se não for partilhada e o perdão pode ser uma das grandes chaves para que ela, simplesmente, aconteça. O protagonista desta bonita história (baseada em factos verídicos) descobri-o tarde demais e quando pouco mais podia fazer, é certo, mas ainda assim, poucas pessoas conseguirão alcançar o nível de liberdade que aquele homem alcançou. E a liberdade é outra das grandes chaves para a felicidade, como prova disso Christopher Mccandless - o homem (real) em que esta ficção se inspirou - deixou, entre outros registos para a posteridade, a sua foto, onde ele aparece encostado aquele velho autocarro, com um sorriso puro e, diria, eterno.

What if I were smiling and running into your arms? Would you see then… what I see now?

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