quarta-feira, setembro 30, 2015

Maldito fado



Por regra, mais de 40% (em eleições Europeias essa percentagem sobe para os 60%) da população votante em Portugal não desempenha esse direito cívico. Uma parte por puro desinteresse, outra por decepção e desconfiança com a classe política em geral, mas todos, em sintonia, irão passar os 4 anos seguintes a descartarem-se da responsabilidade de não terem sido eles a colocar “aqueles aldrabões no poleiro”. Pois não, mas contribuiram com o seu não-voto para que esses “aldrabões” tivessem mais deputados, maiorias absolutas e controlarem todas as decisões que regem o seu país.
Nas eleições do próximo domingo vai ser assim novamente. Uma boa parte da população portuguesa vai estar a ver a bola, a assobiar para o lado ou com a cabeça enterrada na areia, em vez de contribuir para uma Assembleia mais heterogénea, mais democrática e sobretudo com mais probabilidades de ter gente verdadeiramente independente e que esteja disposta a fazer algo pelo país e não apenas aproveitar-se do estatuto de deputado para progredir na carreira. Gente fora de ambientes dos “jotinhas”, entre outros projectos de “tacho” tipicamente republicano e tão português. Até quando será este um dos nossos mais malditos fados?

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