segunda-feira, junho 30, 2008
sexta-feira, junho 27, 2008
"Os preconceitos obscurecem sempre a verdade" - nem de propósito
No filme “12 Homens em Fúria”, 12 Angry Men (1957) de Sidney Lumet, um dos doze jurados, a quem lhes foi submetida para apreciação a sentença de um jovem acusado de ter morto o seu pai, diz:
It's always difficult to keep personal prejudice out of a thing like this. And wherever you run into it, prejudice always obscures the truth. I don't really know what the truth is. I don't suppose anybody will ever really know. Nine of us now seem to feel that the defendant is innocent, but we're just gambling on probabilities - we may be wrong. We may be trying to let a guilty man go free, I don't know. Nobody really can. But we have a reasonable doubt, and that's something that's very valuable in our system. No jury can declare a man guilty unless it's SURE. We nine can't understand how you three are still so sure. Maybe you can tell us.
It's always difficult to keep personal prejudice out of a thing like this. And wherever you run into it, prejudice always obscures the truth. I don't really know what the truth is. I don't suppose anybody will ever really know. Nine of us now seem to feel that the defendant is innocent, but we're just gambling on probabilities - we may be wrong. We may be trying to let a guilty man go free, I don't know. Nobody really can. But we have a reasonable doubt, and that's something that's very valuable in our system. No jury can declare a man guilty unless it's SURE. We nine can't understand how you three are still so sure. Maybe you can tell us.
quarta-feira, junho 25, 2008
A escrita que nos faz levantar os cornos (e baixar outras coisas)
Capítulo I
(...)
Cheguei a um beco sem saída e quando me senti no fundo, olhei para cima e disse para mim mesma: agora vais ter de subir a puta da montanha, quer queiras quer não, senão cai-te um piano, um avião ou uma bomba neste buraco em que te meteste e nunca mais levantas os cornos.
(...)
A Naná e eu conhecemos o João por acaso, numa daquelas noites de Verão de Junho num bar da praia do Tamariz. Vinha com um amigo do meu irmão Gonçalo, o Zé Maria Almeida e Sousa, de quem era primo direito. O Zé Maria é casado com uma gordinha simpática e pouco esperta, a Constança Alvim, e passa a vida a sair à noite, o típico parvo com a mania que é esperto, cabelo lambido com gel e camisas coloridas a atirar ao pseudomoderno, especialista em cabeleireiras e rapariguinhas de shopping.
(...)
Retirado daqui:
(...)
Cheguei a um beco sem saída e quando me senti no fundo, olhei para cima e disse para mim mesma: agora vais ter de subir a puta da montanha, quer queiras quer não, senão cai-te um piano, um avião ou uma bomba neste buraco em que te meteste e nunca mais levantas os cornos.
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A Naná e eu conhecemos o João por acaso, numa daquelas noites de Verão de Junho num bar da praia do Tamariz. Vinha com um amigo do meu irmão Gonçalo, o Zé Maria Almeida e Sousa, de quem era primo direito. O Zé Maria é casado com uma gordinha simpática e pouco esperta, a Constança Alvim, e passa a vida a sair à noite, o típico parvo com a mania que é esperto, cabelo lambido com gel e camisas coloridas a atirar ao pseudomoderno, especialista em cabeleireiras e rapariguinhas de shopping.
(...)
Retirado daqui:
(sai dia 30 deste mês)
terça-feira, junho 24, 2008
Ena ena um anúncio de cerveja portuguesa sem “trolhices”, assobios parolos e os da weasel!
Nunca é demasiado tarde para chamar a atenção para esta pérola. (A música também só podia estar presente numa das compilações da série "Anatomia de Grey")
segunda-feira, junho 23, 2008
Somos o que lemos?
Conduzo o carro de compras até ao fim de um dos corredores do hipermercado e por lá se encontrava um outro “carrinho” parado que ocupava grande parte do espaço de circulação, bem como outro, mesmo ao lado, com produtos para reposição. Junto do primeiro estavam três miúdos de etnia cigana. De tão concentrados que estavam na contagem do dinheiro que traziam nem deram pela minha presença. Quando preparava-me para desviar o carro do repositor, para conseguir passar, um dos jovens pede-me gentilmente desculpas e desvia o seu carro.
Dirijo-me, entretanto, para uma das filas de caixa de pagamento que avalio como sendo a menos longa. Entretanto, reparo que os “ciganitos” deslocam-se para uma outra fila, algo distante da que me encontrava, com o seu respectivo carro de compras, transportando somente uma palete de garrafas de água. Antes de colocar os meus produtos no tapete rolante observo que eles dialogam com as pessoas do fim da fila onde se encontram. Deduzo que pedem, face ao que apresentam para pagamento, uma certa prioridade... Passado alguns segundos oiço um surpreendente e ruidoso: “Não o admito que me trate assim!”. Tinha saído da boca de um dos ciganos, e estes estavam parados, agora, diante de um casal de meia-idade: ele, empurrando o carro mostrava-se indiferente às declarações do cigano - sorrindo até - e ela já estava concentrada na tarefa de colocação dos produtos no tapete. “Está-se a rir de quê?!”... Os ânimos estavam a exaltar-se ao ponto de pedir uma intervenção do segurança.
Entretanto chegou a minha vez de ser atendido e não consegui acompanhar o resultado de tal aparato. Antes de sair do hipermercado, ainda tive tempo de confirmar que os miúdos se encontravam junto da caixa. O casal já estava no exterior e conversavam com o segurança. A caminho do meu carro, consegui ouvir o senhor de óculos e cabelo grisalho, com ar austero, a dizer qualquer coisa como: “ (...) Para o vosso próprio bem: não os podem deixar cá entrar...”. Também me chamou a atenção o jornal dobrado em três partes iguais debaixo do seu braço direito. Pelas enormes letras garrafais que se destacavam na primeira página, foi muito fácil adivinhar que diário se tratava.
Dirijo-me, entretanto, para uma das filas de caixa de pagamento que avalio como sendo a menos longa. Entretanto, reparo que os “ciganitos” deslocam-se para uma outra fila, algo distante da que me encontrava, com o seu respectivo carro de compras, transportando somente uma palete de garrafas de água. Antes de colocar os meus produtos no tapete rolante observo que eles dialogam com as pessoas do fim da fila onde se encontram. Deduzo que pedem, face ao que apresentam para pagamento, uma certa prioridade... Passado alguns segundos oiço um surpreendente e ruidoso: “Não o admito que me trate assim!”. Tinha saído da boca de um dos ciganos, e estes estavam parados, agora, diante de um casal de meia-idade: ele, empurrando o carro mostrava-se indiferente às declarações do cigano - sorrindo até - e ela já estava concentrada na tarefa de colocação dos produtos no tapete. “Está-se a rir de quê?!”... Os ânimos estavam a exaltar-se ao ponto de pedir uma intervenção do segurança.
Entretanto chegou a minha vez de ser atendido e não consegui acompanhar o resultado de tal aparato. Antes de sair do hipermercado, ainda tive tempo de confirmar que os miúdos se encontravam junto da caixa. O casal já estava no exterior e conversavam com o segurança. A caminho do meu carro, consegui ouvir o senhor de óculos e cabelo grisalho, com ar austero, a dizer qualquer coisa como: “ (...) Para o vosso próprio bem: não os podem deixar cá entrar...”. Também me chamou a atenção o jornal dobrado em três partes iguais debaixo do seu braço direito. Pelas enormes letras garrafais que se destacavam na primeira página, foi muito fácil adivinhar que diário se tratava.
sexta-feira, junho 20, 2008
"Monsieur, monsieur, une pièce..."
Em Marrocos a “chulice” é tanta que quando entrei no avião de regresso ainda estava com receio que aparecesse, vindo do nada, um puto que fizesse questão em levar-me ao meu lugar, em troca de alguns dirhams. Ou numa perspectiva mais adulterada, temia que uma das hospedeiras retirasse o seu chapeuzinho e desse início à angariação de umas gorjetas para o piloto e restante tripulação.
Felizmente, as minhas piores expectativas não se concretizaram. No entanto, aconselha-se a só dar descanso ao nosso melhor espírito regateador de preços quando o avião já estiver fora de território marroquino.
Felizmente, as minhas piores expectativas não se concretizaram. No entanto, aconselha-se a só dar descanso ao nosso melhor espírito regateador de preços quando o avião já estiver fora de território marroquino.
sexta-feira, junho 06, 2008
Apesar de tudo, vamos ser felizes
Por muito tempo que supostamente dure essa ideia de felicidade, tem sempre a tontura dos delírios do prazer mais imediatos. E nunca a consciência dessa vertigem é tão aguda como nos momentos que, vistos de fora, parecem mais pacatos: quando se está a dois (confortavelmente) sentados, sem soltar uma palavra sequer, no carro parado à espera que o semáforo mude, a jantar, ou mesmo numa sala de cinema com mais pessoas. O lado trágico disto é tão somente a nossa fragilidade, essa extrema dependência, que um pequeno azar na estrada ou na massa celular possa levar à mais insolúvel saudade.
Se a posse nunca se sente – que é como quem diz nunca é suficiente – e o medo da perda está sempre presente, como se pode falar em felicidade?
O milagre é que se possa.
Se a posse nunca se sente – que é como quem diz nunca é suficiente – e o medo da perda está sempre presente, como se pode falar em felicidade?
O milagre é que se possa.
(Viver é uma constante dialéctica entre o prazer e o sofrimento. O que temos de conseguir para que valha a pena viver é que o prazer seja superior ao desejo de nos deixarmos afundar na angústia da existência.)
PS - Vou de férias por duas semanas e, pelo menos nesta ausência, só vos pedia o tal favor que se pede por defeito mas com muito carinho: sejam felizes, pois então.
PS - Vou de férias por duas semanas e, pelo menos nesta ausência, só vos pedia o tal favor que se pede por defeito mas com muito carinho: sejam felizes, pois então.
É daquelas injustiças
Ainda mais preocupante que Portugal ter saído do top 10 do ranking da FIFA e falar-se de um clube e de um país pelos piores motivos, é o facto de uma equipa, que se comportou de uma forma quase irrepreensível ao longo de toda uma época, ter que ceder o seu lugar numa competição europeia a outra que jogou “futebol” ao nível do Clube Desportivo de Berruganha-a-nova. Sem desmérito para o CDBaN, claro.
quarta-feira, junho 04, 2008
Quimicazita
Nesta altura do ano, a maioria dos telespectadores nem cabe em si de curiosidade por saber, um por um, quem são os casais que vão dar o nó abençoados pelo Santo António - que é como quem diz, por conta do Município da capital. E quem melhor que a RTP para fazer cumprir esse serviço público?
O serão televisivo ganha sempre um outro encanto com tanto romantismo e… humor. É hilariante sobretudo na parte em que cada um declara/adivinha os gostos do futuro conjugue. Um destino de férias: ela diz Espanha e ele depois confessa… Tailândia. Uma peça de roupa: ela diz camisa, ele diz boxers. O prato favorito: ela diz leitão à Bairrada e ele, uma francesinha! E por aí a fora... Só com tiros ao lado, fica bem demonstrado o grau de conhecimento das preferências mútuas. Ainda bem que aparecem, logo de seguida, bem juntinhos e bem enamorados, não fosse alguém pensar que eles (“aparentemente”) só apressaram o casório por causa do tal chequinho “milagroso” oferecido pela CML.
segunda-feira, junho 02, 2008
Na penumbra
“Não me lembro bem da tua cara mas conheço bem as tuas mãos.”
Palavras mágicas de Geraldine Page. Retirado de “Corações na Penumbra” - Sweet Bird of Youth (1962).
Filme baseado num texto de Tennessee Williams.
Paul Newman diz, também, às tantas, que o mundo se divide entre as pessoas que sentem prazer quando fazem amor e as que não sentem prazer quando fazem amor. O que também tem muito que se lhe diga.
Palavras mágicas de Geraldine Page. Retirado de “Corações na Penumbra” - Sweet Bird of Youth (1962).
Filme baseado num texto de Tennessee Williams.
Paul Newman diz, também, às tantas, que o mundo se divide entre as pessoas que sentem prazer quando fazem amor e as que não sentem prazer quando fazem amor. O que também tem muito que se lhe diga.
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