sexta-feira, julho 18, 2008

Copy/Paste do dia


(...) A campanha actual não é perfeita, mas é melhor do que nada. Querer destruí-la em nome de uma dúbia melhor gestão de dinheiros públicos é caso para desconfiar, na generalidade – porque o discurso reactivo das prioridades é muitas vezes um convite à inacção encapotado de tecnocracia – e na especialidade – porque o sexo tolda a razão. Nada tenho contra mais acções junto de prostitutas e de toxicómanos, esclarecimentos sobre os riscos relativos do sexo anal e do sexo vaginal, etc., mas este novo revisionismo de que, afinal, o HIV é mesmo um problema só dos outros tresanda ao pior dos anos 80. Numa altura em que, no mundo ocidental, a SIDA deixou de ser mortal para passar a doença crónica e em que se perdeu o pânico da pandemia mas sem que o número de novos casos em Portugal entre heterossexuais, homossexuais, trabalhadores do sexo e toxicómanos tenha diminuído, verificando-se mesmo uma tendência evolutiva crescente na percentagem de novos casos por transmissão heterossexual, a obsessão em querer deixar o problema do HIV num ghetto de muros baixíssimos e de perseguir miragens do politicamente correcto em matérias que envolvam sexo é um divertimento infantil para gente dos 40 (João Miranda) aos 80 (Patrícia Lança) anos. Felizmente, eles só ainda vão fazendo com o seu tempo o que ainda não podem fazer com o nosso dinheiro. Deitá-lo “ao lixo”.



Não consigo entender as críticas à nova campanha da Coordenação Nacional para a infecção VIH/Sida. Acho-a, face a recentes estatísticas de novos contágios, até muito pertinente e inteligente. Ao contrário do que se diz: não generaliza-se, alerta-se! Agora se isso incomoda assim tanto pode ser mais um problema de (má) consciência que outra coisa. Por outro lado, se não querem uns cornos, não lhes ponham umas asas.

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