“Holy Motors” começa
com alguém (o próprio realizador, Leos Carax) a levantar-se de uma cama (um
sono quase eterno de 13 anos, depois da sua última longa: “Pola X”?) e a
dirigir-se para o espaço ao lado: uma sala de cinema repleta de espectadores
completamente imóveis. O que vêm eles? Algo parecido com o que se segue?
Há um homem que ao
longo do seu dia de trabalho, desempenha vários e ambíguos papéis (a pedinte, a
personagem de “motion capture” (3D?), o assassino que recria a vítima à sua
imagem, o amante melodramático, o pai de família que vai buscar a sua filha com
problemas de auto-estima a uma festa, ...) sempre transportado numa luxuosa
limousine e a sua respectiva motorista. Cada papel poderá ter aqui a sua própria
interpretação da realidade ou das novas formas de fazer cinema. Para isso Leos tanto
recorre a imagens do quotidiano como do burlesco - num cemitério, durante uma
sessão fotográfica, a personagem interpretada pela bela Eva Mendes é raptada
por um pequeno “monstro-lunático” que a leva para o seu esconderijo subterrâneo
e onde a “obriga” a desfilar com uma burka improvisada e a servir de almofada,
quando ele decide descansar todo nu e de pénis erecto... Mas guardem um
bocadinho dessa estupefacção para a cena final.
Um filme estranho
e único, com várias cenas belíssimas e inesqueciveis, em que uma delas é puramente
musical:
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