terça-feira, julho 26, 2005

Poluição Sonora

Nunca tive paciência para bichas e bichices e cada vez que me aparecem à frente tal paciência vai-se esgotando cada vez mais.
Estava eu bem instalado numa tranquila esplanada a tomar uma cervejola quando de repente se instalam, numa das mesas que ainda se encontravam vazias, três rapazes, relativamente novos (vintes e tais, pelas minhas idades, portanto), cobertos por uns “trapinhos” da moda: umas t-shirts com cores que deviam dispensar a utilização dos coletes retrorrelectores NP EN 471 (actualmente obrigatórios sempre que seja exigida a utilização do triângulo de pré-sinalização de perigo) e umas bermudas claras. Para compor a toilette, uns óculos enormes mas muito fashion.
Começa a palhaçada.
Falam de amigos, namorados, ex-namorados, familiares... tudo no feminino!? Era fácil de perceber o género a que se estavam a referir, já que seria mais evidente acreditar que o ministro Campos e Cunha se tenha demitido por razões familiares do que um deles ter “feito aquela” (sendo esta uma rapariga e não um rapaz, como se subentende pela linguagem deles).
Falam também das últimas compras, das marcas de roupas, das viagens a Paris...
Nada contra... se nada disto me interessasse e fosse obrigado a ouvir as suas estórias dado o alto volume de voz que usam para intercomunicar, já para não falar da forma como demonstram, essencialmente, por gestos muito detalhados, como as suas novas aquisições se encaixam, na perfeição, nas suas silhuetas. Nem eu, nem o resto das pessoas que se encontravam naquela esplanada alfacinha!

quinta-feira, julho 21, 2005

O monstro quer um amigo!

Hoje apeteceu-me recuperar este disco dos Ornatos.
Estas letras dizem-me tanto que até fico com vontade de exclamar: Oh Manel partilha um pouco comigo essa dor, rapaz!

Isto é só um exemplo do que se pode encontrar por aqui:



Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!

E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;

Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Ouvi dizer, do album O monstro precisa de amigos - Ornatos Violeta




sábado, julho 16, 2005

O país das maravilhas

Era uma vez um país cheio de falcatrueiros e de pessoas honestas. Todos julgavam que os segundos estavam a maioria e questionavam-se simultâneamente: "porquê que este país não anda para frente?"...

Lembrei-me de começar a contar esta estória após ter lido a magnífica crónica de Miguel Sousa Tavares no Público, na edição de ontem. Ele falava sobre o Brasil e eu talvez não.

quarta-feira, julho 13, 2005

Escritoras ultra-light

Não há país ocidental que não tenha pelo menos uma! Refiro-me ao surgimento dessa nova vaga de "escritoras" irreverentes e ousadas que revelam a sua vida sexual de uma forma muito detalhada. Aposto que Catherine Millet enquando escrevia a sua autobiografia sexual não lhe passou pela a cabeça de que estava a criar escola...
Portugal não poderia deixar de ser excepção.
Geralmente são fases da vida, para fazer face a qualquer problema, implícita ou explicítamente revelado, na maioria dos casos, de ordem financeira. A época em que se trocou os cafés e uns queques com as amigas por umas quecas com os amigos. Básicamente é isto.
Resta saber se esta putanhice súbita já existia dentro delas ou se foi só um pretexto para escrever o livro. Se for esta a situação, estamos perante casos de um claro subaproveitamento de talento e quem de direito devia tomar mais atenção a estas meninas. Claro que não estou a dirigir o meu apelo aos donos de casas de alterne!

Nota: Obviamente que não são os comportamentos que estão aqui em causa mas sim o seu fim.

segunda-feira, julho 11, 2005

A gargalhada do dia

Na semana passada passei por uma banca e não pude ficar indiferente à quantidade de revistas que davam capa ao que uma chamou: "o casamento do ano". Pois é, parece que a boazona (mas não tão boa apresentadora) Catarina Furtado casou-se.
Peguei numa dessas revistas ao acaso e ao esfolhea-la deparei-me com algumas fotos dos convidados à entrada do local aonde decorreu a cerimónia... mas ainda dentro das suas respectivas viaturas. Junto a tais fotos, dessa gente mais ou menos conhecida, encontravam-se as respectivas legendas: Beltrano com a sua esposa e filhos, Fulana e o seu namorado, Xismano e a sua companheira... e "Diogo Infante e um amigo"!

quinta-feira, julho 07, 2005

Cobardes!

Mais um dia negro na história deste planeta e um dia triste por todos os que lutam pela paz... e mais uma vez são os inocentes e indefesos que pagam pelos desentendimentos entre os chefes de estado dos principais países ricos e os fundamentalistas islâmicos originários de países, igualmente, ricos, mas só num recurso natural e que não é, definitivamente, a inteligência!
Qual é o nome que se costuma dar às pessoas capazes de tal atitude? Para estes, fica a sugestão, se querem brincar às guerras deixem o mundo lá fora e divirtam-se por aqui.

segunda-feira, julho 04, 2005

A gente não é burra, é distraída!

Acabei de passar pela zona de engates junto ao estádio nacional. Logo quando entrei na zona, com o meu carro, raparei que se encontravam num local bem previlegiado de contemplação de toda a área, nada mais nada menos, que um carro da polícia (sim, não vá um arrastão súbito aparecer ali por engano, pensando que aquela zona de descanso seja uma praia bastante frequentada!).
Um pouco mais abaixo e sem se aperceberem de que estavam a ser observados, estavam dois homens (aparentava um deles os seus trintas e poucos e o outro com, pelo menos, mais dez anos) com as suas respectivas viaturas paradas uma atrás da outra. O mais novo encontrava-se fora do seu carro, circundando, com alguma distância de segurança, o outro automóvel. Haveria certamente qualquer coisa que lhe interessava no outro carro ou mais propriamente no seu dono, ou mais específicamente: no que este tinha entre as mãos. Ainda passei pelo o local na tentativa de alertar o que se encontrava fora do carro de que estaria a ser observado por alguém que provavelmente não iria gostar de o ver a fazer aquilo que se aprontava para fazer, mas foi em vão... Já que tal rapaz não só me ignorou como ainda lhe consegui ver alguns vestígios de repulsa na sua cara, pois certamente pensava que estaria ali para lhe estragar o seu desejo. Nem hesitei mais, acelarei para bem longe daquele local.

sexta-feira, julho 01, 2005

O sucesso?



"O sucesso do Salão Erótico de Lisboa está a ser tal que os organizadores já dobraram o número de visitantes esperados para os quatro dias do evento para 40 mil. Ontem, nas primeiras duas horas de abertura, o Pavilhão 4 da FIL recebeu quase o dobro de pessoas que o evento em Barcelona no ano passado, no mesmo período." in Destak

Os portugueses sempre gostaram deste tipo de manifestações culturais? Sim! Adoram sexo? Sim! Gostam de ver e apalpar umas maminhas, nomeadamente de senhoras que não partilhem consigo o mesmo tecto? Sim! Então afinal de contas: qual é o espanto?