sexta-feira, julho 13, 2007

Já me transferiam para Marte

Dominam as conversas de almoço dos meus colegas de trabalho e os temas de fóruns na internet, fazem notícias de primeira página em tudo o que é jornal desportivo, recebem igual destaque nos “telejornais”... Obviamente que só poderia estar a falar da contratação e transferência de jogadores entre clubes de futebol. Até a Judite de Sousa quer saber quem são os novos reforços do Benfica!
Fora da época de jogos, os verdadeiros adeptos da “bola” arranjaram um tema substituto para as suas discussões, que por vezes conseguem ser ainda mais acesas que qualquer grande derby de fim-de-semana.
Não os entendo. Defende-se que a compra de determinado jogador possa ser, de facto, a solução milagrosa para a próxima época. Opina-se sobre o favoritismo de um em detrimento de outro que o clube rival foi buscar. Os futebolistas estrangeiros já são vistos como futuros craques e há clubes que praticamente todos os dias anunciam uma novidade para o seu plantel. Por exemplo, o F. C. do Porto, para acelerar o processo de contratações e evitar burocracias, está a pensar abrir uma delegação da embaixada da Argentina no Estádio do Dragão. Discute-se, convictamente, negócios de milhões dos outros como se fossem deles. Fala-se em “ética” e “amor à nova camisola” ao mesmo tempo que se muda de clube (quase) com a mesma rapidez com que o Paulo Portas fica bronzeado e ignora-se, por exemplo, o caso do tal avançado brasileiro, segundo melhor goleador da época passada do S. C. de Braga, que foi “passar férias” à terra natal, não mais regressou e consta que já é titular de uma grande equipa do... Chipre! Enfim, fala-se tanto e eu sinto-me um verdadeiro alienígena ao tentar compreender este “futebolês”.

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