G.G.
Allin is an entertainer with a message to a sick society. He makes us look at
it for what we really are. The human is just another animal who is able to
speak out freely, to express himself clearly. Make no mistake about it, behind
what he does is a brain.
John
Wayne Gacy*
Antes de se tornar internacionalmente conhecido, Todd Phillips,
o realizador da saga “A Ressaca” (está a filmar a parte 3), “Starsky &
Hutch” e “Road Trip”, fez um documentário sobre a vida de um dos punk rockers
(e a sua banda) mais controversos da história da música. Para quem conhece os
GG Allin & The Murder Junkies e os filmes de Todd Philips facilmente
estabelece alguns pontos de contacto: o grotesco e o humor (a reedição de DVD de
2007 deste documentário veio acompanhado com uma tatuagem temporária idêntica a
de GG Allin).
Os concertos dos GGA & TMJ ficaram conhecidos por
nunca terminarem. Ou melhor, terminavam, com o seu vocalista a caminho de um
hospital ou da esquadra mais próxima.
“Excessivo”, “bizarro”, “assustador”, ... Não era fácil definir ou entender a “personagem”. Até um conhecido
serial killer*, confessou ter dificuldades em lidar com ele. Ao contrário de
outros artistas rock n’roll mais ou menos consagrados, GG Allin não incentivava
a rebelião. Ele era a rebelião em pessoa. Neste documentário pode-se assistir a
algumas cenas dos seus “espetáculos” ao vivo, onde incluia: auto-mutilação,
defecação e coprofagia, agressão física contra a sua assistência, etc..
Ainda assim a banda foi sobrevivendo (e, sem ele, ainda
sobrevive) aos inúmeros escândalos, peripécias e conflitos internos (Dee Dee
Ramone chegou a integrar a banda).
O documentário também tenta descortinar as razões que
levam um rapaz “normal” de uma vila pacata do estado de New Hampshire, se ter
transformado em tão atormentado “animal”, ou melhor, “public animal no.1”, como também chegou a ser conhecido. Ele
odiava a sociedade em geral, por a considerar “doente”. Acreditava que a única
possível cura estaria no seu “rock n’roll”, sem limites, sem autoridade e
totalmente irresponsável.
O mais irónico na história da vida de GG está no seu
final. Por mais alienado e diferenciado que ele se considerasse, a sua vida não
terminou de uma forma simbólica/heróica/atípica (no palco, como ele tanto
prometeu; uma espécie de sacrifício em nome da salvação do rock), mas de uma “comum”
overdose de heroína, como tantas outras “rock stars” que criticava.
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