Este fim-de-semana reencontrei-me com alguns dos meus grandes amigos e amigas de infância. Para “comemorar” tal facto, entre outras coisas, decidimos passar parte da noite de sábado numa discoteca, algo que não fazíamos, todos, já há algum tempo. Por questões essencialmente de ordem geográfica (e, já agora, económica) optamos pela “Horta da Fonte”, um dos clubes nocturnos mais conhecidos na região ribatejana que fica situado no Cartaxo.
Já não era a primeira vez que passava por esta “casa” após o seu encerro (por falta de condições de higiene, segurança e salubridade) e posterior reabertura. Mas desta vez encontrava-me (mais) sóbrio e consequentemente mais apto a observar a “fauna” envolvente (e para além de divertirmo-nos e “beber um copo”, o que mais se faz numa discoteca?).
A “Horta” é constituída por, entre outros espaços (uns mais agradáveis que outros), duas pistas: a principal, de maiores dimensões, aonde se ouve reggaeton até à exaustão e uma outra, mais pequena e isolada, aonde passa, um surpreendente e evasivo, techno minimal. Nota positiva para esta última aposta e “ousadia”, nem que seja, pelo facto de haver um espaço naquela discoteca onde se possa ouvir, e principalmente dançar (na sala do lado, com tanta gente é quase um feito conseguir deslocar-se um pé sem colocá-lo em cima do de outra pessoa) sem ser ao som da música da Shakira ou as 256 variações da “Ga-só-li-na”. Um dos outros pontos positivos vai para os empregados dos bares: simpáticos e eficientes.
Para indicar um aspecto negativo poderia abordar o limitado e praticamente inexistente parque de estacionamento junto da discoteca, pois só dá para três pickups, quatro jipes e outros tantos Mercedes (daqui poder-se-ia extrapolar a piada fácil e demasiado óbvia de como os nossos subsídios vindos da C.E. para os “jovens” “agricultores” desta região estão a ser muito bem gastos), mas não o vou fazer!
Fiquei deveras surpreendido com a disparidade das idades do público e percebi que o fenómeno da cedência de entrada a menores em espaços de divertimento nocturno não é exclusivo da zona de Santos em Lisboa, é assumidamente um fenómeno de dimensão nacional. Mas acredito que alguns tenham entrado com os pais... ou com os avôs! Também me surpreendeu a diversidade do tipo de clientela. Não quero entrar em pormenores, mas para ficarem com uma ideia mais precisa do que se pode encontrar por lá, tentem imaginar o cruzamento do ambiente de uma “Lux” com o de um bar de alterne da província. Penso que a “Horta da Fonte” bate qualquer “casa” rival pela sua heterogeneidade de assistência e isso, na minha modesta opinião, é uma proeza a realçar.
Vi gente bonita e vi gente muito bonita. Para quem diz que a fama da beleza dos(as) ribatejanos(as) não passa de um mito, precisa de me ver ou, em última instância, vir a este local para se tornar num crente. Também vi uma cena de pancadaria entre dois “putos” e a prontíssima resolução do conflito por parte de um dos seguranças, que se encontrava estrategicamente colocado num dos cantos da sala principal. Ainda nesta sala, vi uma espécie de “very light” ser projectado do espaço superior onde se encontrava o DJ, passar uns centímetros acima da minha cabeça e ir embater contra a parede oposta (do outro lado da pista de dança), fazendo um grande estrondo e deixando um rasto de luz e fumo. Tenho algumas dúvidas se tal “efeito especial” terá causado mais entusiasmos que sustos. Já para o final da noite, quando preparava-me para sair, vi um dos porteiros/seguranças (pela vestimenta e perfil, sinceramente, às vezes tenho alguma dificuldade em distinguir quem é aquele que nos deixa entrar e o outro que nos obriga a sair) deslocar-se da zona de entrada até junto de uma (bela e loiríssima) cliente que se encontrava no final de uma, já extensa, fila e fazer o pequeno favor de pegar-lhe no cartão e passar à frente de todos os outros clientes, que de resto nada se aperceberam, dirigir-se ao balcão do “bengaleiro” e solicitar o casaco daquela cliente “especial”, sem rodeios e quaisquer desculpas. Parece-me que ficou claramente demonstrado que, também ali, com uma boa “cunha”, tudo funciona mais rápido. Pena ela não chegar para todos.
Já não era a primeira vez que passava por esta “casa” após o seu encerro (por falta de condições de higiene, segurança e salubridade) e posterior reabertura. Mas desta vez encontrava-me (mais) sóbrio e consequentemente mais apto a observar a “fauna” envolvente (e para além de divertirmo-nos e “beber um copo”, o que mais se faz numa discoteca?).
A “Horta” é constituída por, entre outros espaços (uns mais agradáveis que outros), duas pistas: a principal, de maiores dimensões, aonde se ouve reggaeton até à exaustão e uma outra, mais pequena e isolada, aonde passa, um surpreendente e evasivo, techno minimal. Nota positiva para esta última aposta e “ousadia”, nem que seja, pelo facto de haver um espaço naquela discoteca onde se possa ouvir, e principalmente dançar (na sala do lado, com tanta gente é quase um feito conseguir deslocar-se um pé sem colocá-lo em cima do de outra pessoa) sem ser ao som da música da Shakira ou as 256 variações da “Ga-só-li-na”. Um dos outros pontos positivos vai para os empregados dos bares: simpáticos e eficientes.
Para indicar um aspecto negativo poderia abordar o limitado e praticamente inexistente parque de estacionamento junto da discoteca, pois só dá para três pickups, quatro jipes e outros tantos Mercedes (daqui poder-se-ia extrapolar a piada fácil e demasiado óbvia de como os nossos subsídios vindos da C.E. para os “jovens” “agricultores” desta região estão a ser muito bem gastos), mas não o vou fazer!
Fiquei deveras surpreendido com a disparidade das idades do público e percebi que o fenómeno da cedência de entrada a menores em espaços de divertimento nocturno não é exclusivo da zona de Santos em Lisboa, é assumidamente um fenómeno de dimensão nacional. Mas acredito que alguns tenham entrado com os pais... ou com os avôs! Também me surpreendeu a diversidade do tipo de clientela. Não quero entrar em pormenores, mas para ficarem com uma ideia mais precisa do que se pode encontrar por lá, tentem imaginar o cruzamento do ambiente de uma “Lux” com o de um bar de alterne da província. Penso que a “Horta da Fonte” bate qualquer “casa” rival pela sua heterogeneidade de assistência e isso, na minha modesta opinião, é uma proeza a realçar.
Vi gente bonita e vi gente muito bonita. Para quem diz que a fama da beleza dos(as) ribatejanos(as) não passa de um mito, precisa de me ver ou, em última instância, vir a este local para se tornar num crente. Também vi uma cena de pancadaria entre dois “putos” e a prontíssima resolução do conflito por parte de um dos seguranças, que se encontrava estrategicamente colocado num dos cantos da sala principal. Ainda nesta sala, vi uma espécie de “very light” ser projectado do espaço superior onde se encontrava o DJ, passar uns centímetros acima da minha cabeça e ir embater contra a parede oposta (do outro lado da pista de dança), fazendo um grande estrondo e deixando um rasto de luz e fumo. Tenho algumas dúvidas se tal “efeito especial” terá causado mais entusiasmos que sustos. Já para o final da noite, quando preparava-me para sair, vi um dos porteiros/seguranças (pela vestimenta e perfil, sinceramente, às vezes tenho alguma dificuldade em distinguir quem é aquele que nos deixa entrar e o outro que nos obriga a sair) deslocar-se da zona de entrada até junto de uma (bela e loiríssima) cliente que se encontrava no final de uma, já extensa, fila e fazer o pequeno favor de pegar-lhe no cartão e passar à frente de todos os outros clientes, que de resto nada se aperceberam, dirigir-se ao balcão do “bengaleiro” e solicitar o casaco daquela cliente “especial”, sem rodeios e quaisquer desculpas. Parece-me que ficou claramente demonstrado que, também ali, com uma boa “cunha”, tudo funciona mais rápido. Pena ela não chegar para todos.
Foi divertido.
Entre o convívio aparentemente pacífico da parolice com o pseudo-modernismo, ao tentar entender-se toda a envolvência de um espaço de divertimento nocturno, chega-se, afinal de contas, a uma actual e representativa amostra de toda uma região em desenvolvimento. Ou às tantas, com um pouquinho mais de imaginação, de um país.
Entre o convívio aparentemente pacífico da parolice com o pseudo-modernismo, ao tentar entender-se toda a envolvência de um espaço de divertimento nocturno, chega-se, afinal de contas, a uma actual e representativa amostra de toda uma região em desenvolvimento. Ou às tantas, com um pouquinho mais de imaginação, de um país.