terça-feira, janeiro 03, 2006

Foi preciso ir fazer uma passagem de ano à Nazaré para saber que:

a) “Love Generation” é o hit do momento e não foi preciso ouvi-lo 253 vezes ao longo do fim de semana, entre uma saída a um bar dançante e as festas de rua na última noite do ano, para perceber isso. Bastou ver a reacção que as pessoas têm ao ouvi-lo. Tem um ritmo e um assobio contagiante. Também tem uma letra básica, mas esquecemos isso por uns momentos e temos uma música acima de tudo optimista... aproveitei a boa onda e um dos desejos que pedi, quando soou as doze badaladas, envolvia uma conta bancária e Bob Sinclair;

b) É possível alguém com 16/17 anos “mamar” meia garrafa de Bacardi Lemon em menos de um minuto e continuar (aparente e) perfeitamente em condições;

c) Saber que o hino nacional, que passou num dos quatro palcos presentes ao longo da marginal entre o Sinclair e a Banda Eva, provoque em muita gente a tendência para fazer saudações que pensei que só iria ver dentro dos estádios de futebol ou num dia quando este país voltasse a “tempos mais obscuros”;

d) Para contrariar o frio demolidor que vem do mar e uma chuvada repentina logo no primeiro minuto de 2006, que apanhou toda a gente desprevenida e impossibilitou qualquer fuga, nada melhor que um bom mergulho em água salgada. Claro que a maioria preferiu a outra opção menos corajosa, igualmente eficaz mas de consequências variáveis: o “alcool”. Fracos!

e) É possível fazer uma rave party com uma assistência imóvel, pois alguém achou por bem que o local ideal para as pessoas dançarem seria na areia (molhada, acrescente-se), virando o mini-palco e respectivo DJ para o mar. Se fosse o DJ da noite teria pedido um subsídio de doença (reforço a ideia que a maresia naquela noite não estava para brincadeiras) e outro por fazer figura de palhaço de serviço ao colocar música que conseguisse, naquelas condições, fazer com que as pessoas tirassem os pés do chão;

f) As nazarenas são viciadas em números e em contagens, já que uma delas arrematou-me convictamente logo com uns 10.000, quando lhe perguntei se fazia ideia do número de pessoas que estariam ao longo de toda a marginal e largos adjacentes. Resta saber se esta tendência se deve à contagem que fazem às 7 saias que vestem todas as manhãs ou se às notas que perfazem as 5 centenas de euros que recebem pelo aluguer de suas casas, durante um fim-de-semana de reveillon.

4 comentários:

João M disse...

chove sempre na passagem de ano. não percebo porquê.

agent disse...

Muito, Inês. Fiquei mais surpreendido, mais molhado, mais "encolhido", mais pobre... mas muito feliz.

João, será um sinal de alguém a querer dizer-nos que andamos a "meter água" durante os outros dias do ano? Espero que não... é porque não estava preparado para tamanho temporal.

Anónimo disse...

O que interessa é que te divertiste. Mas a Nazarena enganou-se. Eram p'rái entre seis a oito vezes mais... nove's fora nada!

Anónimo disse...

Esta passagem de ano foi do "best"...Tudo em sintonia, ou quase tudo!
Valeu milhões!