A novela “Páginas da Vida” que a SIC passava (e passa – hoje é reposto o último episódio e transmitirão um suposto “epílogo”) em horário nobre, chegou ao fim.
Por norma, não gosto de novelas. Tenho aversão a histórias estereotipadas, com personagens limitados e presos a um argumento irrealista e muito, mas mesmo muito, previsível. É por essa razão que não vejo telenovelas. No entanto chamaram-me à atenção para esta. Diziam-me que era moderna e inovadora, que rompia com os tradicionais clichés das novelas da Globo. Passei os olhos por alguns episódios e, por uma vez ou outra, fiquei surpreendido com os temas com que alguns personagens se relacionavam. Gostava, sobretudo, dos minutos finais, onde alguém pessoalmente partilhava uma "página" da sua vida.
Por norma, não gosto de novelas. Tenho aversão a histórias estereotipadas, com personagens limitados e presos a um argumento irrealista e muito, mas mesmo muito, previsível. É por essa razão que não vejo telenovelas. No entanto chamaram-me à atenção para esta. Diziam-me que era moderna e inovadora, que rompia com os tradicionais clichés das novelas da Globo. Passei os olhos por alguns episódios e, por uma vez ou outra, fiquei surpreendido com os temas com que alguns personagens se relacionavam. Gostava, sobretudo, dos minutos finais, onde alguém pessoalmente partilhava uma "página" da sua vida.
Trissomia 21, a adopção, o HIV, o racismo, os casais homossexuais... De certa forma é óptima iniciativa abordar-se estes assuntos numa novela de prime-time, mas também é preciso ter atenção à forma como eles são abordados. Se é muito agradável ver uma criança “especial” bem integrada num ambiente familiar acolhedor e em todo o enredo da história em geral, já coloco reticências a toda artificialidade de gestos e palavras que lhe incutiram. O problema dos argumentistas das novelas é sempre o mesmo: nunca saberem onde acaba a realidade e começa a palhaçada. Porque se realmente o objectivo é mudar mentalidades, instruir, há que fazê-lo com seriedade e preocupar-se, por exemplo, com a abordagem das principais causas do problema em questão. Pelo contrário, se parte para a escrita de uma novela com os propósitos que nunca irão para além do entretenimento light e de contar a história “perfeitinha e cor-de-rosa” que se limita a tocar muito ao de leve em alguns desvios à regra só para parecer diferente e “moderno”, vale mais evitar vulgarizar esses assuntos importantes, deixá-los para outro tipo de programas e ficar-se somente pela enésima variação da história da Floribela para graúdos.
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