Não deixa de ser irónico que um ano que me prometia tantas
novidades, acaba por ser maioritariamente marcado por regressos.
Destaco o retorno do rei do pop “moderno”, JT, que decidiu incorporar, sobretudo
na primeira parte desta sua “experiência”, algumas das mais clássicas
influências do Rn’B sem perder aquele lado mais dançável que já tinhamos
conhecido nos seus discos anteriores. 2013 também foi o ano em que os Cut Copy
regressaram ao Hacienda e a todo o vibe dos gloriosos anos de “Madchester”, mas
com menos pastilhas e mais “liberta a mente” e aprecia a música. A dupla
Darkside também foi ao passado buscar algum do psicadelismo dos Pink Floyd e dos
Dire Straits mas deu-lhes um soberbo toque de modernidade. Não há ano sem uma
repescagem aos anos 80 e o melhor que ouvi neste ano nessa matéria veio da
parte dos irlandeses Girls Names. As fortes melodias de “The New Life” tiveram
origem nos “negros” dias de “Seventeen Seconds” e de “Faith” dos The Cure. Os
Arcade Fire foram ainda mais longe - à mitologia grega - na busca pela sua inspiração e voltaram mais românticos
que nunca. Mas, e por falar em romantismo, o melhor e a grande surpresa do ano estariam
para vir.
Cinematográfico, assombroso, hipnótico e incrivelmente belo são adjectivos
que servem para definir os discos de duas mulheres: Alison Goldfrapp e Julianna
Barwick, o melhor e a surpresa, respectivamente. Para além do poder vocal de
cada uma delas, toda a parte instrumental dos seus discos permite criar uma atmosfera
fantástica. Quase sobrenatural, mais em “Nepenthe” que em “Tales of Us”. Este é um
pouco mais realista: tem histórias de pessoas comuns (com uma força incomum) para
contar, portanto é perfeitamente natural que identifiquemo-nos com elas.
1. Goldfrapp - Tales of Us
2. Girls
Names - The New Life
3. Justin
Timberlake - The 20-20 Experience Part1
4. Darkside
- Psychic
5. Cut Copy
- Free Your Mind
6. Moderat
- II
7. John
Grant - Pale Green Ghosts
8. Julianna
Barwick - Nepenthe
9. Arcade
Fire - Reflektor
10. The
Boxer Rebellion – Promises