Conduzo o carro de compras até ao fim de um dos corredores do hipermercado e por lá se encontrava um outro “carrinho” parado que ocupava grande parte do espaço de circulação, bem como outro, mesmo ao lado, com produtos para reposição. Junto do primeiro estavam três miúdos de etnia cigana. De tão concentrados que estavam na contagem do dinheiro que traziam nem deram pela minha presença. Quando preparava-me para desviar o carro do repositor, para conseguir passar, um dos jovens pede-me gentilmente desculpas e desvia o seu carro.
Dirijo-me, entretanto, para uma das filas de caixa de pagamento que avalio como sendo a menos longa. Entretanto, reparo que os “ciganitos” deslocam-se para uma outra fila, algo distante da que me encontrava, com o seu respectivo carro de compras, transportando somente uma palete de garrafas de água. Antes de colocar os meus produtos no tapete rolante observo que eles dialogam com as pessoas do fim da fila onde se encontram. Deduzo que pedem, face ao que apresentam para pagamento, uma certa prioridade... Passado alguns segundos oiço um surpreendente e ruidoso: “Não o admito que me trate assim!”. Tinha saído da boca de um dos ciganos, e estes estavam parados, agora, diante de um casal de meia-idade: ele, empurrando o carro mostrava-se indiferente às declarações do cigano - sorrindo até - e ela já estava concentrada na tarefa de colocação dos produtos no tapete. “Está-se a rir de quê?!”... Os ânimos estavam a exaltar-se ao ponto de pedir uma intervenção do segurança.
Entretanto chegou a minha vez de ser atendido e não consegui acompanhar o resultado de tal aparato. Antes de sair do hipermercado, ainda tive tempo de confirmar que os miúdos se encontravam junto da caixa. O casal já estava no exterior e conversavam com o segurança. A caminho do meu carro, consegui ouvir o senhor de óculos e cabelo grisalho, com ar austero, a dizer qualquer coisa como: “ (...) Para o vosso próprio bem: não os podem deixar cá entrar...”. Também me chamou a atenção o jornal dobrado em três partes iguais debaixo do seu braço direito. Pelas enormes letras garrafais que se destacavam na primeira página, foi muito fácil adivinhar que diário se tratava.
Dirijo-me, entretanto, para uma das filas de caixa de pagamento que avalio como sendo a menos longa. Entretanto, reparo que os “ciganitos” deslocam-se para uma outra fila, algo distante da que me encontrava, com o seu respectivo carro de compras, transportando somente uma palete de garrafas de água. Antes de colocar os meus produtos no tapete rolante observo que eles dialogam com as pessoas do fim da fila onde se encontram. Deduzo que pedem, face ao que apresentam para pagamento, uma certa prioridade... Passado alguns segundos oiço um surpreendente e ruidoso: “Não o admito que me trate assim!”. Tinha saído da boca de um dos ciganos, e estes estavam parados, agora, diante de um casal de meia-idade: ele, empurrando o carro mostrava-se indiferente às declarações do cigano - sorrindo até - e ela já estava concentrada na tarefa de colocação dos produtos no tapete. “Está-se a rir de quê?!”... Os ânimos estavam a exaltar-se ao ponto de pedir uma intervenção do segurança.
Entretanto chegou a minha vez de ser atendido e não consegui acompanhar o resultado de tal aparato. Antes de sair do hipermercado, ainda tive tempo de confirmar que os miúdos se encontravam junto da caixa. O casal já estava no exterior e conversavam com o segurança. A caminho do meu carro, consegui ouvir o senhor de óculos e cabelo grisalho, com ar austero, a dizer qualquer coisa como: “ (...) Para o vosso próprio bem: não os podem deixar cá entrar...”. Também me chamou a atenção o jornal dobrado em três partes iguais debaixo do seu braço direito. Pelas enormes letras garrafais que se destacavam na primeira página, foi muito fácil adivinhar que diário se tratava.
3 comentários:
Adorei o blog! Parabéns!
Muitos Parabéns!!!!muito bom
É que podíamos dizer que não somos o que lemos ou isto ou aquilo... mas não!
Muito bom este texto!
Benvindo de volta! Em grande, claro.
Enviar um comentário