O filme “O Desconhecido do Lago” termina desta
forma obscura e obscurecida. Mas tinha mesmo que ser assim. Por um lado, é um fim indecifrável, sobretudo porque
o protagonista sabe que partilha o espaço com um assassino e decide sair do seu esconderijo para chamar por ele. Provavelmente,
depois da morte da “razão” (o inspector) e da “consciência” (o amigo Henri) e
iludido pelo amor, já não teria muito mais a perder.
Por outro e para
contrastar com todas as cenas diurnas, soalheiras e muito optimistas, todas as
cenas que se passavam a partir do momento em que o sol se começava a esconder
eram sempre escuras e sinistras (o trabalho de equilíbrio entre o som ambiente e
a imagem que o envolve é magnífico).
Esta obra, como
verdadeiro “thriller” que é, fica por
ali a pairar entre a vida e a morte, entre o amor e a opressão. Não precisa de
um final feliz ou esclarecedor, só precisa de passar a insegurança e o medo. E
nisso, e noutras coisas, este “L'inconnu du lac“ fá-lo com distinção.
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