quarta-feira, agosto 31, 2005
quinta-feira, agosto 25, 2005
A descoberta da pólvora
"Nas mais diversas câmaras do País há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais"... "as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias"... "os pelouros do Urbanismo das maiores câmaras são o local onde tudo se joga"... "Existe uma preocupante promiscuidade entre diversas forças políticas, dirigentes partidários, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais".
Paulo Morais, vice-presidente da Câmara do Porto, revista Visão (edição desta semana)
Paulo Morais, vice-presidente da Câmara do Porto, revista Visão (edição desta semana)
quarta-feira, agosto 24, 2005
Uma infidelidade para ti, uma infidelidade para mim
Quem é que hoje em dia ainda pensa que um divórcio seja uma experiência enriquecedora? Bom, para além dos advogados...
Pelo que tenho presenciado junto de alguns casais amigos, se antes uma deslealdade matrimonial desencadeava imediatamente um processo de divórcio (em parte dos casos e porque a revolta era de tal ordem que só se resolvia no litígioso), hoje em dia, um encornanço paga-se com... outro encornanço.
Vejamos o caso de um caro amigo que mantinha uns contactos escaldantes com umas “amigas virtuais” no messenger. Um dia, a sua esposa (estranhando o facto de ele passar, de uma forma continuada, muitos serões a “trabalhar” no seu computador lá de casa) alterou uma das opções do dito programa de forma a passar a gravar para o disco rígido, instantaneamente e sem que o seu utilizador se aperceba, todas as conversas que por lá sejam mantidas. O resto da história se não se sabe, imagina-se, já que se confirmaram as suas desconfianças: o seu marido era-lhe infiel, virtualmente infiel, com mais do que uma mulher. Este contou-me que “as coisas ainda andaram meio tremidas durante uns tempos” mas ele acabou por convence-la, mesmo tendo ela suficientes provas de que haveria combinações e detalhes que a induziam a pensar o contrário, de que nunca estaria fisicamente com qualquer uma daquelas raparigas e de que uma possível separação poderia trazer muita instabilidade emocional aos seus filhos e restante família. Consta, também, que não passou muito tempo para que a situação voltasse ao “normal” mas com umas ligeiras alterações: ele continua ocupado algumas noites com “horas extras” no computador e ela não anda menos desconfiada que anteriormente, no entanto, parece que ocupa mais do seu tempo a cuidar de si e que arranjou um novo colega de trabalho com quem partilha muitas afinidades, profissionais e não só.
De certa forma esta “evolução” das relações monogâmicas para além de ser mais justa, parece-me ser, acima de tudo, mais cómoda. Até poderíamos receber um prémio pela originalidade da ideia, se todos os outros animais (irracionais?) que partilham connosco este planeta não a praticasse desde há muitos milhões de anos atrás.
Pelo que tenho presenciado junto de alguns casais amigos, se antes uma deslealdade matrimonial desencadeava imediatamente um processo de divórcio (em parte dos casos e porque a revolta era de tal ordem que só se resolvia no litígioso), hoje em dia, um encornanço paga-se com... outro encornanço.
Vejamos o caso de um caro amigo que mantinha uns contactos escaldantes com umas “amigas virtuais” no messenger. Um dia, a sua esposa (estranhando o facto de ele passar, de uma forma continuada, muitos serões a “trabalhar” no seu computador lá de casa) alterou uma das opções do dito programa de forma a passar a gravar para o disco rígido, instantaneamente e sem que o seu utilizador se aperceba, todas as conversas que por lá sejam mantidas. O resto da história se não se sabe, imagina-se, já que se confirmaram as suas desconfianças: o seu marido era-lhe infiel, virtualmente infiel, com mais do que uma mulher. Este contou-me que “as coisas ainda andaram meio tremidas durante uns tempos” mas ele acabou por convence-la, mesmo tendo ela suficientes provas de que haveria combinações e detalhes que a induziam a pensar o contrário, de que nunca estaria fisicamente com qualquer uma daquelas raparigas e de que uma possível separação poderia trazer muita instabilidade emocional aos seus filhos e restante família. Consta, também, que não passou muito tempo para que a situação voltasse ao “normal” mas com umas ligeiras alterações: ele continua ocupado algumas noites com “horas extras” no computador e ela não anda menos desconfiada que anteriormente, no entanto, parece que ocupa mais do seu tempo a cuidar de si e que arranjou um novo colega de trabalho com quem partilha muitas afinidades, profissionais e não só.
De certa forma esta “evolução” das relações monogâmicas para além de ser mais justa, parece-me ser, acima de tudo, mais cómoda. Até poderíamos receber um prémio pela originalidade da ideia, se todos os outros animais (irracionais?) que partilham connosco este planeta não a praticasse desde há muitos milhões de anos atrás.
O que é verdadeiramente importante é que ninguém se chateia, continua-se por aí a proclamar o amor eterno e os tradicionais valores da família de boca e barriga cheias... mas com a cabeça mais pesada, é certo, mas consentida... E estas modernices até a Igreja Católica aprova, digo eu.
sexta-feira, agosto 19, 2005
O amor é fodido
O amor entre dois homens pode ser das coisas mais belas e raras deste mundo mas pode ser também das coisas mais destrutivas que por aí há, nomeadamente quando não há sintonia e algum consenso.
Um conhecido meu (o Zé) engatou um gajo na cidade universitária e iludido, apaixonou-se. Ainda mantiveram uma relação mais ou menos estável durante 2 meses. Entretanto, parece que o outro rapaz se foi afastando gradualmente e a relação degradou-se. Encontrei-o há dias, completamente abatido, sob o efeito de antidepressivos (receitados por um médico) e fisica e psicológicamente desgastado. O Zé nem é, aparentemente, um rapaz muito dado a sentimentos mais profundos, pelo menos é essa a imagem que tenta passar aos que lhe rodeiam. Mantém aquela postura de rapaz muito forte, independente e imune a estas partidas do coração. Encontro-o neste estado e eu, desprevenido, fico (quase) sem saber o que lhe dizer. Que conselho se dá uma pessoa neste estado, nestas condições? Qual é a melhor forma de explicar a alguém que não se deve tentar governar aquilo que é ingovernável... como o amor de outrém?
O Zé sofre em silêncio pois são muito poucos os amigos com quem partilhou a sua orientação sexual (como se isso fosse algo obrigatoriamente “partilhável”), mas até os outros e familiares já se vão apercebendo da sua angústia.
Penso que ainda pior que todo este seu transtorno físico e psicológico actual causado por este desgosto amoroso, serão as suas respectivas consequências: deixar de acreditar... Ou seja, pior que um presente depressivo e desorientado será sempre um futuro sem esperanças.
terça-feira, agosto 16, 2005
Amor de estimação I
Sigur Rós
Banda islandesa de post-rock, pop/rock ambiental ou qualquer outro estilo a definir. Tendo em conta tudo aquilo que se ouve e se sonha por aqui, pouco interessa a sua catalogação. Quem não se arrepiar e/ou emocionar ao ouvir isto não tem sentimentos e vale mais tranformar-se num calhau, sempre serve de arma de arremesso.
Von (1997)
Von Brigdi (recycle bin) (1998)
Ágaetis Byrjun (1999)
O album de 1999 (Ágaetis Byrjun) é o mais conhecido e elogiado pela crítica, será também aquele que recomendo como ponto de partida para conhecer esta banda. Entretanto já ouvi os mp3's de Takk... que só sairá para as lojas, salvo erro, no próximo mês e feitas duas ou três audições, concluo que a fórmula mantém-se e não me parece que vá desiludir os apreciadores dos discos anteriores, nomeadamente dos dois últimos.
sábado, agosto 13, 2005
terça-feira, agosto 09, 2005
I’m so sexy!
O sexy in é um sítio de engate virtual nacional como muitos outros espalhados pela net. Mas este destaca-se, para além do seu razoável bom aspecto gráfico e da qualidade de alguns conteúdos, pelo o facto de ser bastante frequentado e participado. Possui uma secção de anúncios, subdividido por categorias, sendo as mais requisitadas, as óbvias e habituais: “homem procura mulher”, “homem procura homem”, “homem procura casal” e “casal procura mulher”. Só por aqui torna-se fácil de chegar ao denominador comum entre todas elas! Os homens, pois então.
Mesmo relativamente aos casais, quem estará por detrás dos anúncios? A resposta a esta pergunta é sugerida pelo o número muito reduzido de anúncios na secção “casal procura homem”. Mas é melhor ficar-me por aqui e não me debruçar mais sobre este assunto pois se o desenvolvesse, chegaria, certamente, à evolução do papel da mulher na sociedade e a sua emancipação perante o homem e o risco que tudo isto corre se esta prática se começar a generalizar. Sou optimista e julgo estar perante uma minoria.
A secção “homem procura mulher” é a secção com mais anúncios. São todos eles muito semelhantes, uns mais curtos, directos e desinspirados que outros mas o objectivo final é o mesmo: a queca com uma “amiga” seja ela colorida ou por colorir e os que apresentam fotos, é raro aquele que não contém pelo menos uma do seu pénis erecto. É o que eu chamo: um paraíso virtual para os gays mais dessimulados. Também é curioso (ou nem por isso) averiguar o seu número de respostas, ou melhor, a ausência delas. Sortudo aquele que obtém uma resposta, um hiper-felizardo aquele que chega às 2 e mais que isto, será mais certo ganhar o primeiro prémio do Euromilhões. Mesmo assim, tenho sérias dúvidas que os seus remetentes sejam mesmo mulheres.
Mas porquê que isto acontece? Será que as mulheres não gostam também de sexo? Adoram! Então as minhas poucas dúvidas e mais certezas continuam: o problema não estará no tipo de abordagem? Não será que as mulheres serão suficientemente inteligentes para se deixar impressionar e sensibilizar com meia dúzia de palavras tontas e banais acompanhadas, mesmo ali ao lado por uma foto, com um marsápio em riste apontado na sua direcção, quase a querer parecer dizer “meninas, aqui estou eu para vos satisfazer e caso não tenham percebido foi com a minha cabeça que essa mensagem foi escrita, a outra está ocupada com coisas bem menos importantes, como por exemplo, arranjar uma desculpa a dar a esposa para chegar mais tarde a casa”?
A secção “homem procura homem” também contém muitos anúncios, mas pelo o que me constou e apesar de ser um departamento bastante animado, parece que o grau de sucesso não é muito maior que o anterior. Consta que há por lá muitos homens que começaram inicialmente por colocar anúncios à procura de mulher, passaram pela secção de “casais” e acabaram por ficar ali, à procura da tal “primeira experiência”. Que versatilidade, penso eu. Também me disseram qualquer coisa do género: “alguns anúncios e respostas são claro fruto da tesão do momento e nada mais...”. Eu acho que compreendi e questiono: quem é que ainda tem paciência para perder tempo com cromos difícieis e casos, logo à partida, perdidos?
Mesmo relativamente aos casais, quem estará por detrás dos anúncios? A resposta a esta pergunta é sugerida pelo o número muito reduzido de anúncios na secção “casal procura homem”. Mas é melhor ficar-me por aqui e não me debruçar mais sobre este assunto pois se o desenvolvesse, chegaria, certamente, à evolução do papel da mulher na sociedade e a sua emancipação perante o homem e o risco que tudo isto corre se esta prática se começar a generalizar. Sou optimista e julgo estar perante uma minoria.
A secção “homem procura mulher” é a secção com mais anúncios. São todos eles muito semelhantes, uns mais curtos, directos e desinspirados que outros mas o objectivo final é o mesmo: a queca com uma “amiga” seja ela colorida ou por colorir e os que apresentam fotos, é raro aquele que não contém pelo menos uma do seu pénis erecto. É o que eu chamo: um paraíso virtual para os gays mais dessimulados. Também é curioso (ou nem por isso) averiguar o seu número de respostas, ou melhor, a ausência delas. Sortudo aquele que obtém uma resposta, um hiper-felizardo aquele que chega às 2 e mais que isto, será mais certo ganhar o primeiro prémio do Euromilhões. Mesmo assim, tenho sérias dúvidas que os seus remetentes sejam mesmo mulheres.
Mas porquê que isto acontece? Será que as mulheres não gostam também de sexo? Adoram! Então as minhas poucas dúvidas e mais certezas continuam: o problema não estará no tipo de abordagem? Não será que as mulheres serão suficientemente inteligentes para se deixar impressionar e sensibilizar com meia dúzia de palavras tontas e banais acompanhadas, mesmo ali ao lado por uma foto, com um marsápio em riste apontado na sua direcção, quase a querer parecer dizer “meninas, aqui estou eu para vos satisfazer e caso não tenham percebido foi com a minha cabeça que essa mensagem foi escrita, a outra está ocupada com coisas bem menos importantes, como por exemplo, arranjar uma desculpa a dar a esposa para chegar mais tarde a casa”?
A secção “homem procura homem” também contém muitos anúncios, mas pelo o que me constou e apesar de ser um departamento bastante animado, parece que o grau de sucesso não é muito maior que o anterior. Consta que há por lá muitos homens que começaram inicialmente por colocar anúncios à procura de mulher, passaram pela secção de “casais” e acabaram por ficar ali, à procura da tal “primeira experiência”. Que versatilidade, penso eu. Também me disseram qualquer coisa do género: “alguns anúncios e respostas são claro fruto da tesão do momento e nada mais...”. Eu acho que compreendi e questiono: quem é que ainda tem paciência para perder tempo com cromos difícieis e casos, logo à partida, perdidos?
segunda-feira, agosto 08, 2005
sexta-feira, agosto 05, 2005
Deshibernação
Já começou a silly season. A época que serve de desculpas para muitas pessoas fazerem ainda menos do que já fazem habitualmente durante o ano. Pouco ou nada se faz e tudo o resto se adia para o mês seguinte.
Todo um país estagna. Não ficaria preocupado se não estivesse em Portugal e o desconforto aumenta, se pensar que este país necessita de tudo menos de (mais) períodos “silly”. E este calor sufocante, como o de hoje, também não ajuda, é certo.
Estamos num período de férias por natureza, em que as zonas balneares e outros locais veraneantes se enchem de multidões. Sítios a evitar, portanto. Entretanto as grandes cidades ficam mais habitáveis, calmas, com menos trânsito e pessoas (a afluência de turistas nestas alturas não chega geralmente para compensar o número de pessoas que deixaram os centros urbanos). Este mês é o tal, aquele que mais visito Lisboa, seja para ir ao cinema ou para visitar alguns amigos que quase não me põem a vista em cima ao longo do resto do ano (exagero, claro, mas não assim tão longe da verdade). Amava ainda mais esta cidade se fosse sempre assim.
Todo um país estagna. Não ficaria preocupado se não estivesse em Portugal e o desconforto aumenta, se pensar que este país necessita de tudo menos de (mais) períodos “silly”. E este calor sufocante, como o de hoje, também não ajuda, é certo.
Estamos num período de férias por natureza, em que as zonas balneares e outros locais veraneantes se enchem de multidões. Sítios a evitar, portanto. Entretanto as grandes cidades ficam mais habitáveis, calmas, com menos trânsito e pessoas (a afluência de turistas nestas alturas não chega geralmente para compensar o número de pessoas que deixaram os centros urbanos). Este mês é o tal, aquele que mais visito Lisboa, seja para ir ao cinema ou para visitar alguns amigos que quase não me põem a vista em cima ao longo do resto do ano (exagero, claro, mas não assim tão longe da verdade). Amava ainda mais esta cidade se fosse sempre assim.
segunda-feira, agosto 01, 2005
Ódio de estimação I
Condutores que são alérgicos à faixa da direita
Não faço a mínima ideia se será só uma característica exclusiva dos automobilistas portugueses, mas, definitivamente, estes devem possuir qualquer trauma face à faixa de direita de rodagem pois só mesmo em último caso é que a utilizam. Entretanto as autoridades competentes (sejam elas quais foram) preferem continuar a optar pelas razões e explicações mais fáceis e popularuchas e apontam, sempre, as mesmas causas para a grande sinistralidade em Portugal. O excesso de velocidade encabeça todas as listas possíveis. As vezes pergunto a mim mesmo se os senhores que chegam a estas rápidas e brilhantes conclusões circulam nas mesmas estradas que eu? Ou até, se circulam em qualquer estrada nacional?
Imaginamos um carro a circular a 120 Km/h na faixa central de uma auto-estrada, ao deparar-se com uma viatura na mesma faixa, a circular a, suponhamos, metade (sim, já presenciei tal situação) da quilometragem horária daquele, o seu condutor tenta desviar-se para a faixa da esquerda (não esquecer que é proíbido ultrapassar pela direita) só que não repara que circulava já outro veículo e o acidente acontece. Causa do sinistro: excesso de velocidade, pois claro!
Exmº Governo, numa época de contenção de custos públicos mesmo com TGV’s e mega-aeroportos à mistura, pondere-se melhor então na criação ou aumento de mais faixas de rodagem, pois as que temos presentemente, pelos vistos, chegam e sobram.
Imaginamos um carro a circular a 120 Km/h na faixa central de uma auto-estrada, ao deparar-se com uma viatura na mesma faixa, a circular a, suponhamos, metade (sim, já presenciei tal situação) da quilometragem horária daquele, o seu condutor tenta desviar-se para a faixa da esquerda (não esquecer que é proíbido ultrapassar pela direita) só que não repara que circulava já outro veículo e o acidente acontece. Causa do sinistro: excesso de velocidade, pois claro!
Exmº Governo, numa época de contenção de custos públicos mesmo com TGV’s e mega-aeroportos à mistura, pondere-se melhor então na criação ou aumento de mais faixas de rodagem, pois as que temos presentemente, pelos vistos, chegam e sobram.
Subscrever:
Mensagens (Atom)